“Que filhos queremos deixar para o mundo”. startups Escola de Pais XP

Começar esse tema com essa frase é a melhor forma de entender o que vem por aí no mercado de trabalho, as prioridades e oportunidades.

Antes vamos entender qual geração estamos vivendo?

  • Geração X: nascidos entre 1960 e 1980 (atualmente com 40 a 60 anos)
  • Geração Y (millennials): nascidos entre 1980 e 1995 (atualmente com 25 a 40 anos)
  • Geração Z: nascidos entre 1995 e 2010 (atualmente com 10 a 25 anos)
  • Geração Alpha: nascidos a partir de 2010 (atualmente com até 10 anos).

Esta última, a real geração digital, nasceu num mundo onde as desconexões tecnológicas não fazem sentido, tanto entre eles, como entre as coisas que os circundam no dia a dia, Internet das Coisas.

De acordo com um recente estudo, cerca de 54% dos jovens da GenZ indicaram o desejo de começar seu próprio negócio.


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Contudo, existe um viés neste estudo que, ao final de 2021, uma grande universidade paulista convidou um grupo de investidores anjo, onde fiz parte deste grupo, para analisar startups com um grupo de alunos, e depois da análise alguns de nós teve a oportunidade de conversar com vários desse alunos e mais de 70% desses alunos declarou não querer empreender e sim fazer carreira corporativa.

Será que esses jovens querem mesmo empreender quando olhamos para os dados do mercado somente 74% das startups passam do quinto ano de vida?

E mais, essas que passam o time é composto por um profissional sênior e os demais têm entre 30 e 35 anos ou entre 10 a 15 anos de mercado.

Já que as formas de como trabalhar e estudar mudaram e muito para essa geração, no trabalho eles entendem muito bem o formato NÔMADE DIGITAL, e buscam essa liberdade de atuação, uma vida com propósito e possibilidades de ajudar na sustentabilidade, e as tecnologias permitem isso.

Imagine você fazer o seu trabalho em lugares do mundo, sem comprometer a qualidade da entrega, muito pelo contrário.

Esse pensamento tem um impacto direto nas corporações, como essa geração as vê e o que exigem delas. A exemplo disso, o jovem entende o dinamismo das novas funções que estão surgindo a cada momento, e sobre essa convergência questionam se as empresas vão contribuir com o hard skill dele, para assim obter uma melhor evolução e performance.

A outra opção das novas gerações é experimentar um ano sabático ou trabalhar em um local renomado para obter experiência profissional e descobrir a carreira que desejam seguir. Essas escolhas não são um caminho sem volta.

Com esse olhar, a pergunta: O que você quer ser no futuro cai por terra, o que é certo então?

E isso não é tudo. Uma parcela significativa desses jovens está pensando duas vezes sobre a necessidade da faculdade, com suas dívidas e custos, para atingir seus objetivos.

Ir para a faculdade ainda é uma opção, mas o mesmo valor atribui-se para um ano sabático no qual é possível combinar trabalho, viagem e voluntariado para aprender mais sobre o que é importante na vida.

O desprendimento das coisas materiais para essa geração tem um impacto muito forte, não à toa o sucesso de assinaturas e locações ter como grandes consumidores essa geração, indo de veículos de mobilidade, a casas completamente mobiliadas, onde você entra somente com suas coisas mais pessoais.

O desapego para essa geração é o maior bem que possuem, qual o futuro dos negócios como a casa própria então?

Em outra pesquisa feita pelo Workplace Trends: GenZ vs Millennials vs Baby Boomers realizado pela Comparably, quando os jovens da GenZ foram questionados se um aumento é mais importante para eles do que uma promoção de título, eles concordaram amplamente.

O que isso quer demonstrar é que naturalmente estão mais próximos da aposentadoria e, em tese, se preocupam menos com a carreira nesse estágio da vida laboral.

Quando falamos de quais habilidades pessoais esses jovens entendem ser necessárias para alavancar na carreira, essa mesma pesquisa revela que a “persistência” é o fator mais importante, já o maior temor é inversamente proporcional, a saúde mental por conta do alto nível de estresse.

Do lado das empresas estamos vendo alguns pontos bem interessantes que já corroboram com essa perspectiva dos jovens da GenZ

Em uma pesquisa realizada pela Society for Human Resource Management (SHRM) com jovens (18-29 anos), adultos de meia idade (33-50 anos) e trabalhadores mais velhos (51-84 anos), totalizando 247 pessoas, os participantes descreveram as qualidades que podem ser verdadeiras de pessoas de outro grupo etário (seus estereótipos).

Eles também descreveram as qualidades que as outras pessoas podem ter sobre sua própria faixa etária (meta-estereótipos).

Uma pergunta que faço é: Se você tiver que fazer um curso hoje, considerando que é da GenX ou GenY, com quem gostaria de fazer? Alguém da própria geração ou da GenZ?

Algumas empresas já entenderam essa nova perspectiva em relação ao trabalho e começaram a adotar algumas premissas na contratação dos colaboradores que são:

. Mais concorrência profissional – elas olham para candidatos com melhores skills, não olhando idade ou quão longe esse profissional vive

. Adeus trabalho de uma vida inteira – Os profissionais buscam trabalhar cada vez mais em projetos específicos.

. Estudos em quaisquer plataformas – os hards skills estão em toda a parte e as novas funções fazem com que busquem esses novos conhecimentos.

. Escritório onde você quiser – a liberdade é a palavra chave a qualidade de vida, o propósito é permitir que essa geração seja mais internacional que as anteriores.

. Globalização – a partir das novas tecnologias caem as barreiras geográficas os negócios estão cada vez mais interligados.

. Novas profissões – as novas profissões já estão aí e muitas ainda hão de surgir, instigante, não? Fruto da evolução científica e tecnológica, cerca de 70% das crianças de hoje em dia irão atuar em profissões que ainda não existem.

Responder a pergunta inicial é mais difícil do que parece, tem várias coisas que podemos aprender com eles:

  • Primeiro, a quebra de paradigma sobre alguns valores, principalmente do apego;
  • Segundo, o olhar pro mundo e qualidade de saúde e mente;
  • Terceiro, será que o individualismo deles está errado?

Precisamos ter um pouco de egoísmo sim, por que não, mas como nem tudo é tão belo assim tem o outro lado.

O ponto crítico nessa geração é o foco, esse é o ponto nevrálgico deles com toda essa abertura e liberdade o foco se perde no caminho.

Aqui o ponto de vantagem das gerações anteriores. Se todos nós olharmos esses prismas pôde-se chegar a um olhar de carreira futura muito mais interessante.

O ponto é: você está preparado para entender, quebrar seus paradigmas de valores e ter uma vida mais leve?

Minha frase para isso é: Não determinamos qual é o mundo melhor, te damos os parâmetros para você criar o seu mundo melhor.

Carreira e futuro: as prioridades das próximas gerações

Por Ricardo Voltan, Investidor anjo, empreendedor, mentor e conselheiro de negócios. Auxilia na implementação de governança em operações e no desenvolvimento de negócios. No universo de startups, é conselheiro pelo IBGC e mentor pelo Inovativa Brasil, IdeiaGov e Goldstreet Venture Capital e investidor anjo na FEA Angels e co-founder do O BOARD.

 

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