No futebol, conhecer cada um dos jogadores do time para fazer escalações bem embasadas, além de compreender as lacunas, na intenção de realizar novas contratações e criar estratégias que funcionem, é fundamental no dia a dia de um treinador que deseja desenvolver seu grupo e aumentar seu poder competitivo nos campos.
No meio empresarial a realidade não é muito diferente. Ter uma compreensão detalhada da equipe é a chave para elevar o nível de uma empresa e, nesse sentido, o uso de People Analytics é bastante proveitoso.
Essa abordagem se baseia em dados, envolvendo a coleta, processamento, interpretação e distribuição de informações relacionadas aos talentos de uma empresa para obter insights e tomar decisões informadas sobre aspectos como recrutamento, desempenho, engajamento, retenção e desenvolvimento.
Entender, portanto, cada um dos fatores que compõem a equação faz a diferença na hora de garantir um resultado positivo. No dia a dia de uma empresa, a resolução de problemas na gestão de equipes depende da análise estratégica de como cada colaborador contribui dentro da instituição, o que possibilita tomadas de decisões mais certeiras.
Para mais, o uso dessa metodologia é capaz de, inclusive, melhorar a qualidade de vida dos funcionários, aprimorando o fluxo de trabalho, o que impacta diretamente na produtividade da equipe.
Transformação cultural: pessoas como centro do negócio
Apesar de ser uma abordagem muito vantajosa, a aplicação do People Analytics demanda planejamento e noção clara das condições reais nas quais a empresa está inserida, pois depende de uma mudança cultural que se sustente em uma visão que coloca as pessoas como o centro do negócio.
Diferente do que muitos pensam, a análise de pessoas e, consequentemente, o planejamento da força de trabalho, não está necessariamente relacionado com ferramentas sofisticadas, tecnologia e Inteligência Artificial. Nessa abordagem, há muito mais gerenciamento de mudanças e atenção às pessoas do que qualquer outra coisa.
Por isso, para causar impacto positivo no ambiente corporativo, em paralelo, é preciso investir em uma mudança na cultura da empresa. Entender tópicos como onde se deseja chegar, qual a visão de futuro, quem são os clientes e quem são os stakeholders, vai ajudar a compreender a maneira mais eficiente de gerar o efeito esperado.
Com base nesse contexto, é possível perceber que contratar apenas um especialista em dados que entenda de modelos estatísticos e linguagem de programação não sustenta as mudanças que a empresa demanda para se adequar a essa estratégia. Ao lado dele, é profundamente necessário que se tenha alguém que entenda de gestão de pessoas, na intenção de direcionar de forma precisa o uso de dados.
Desta forma, no momento da aplicação das informações e da própria análise, é preciso levantar hipóteses relacionadas aos objetivos da empresa, e em seguida considerar quais dados podem oferecer insumos para a resolução de problemas como retenção de talentos, pouca produtividade e lacunas no time.
Além disso, o uso de análise de pessoas tem seus efeitos potencializados por uma cultura de feedback bem estabelecida, e é de suma importância que os gestores tenham conversas francas com o time com base no direcionamento vindo dos dados, com foco naquilo que é mais útil para o desenvolvimento deles e de seus departamentos.
Em suma, o People Analytics se trata de um meio para evoluir processos fundamentais da gestão de pessoas para agregar valor à organização, e os resultados em campo dependem dos insumos colhidos e das soluções aplicadas durante o treinamento.
No fim, domina a bola no pé o time que tiver melhor fluxo de jogo, presença ativa em campo e estratégias bem estruturadas.
Por Thaylan Toth, CEO e fundador da Mindsight. Formado em Economia e Administração, é também Mestre em Psicologia Organizacional pela Universidade de Columbia, em Nova York, onde também faz parte do SIOP – Society of Industrial and Organizational Psychology. Antes de fundar a Mindsight, passou por empresas como Ambev, Fundação Estudar e Stone Co.
Ouça o RH Pra Você Cast, episódio 146, “Upskilling e Reskilling: os caminhos para a autoaprendizagem“. O “Global Sentiment Survey”, uma das pesquisas mais importantes destinadas ao público de treinamento & desenvolvimento, trouxe uma nova atualização sobre as tendências e preocupações globais dos profissionais do setor. O que não mudou em relação a 2022, porém, foi a primeira colocação entre os temas que a comunidade de T&D enxerga como os de maior atenção para a área – e o topo segue com Reskilling/Upskilling. Apesar de serem palavras já disseminadas, quais suas particularidades? Como as empresas estão enxergando (e aplicando) os conceitos? Qual o caminho para a autoaprendizagem? Falamos sobre tudo isso nesse episódio do RH Pra Você Cast, e quem nos guiou foi Mari Achutti, fundadora e CEO da Sputnik. Acompanhe clicando no app abaixo:
Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:
Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube
Capa: Depositphotos