Entender o momento certo de demitir um colaborador é um desafio, que fica ainda maior quando trata-se de um layoff. Um líder precisa estar preparado para realizar um desligamento, principalmente, se for uma demissão em massa.

Quais colaboradores escolher?

Afinal de contas, essa ação tem imapcto  na vida do funcionário, da equipe e da empresa.  Para se ter uma ideia, só em 2023, as empresas de tecnologia,  já demitiram mais de  206 mil profissionais, de acordo com  site Layoffs.fyi.

A forma como um gestor lida com a demissão pode fazer a diferença na carreira dele. Antes de qualquer decisão, um líder tem que ter claro em sua mente etapas essenciais  da jornada de liderança e a partir daí, ele estará melhor preparado para escolher os profissionais na hora de um layoff.

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Um bom líder deve ter em sua rotina o hábito de realizar reuniões com o time, para deixar claro as metas e o papel de cada um, reuniões individuais para ajudar a construir planos de ação e cadenciar o que foi combinado na reunião de equipe, feedbacks contínuos e acompanhamento mensais da performance de cada integrante sob sua gestão. O líder não pode querer mais que o liderado.

O papel do líder é desenvolver as fraquezas de seus colaboradores e criar gatilhos de engajamento. Se o profissional quer permanecer na empresa, ele precisa responder ao feedback. Caso isso não aconteça, o líder deve pontuar de forma clara e respeitosa que o liderado não está respondendo ao feedback, e mostrar a importância de se ajustar.

Feedback gera resultados1

A clareza é a forma mais efetiva de buscar o desenvolvimento das pessoas. A partir daí, o líder pode ter certeza que cumpriu sua missão  e a próxima etapa seria o desligamento. Todo esse processo prepara o gestor para escolhas mais assertivas em uma necessidade de layoff.

Até porque, em momentos extremos de crise quando decisões mais difíceis precisam ser tomadas, o líder tem a missão de escolher de acordo com as necessidades da empresa. Não é olhar apenas para cada indivíduo, mas considerando o novo quadro de profissionais, qual a melhor combinação e que melhor complementa o líder diante dos desafios a serem superados.

Quando o líder tem as rotinas individuais e o conhecimento das fortalezas e gaps de cada um pode decidir quem fica e quem sai com maior assertividade ao negócio. Claro que este é sempre um momento delicado, pois em layoffs, profissionais em processo de desenvolvimento acabam não tendo a oportunidade de tempo para se consolidar nestes momentos.

No momento do desligamento, o que o líder fala tem alto impacto na vida do que está sendo desligado e o conhecimento e acompanhamento feito ao longo do tempo aqui ganha ainda mais importância.

No caso de desligamento de alguém que não vinha entregando com qualidade e alinhado com as expectativas, a fala é algo como: “Sei que está em processo de evolução e tenho certeza de que isso seria resolvido, porém o momento pede decisões dura. Siga sua jornada com a confiança de que é alguém que tem foco no desenvolvimento”.

RH TopTalks cobertura

Já ao liderado que caminhava bem, mas na hora da escolha e pensando na necessidade da empresa não se encaixava, seria algo como: “Infelizmente decisões difíceis precisam ser feitas neste momento. Você é um excelente profissional e a escolha é puramente por conta do momento da empresa. Siga seus próximos passos com esta certeza”.

Atualmente, o cenário é ainda mais delicado, pois muitas empresas adotaram de forma permanente o trabalho remoto, o que torna o desligamento mais frio. Mas, há alguns pontos para que a demissão seja um pouco mais humanizada, por exemplo: o anúncio deve ser feito com muito respeito e empatia, é importante reconhecer a trajetória profissional do colaborador, mas ao mesmo tempo ser claro e transparente em relação ao motivo da demissão, seja a baixa performance ou a questão comportamental. Toda essa habilidade é um diferencial de um líder.

Muitos líderes podem se sentir desconfortáveis em desligar alguém a distância, mas lembre-se que as contratações também acontecem desta forma. Não se trata de estar presencial ou online, o que importa é a forma como os temas e situações são conduzidas.

Demissão: como o líder pode fazer desligamento assertivo

Por Patricia Y. Agopian, que é referência como especialista em formação de carreira executiva, alta performance e em aceleração da jornada profissional. Com mais de 20 anos de atuação no mundo corporativo, já teve passagem por grandes empresas, como C&A, Centauro e Etna. Hoje, como CEO e fundadora à frente da escola on-line Bússola Executiva, já formou mais de 2.600 alunos que almejam um cargo em uma cadeira executiva. Com MBA em Gestão de Negócios pelo Ibmec, atua como palestrante e mentora de executivos e profissionais em busca ou que ocupam cargos de liderança.

Ouça o episódio 150 do RH Pra Você Cast, “Dar feedback ainda é um desafio para as empresas?“. “Preciso te dar um feedback”. Essa palavrinha, que já nos apropriamos há tempos do inglês, para muitos, ainda causa certo frio na barriga. Mas, em qualquer relação e, claro, incluindo o universo corporativo, o seu princípio é um só: o de evoluir. Segundo o nosso convidado de hoje do RH Pra Você Cast, Bernardo Leite Moreira, Consultor e Especialista em feedback, é necessário que ele seja protagonista. O que mudou nos processos de feedback? Há um momento certo para ele? Falamos sobre tudo isso no episódio de hoje. Acompanhe clicando no app abaixo:

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Capa: Depositphotos