O sentimento de infelicidade dentro de uma empresa pode comprometer drasticamente o desempenho e a produtividade de um colaborador. Entretanto, a gravidade do problema é ainda maior à medida que alguns profissionais estariam dispostos, inclusive, a prejudicar a sua organização.
Uma pesquisa feita em 2017 pela Gallup, empresa que atua com pesquisas de opinião, apontou que 72% dos profissionais não gostam do próprio trabalho. E desse total, 18% não hesitaria em prejudicar a empresa em que trabalha.
“É um cenário que infelizmente ainda afeta boa parcela da população. Nesses casos, tentar mudar de área pode ser uma saída antes de se desligar do cargo. Em contrapartida, saber a hora de sair ou entender que a demissão pode ser a melhor opção é essencial para o crescimento profissional”, explica Susanne Andrade, especialista em desenvolvimento humano e autora do best-seller “O Segredo do Sucesso é Ser Humano” e também de “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”.
Segundo Susanne, a insatisfação por parte do funcionário com o seu trabalho pode ser identificada por alguns sinais:
- “Fobia” dos domingos, no qual a sensação de tristeza por ter que trabalhar no dia seguinte faz com que o dia seja marcado por desânimo;
- Má relação com os colegas;
- Procrastinação nas entregas e falta de energia para concluir as tarefas;
- Ansiedade elevada (que pode até causar sintomas físicos como insônia e dores de cabeça);
- Trabalho no “piloto automático”, no qual processos são feitos de forma mecânica, sem que haja sequer um questionamento do porquê da realização deles.
O papel do RH para lidar com funcionários insatisfeitos
A especialista explica que o primeiro passo a ser tomado pelo RH é estar sempre próximo das equipes e dos gestores. Desse modo, será possível dar o suporte necessário para identificar e solucionar problemas e para motivar os colaboradores. “É importante identificar o propósito e colocar a pessoa certa no lugar certo. Essa pessoa pode continuar na mesma área, e, por exemplo, se ela é movida a desafios, passa a exercer atividades que a desafiem, fazendo com que a empresa retenha esse talento”, diz.
Susanne aponta também para a importância de um bom processo de coaching, no qual o RH tem a opção de contratar um serviço terceirizado, caso necessário. “Esse profissional pode fazer um trabalho mais educativo, para que as pessoas se conheçam mais, trabalhem o autoconhecimento, e dessa forma elas mesmas identifiquem, através de workshops e treinamentos, o que as motiva. Assim, é possível trabalhar a conscientização de cada profissional, que passa a entender que deve ser protagonista da sua carreira, e ele mesmo vai tentar identificar esse propósito. E se a empresa dá esse suporte, melhor ainda”, conclui.
Por Redação