Em artigos anteriores, compartilhei com vocês aspectos da minha prática de ciclismo de estrada, e o quanto desafiadora e disciplinadora é a jornada de um atleta, seja do ponto de vista físico, seja de segurança. Lá se vão 10 anos de prática, e é impossível não fazer um comparativo entre as provas e outras áreas da minha vida, sendo que mais uma vez vou trazer o mundo corporativo para nossa conversa.

Qualquer esporte requer preparativos, inclusive dos equipamentos necessários à sua prática, para que o atleta alcance a melhor performance. Com o ciclismo não é diferente: a bicicleta requer um ajuste específico para a adequá-la ao tipo físico de seu usuário, deixando de ser uma simples “magrela”. A isso chamamos de bike fit

O bike fit é muito importante para qualquer ciclista, do iniciante ao profissional. É através dele que um especialista, o bike fitter, ajusta diferentes partes da bicicleta para evitar lesões e melhorar a experiência do pedal. Como resultado, obtém-se maior rendimento e ergonomia para o atleta, com plena preservação de sua saúde na jornada das provas e treinos. 

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Já mencionei antes, mas repito: no ciclismo, apesar de ser um time entre 5 e 9 pessoas, ganha um só. Cada atleta tem uma característica que colabora para o bom desempenho do time, e todos trabalham para que um único deles, em determinada prova, seja o vencedor – digo determinada, pois não é sempre o mesmo atleta a vencer.

Como se pode ver, o “regente” desse processo (ou, como queiram, orquestra) é o bike fitter. Ele tem que ter uma visão holística do esporte, mas precisa ter preparo específico para esta atividade, precisa ser observador, ser bom o suficiente para ouvir a necessidade do atleta e fazer a parametrização mais adequada para atender ao objetivo, sem se esquecer que o ciclista faz parte de um time e que precisa performar também no conjunto. 

É como se o bike fitter fosse o gestor de toda a operação e corresponsável pelo resultado das provas de ciclismo, ajustando máquina e homem, numa perfeita sincronia!

Assim também é no mundo corporativo. Gestores são grandes fabricantes de resultados. São eles os responsáveis por avaliar ajustar cada profissional de um time e seus softskills, harmonizando-os constantemente para alcançar resultados para a empresa. Digo constantemente pois, assim como no ciclismo, o ajuste não é feito uma única vez, isso acontece e é desejável que seja feito de forma cíclica, afinal o você de hoje não é igual ao você de daqui uma semana.

A exemplo do bike fitter, o gestor também precisa ter conhecimento generalista, mas ser específico em sua equipe. Ele precisa gostar de gente, estar aberto a observações sem julgamentos, ser um bom ouvinte, tendo como principal característica a habilidade de adequar cada colaborador, do estagiário ao sênior, para que os profissionais sob sua “batuta” tenham a melhor performance dentro de suas competências.

Tanto para o bike fitter quanto para o gestor, o importante é destacar o melhor de seus “atletas” para alcançar os objetivos, tendo a visão de que a equipe só avança quando se provê os recursos adequados a cada pessoa para que não se cometa o erro de exigir de um determinado profissional o que ele não vai entregar à equipe.

E como estamos falando de ciclismo e mundo corporativo, reforço, ainda, alguns desafios que ambos os gestores enfrentam e se alternam em seu dia a dia, afetando positiva ou negativamente os resultados: ter equipes multidisciplinares, alinhadas com os valores da empresa – o time não pode transgredir os valores, pois isso fere a reputação, que no caso do esporte, por exemplo, seria um caso de dopping. 

Ter o timing certo para avaliar o desempenho de cada colaborador também é um desafio: nem sempre os resultados vêm rápido, o gestor pode escalar com o tempo e este tempo exige uma inteligência não apenas lógica e emocional, como interpessoal, intrapessoal e, principalmente, a disposição para uma comunicação assertiva.

Agora, me responda: você já se sentiu fora de fit em seu trabalho?

Já ouviu falar de bike fit? E de employee fit?

Por Samuel Souza, Diretor Administrativo, de Marketing e Relacionamento da Petronect.

 

 

 

Para aprofundar informações sobre RH, ouça o podcast do RHPraVocê, episódio 87 com o título “Faz sentido falar em meritocracia na gestão de RH?“ com a dupla de colunistas do RH Pra Você, Gustavo Mançanares Leme, Sócio Diretor da Tailor, e Renata Meireles, Gerente Sênior Pessoas & Performance da Cyrela. Confira ouvindo diretamente no app abaixo:

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