Como equilibrar a cultura de resultados com um olhar mais humano para as organizações
É comum as empresas adotarem uma cultura com foco em resultados. Um modelo que exige dos profissionais um alto nível de desempenho tendo em mente entregas de excelência, em prazos cada vez mais curtos.
Mas no momento em que pesquisas ao redor de todo o mundo provam que transtornos como ansiedade, depressão e estresse se agravaram em vários países, tenho me questionado continuamente se esse é o modo ideal de gestão de pessoas e até mesmo se é o modo que garante o melhor desempenho dos colaboradores de forma sustentável.
A pandemia desencadeou algumas discussões que por anos foram estigmatizadas dentro das empresas. Todos nós conhecemos pelo menos uma pessoa que afirmava com convicção que trabalhar de casa não funcionaria e se adaptou a essa nova realidade.
O tema saúde mental foi outro que quebrou barreiras e tem sido tratado com prioridade por muitas empresas que buscam oferecer suporte e acolhimento aos colaboradores em seus momentos difíceis, para gerar engajamento e performance no longo prazo. De qualquer forma, sabemos que esse ainda é o pontapé inicial e que temos uma longa trajetória para percorrer no combate ao preconceito ao redor do tema.
Olhando para todos esses aspectos, não seria o momento de repensarmos a cultura focada somente em performance para uma que considere também propósito, engajamento e, sobretudo, a vida dos trabalhadores, de forma integrada?
O desafio que o momento atual nos trouxe é de criarmos laços uns com os outros à distância e sermos os agentes da transformação que o mercado tanto precisa. É preciso contar com o melhor de cada profissional que compõe o time para construir soluções incríveis, que encantem o cliente e resolvam problemas reais: sua criatividade, colaboração, persistência.
Será que é de fato inspiradora uma empresa que abandona um profissional doente? Ao mesmo tempo, como endereçar este tipo de situação para que um integrante que não esteja bem não afete o desempenho e a motivação de todo o time?
Nesse contexto, o líder ganha papel de destaque, indo muito além do guardião dos resultados. Ele será a pessoa responsável por engajar, mesmo que de forma remota, para ajudar as pessoas a criarem conexões e confiança; por acompanhar a saúde mental do time; por acolher situações adversas; por criar um ambiente de segurança psicológica – em que os erros podem ser compartilhados e são vistos como parte do desenvolvimento dos times; e por tomar decisões difíceis.
Mas ele não estará sozinho. A empresa, junto com a sua área de Gente, ficará encarregada de prover direcionamento, instrumentos e o apoio necessários para que ele se sinta preparado para lidar com essa nova rotina, e o aprendizado será coletivo.
E você, o que tem aprendido sobre como equilibrar a construção de resultados sustentáveis com este olhar atento e incansável para as relações humanas?
Por Soraya Bahde, diretora de Gente e Transformação na Alelo.
Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?
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