Saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é um estado de bem-estar físico, mental e social, não apenas ausência de doença. Protagonista, a saúde é pauta de boa parte das conversas em qualquer ambiente social, corporativo, familiar.

Nesse contexto, as empresas percebem a importância de tratar a gestão de saúde corporativa como um assunto estratégico e integrado, com foco na qualidade de vida e no bem-estar dos colaboradores. É um investimento que traz, como consequência, aumento do índice de felicidade no trabalho, de produtividade e diminuição do absenteísmo.

Dados da pesquisa “Gestão de Saúde Corporativa”, realizada pela Aliança para Saúde Populacional (ASAP) em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH)*1, com 704 empresas, mostram que 34% dos entrevistados têm a percepção de que a saúde dos colaboradores é considerada apenas como um custo obrigatório para que a companhia não fique em desvantagem frente aos concorrentes.

O curioso é que um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que 70% da cobertura dos planos de saúde vem de planos coletivos empresariais.

A pesquisa da ASAP e da ABRH aponta, ainda, que os gastos com saúde entre 36% das empresas entrevistadas estão acima de 16% dos custos totais da área de Recursos Humanos. E mais: em 59% delas, a sinistralidade está acima de 70%.

É urgente repensar a sistemática para gerar eficiência assistencial dentro das empresas. O mesmo estudo da ASAP e ABRH indica que para 46% dos respondentes a empresa na qual trabalham não possui indicadores para acompanhar a gestão de saúde corporativa.

O caminho é longo. Apesar de termos avançado em meio à pandemia com programas de saúde principalmente relacionados à saúde mental, esses dados mostram a fragilidade da gestão de saúde no ambiente corporativo, com poucos processos, nenhuma integração e sem indicadores de resultados.

Essa dinâmica é um reflexo – e um combustível – que alimenta nosso hábito de lidar com a saúde de maneira reativa, buscando o sistema apenas quando acometidos por algum sintoma ou doença. O resultado? Aumento de doenças crônicas e desperdícios entre 20 e 40% de recursos, segundo a OMS.

É necessário que essa cultura seja mudada e que as empresas liderem esse movimento para alcançar uma medicina mais preditiva e assertiva para seus colaboradores. Isso será possível por meio de uma gestão efetiva da qualidade de vida que inclui a coordenação do cuidado e iniciativas de educação e de engajamento.

A construção desse modelo que integra todas as etapas da jornada de cuidado, da prevenção e atenção primária à medicina de alta complexidade não é o futuro: é uma realidade que deve ser materializada com foco central no colaborador e em suas reais necessidades.

Só assim atravessaremos não apenas o momento de pandemia, mas teremos um olhar perene que integra saúde física, mental e social, com impactos positivos no trabalho, na vida pessoal, na saúde mental e no convívio em sociedade.

Referência:
*1. ASAP, ABRH. Gestão de Saúde Corporativa. Realizada com 704 respondentes, entre janeiro e março de 2020. Empresas participantes: pequeno porte (38%), médio porte (25%) e grande porte (37%).

A pandemia e o novo olhar para a saúde nas empresas

Por Rafael Motta, diretor e head da Dasa Empresas.

 

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