Muitas empresas já entenderam a importância que as equipes plurais trazem ao dia a dia das empresas e como elas acabam impactando nos resultados financeiros dos negócios. Existem diversos estudos que reforçam isso, e um deles é A diversidade como alavanca de performance, da consultoria global McKinsey, realizado com mais de 1.000 empresas em 12 países.

A pesquisa confirmou que empresas com menor diversidade étnica e de gênero em seus quadros funcionais são 29% menos propensas à rentabilidade do que outras que valorizam a diversidade.

Um dos dados do estudo refere-se às empresas com diversidade de gênero em suas equipes executivas – responsáveis pela maior parte das decisões estratégicas e operacionais– mostrando que são 15% mais propensas a ter uma rentabilidade acima da média do que sem diversidade. De acordo com os dados mais recentes, de 2017, esse número aumentou para 21%.

Além disso, as empresas com mais diversidade de gênero têm 27% mais chances de superar as demais em relação à criação de valor a longo prazo. Ainda segundo o estudo, as instituições que superam o desempenho financeiro médio são as que têm mais mulheres em funções de diretoria.

Já quando falamos de diversidade racial, os dados nacionais não são nada animadores. O estudo “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil”, do Instituto Ethos, mostra que, apesar da população do país ser composta por 56% de negros (pretos e pardos), apenas 4,7% desses grupos se encontram em cargos executivos – ou seja, as empresas brasileiras ainda precisam avançar muito quando se trata da contratação de profissionais negros.

Diante desse desafio de fazer com que a diversidade realmente avance nas empresas, a área de Recursos Humanos tem um importante papel, que é o de apoiar a mudança da cultura institucional visando uma maior inclusão, além de adotar processos de seleção mais inclusivos.

O profissional de RH têm que ter um olhar mais amplo para esse tema, afinal todos já sabemos os benefícios da diversidade, mas quando vamos sair do campo do discurso e começar a praticar o que aprendemos? Acredito que essa é a função do RH nas empresas, apoiar as lideranças/gestores para que tenham, efetivamente, equipes plurais.

Transformar essa responsabilidade em ação não é fácil, mas é possível. O primeiro passo é começar a implementar processos seletivos mais inclusivos, sem os vieses inconscientes que todo ser humano tem.

E como fazer isso?

Com a implementação de análises comportamentais e psicométricas desde o início do processo, pois essas ferramentas não focam no gênero, na raça, na orientação sexual, na idade ou se o candidato tem alguma deficiência. Elas avaliam exclusivamente as características intangíveis do profissional, como talento, disposição para enfrentar desafios, a probabilidade de um dia ele se tornar um líder etc.

Com o uso dessas ferramentas nos processos seletivos, que podemos chamar também de seleção às cegas, conseguimos ampliar a diversidade nas empresas. Além do processo seletivo, o RH tem um papel fundamental: cuidar para que, depois da contratação, o profissional não sofra nenhum tipo de preconceito ou passe por situações vexatórias dentro da empresa, como infelizmente ainda vemos acontecer nos noticiários.

Assim, a responsabilidade de garantir um ambiente acolhedor para o profissional que faz parte dos grupos de diversidade também é do RH. E a área só vai conseguir alcançar um ambiente corporativo inclusivo e saudável se investir em treinamento, orientando sobre a criação de comitês e projetos de diversidade–iniciativas que podem garantir não só a presença de profissionais com marcadores de diversidade nos quadros funcionais, mas principalmente para que, ao serem contratados, eles possam construir uma carreira na empresa, ascendendo também a postos de comando.

Como especialista em Recursos Humanos, que acompanha a abertura de vagas e lidando diretamente com as demandas dos clientes, tem sido uma grande alegria ver que as empresas estão se preocupando mais em garantir a inclusão e valorização da diversidade em seus quadros funcionais, mostrando que estão atentas às demandas de nossa sociedade.

Prova disso é que muitos clientes estão solicitando a criação e o gerenciamento de processos exclusivos para profissionais negros, LGBTQPIA+ e profissionais acima dos 50 anos.

Para nós, que valorizamos a diversidade em todas as nossas iniciativas, isso é algo que traz grande alegria, pois entendemos como uma forma de reconhecer a importância do RH dentro das estratégias de diversidade.

Afinal, a área de Recursos Humanos é e sempre será a porta de entrada para os profissionais nas empresas e quando podemos sair do discurso para a prática é que comprovamos o valor de nossa participação dentro do processo de transformação rumo a uma sociedade efetivamente mais justa, inclusiva e igualitária.

Diversidade nas empresas só avançará com o apoio do RH

Por Nadjane Oliveira – Psicóloga e gerente de Operações do Grupo Soulan.

 

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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