Marcado: Carreira
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maio 11, 2021 às 2:04 pm #8829AnônimoInativo
O relato de uma líder reconhecida como mulher e profissional, gosto muito da analogia: “a brincadeira é para a criança o que o trabalho pode ser para o adulto”. O trabalho, remunerado ou não, é a profissão que aquela mãe escolheu para a sua vida. É sua fonte de prazer, da mesma forma que a brincadeira é para a criança. É maravilhoso quando uma mulher/mãe encontra fonte de prazer na sua profissão, para além da maternidade e do casamento.
Na minha primeira gravidez, quando meu chefe me perguntou se eu ainda estava interessada na promoção, fiquei positivamente surpresa com o gesto de empatia dele, em se preocupar se de fato eu estava interessada, e na certeza dele de que eu era a pessoa. Algum tempo depois eu comuniquei minha segunda gravidez justamente na conversa sobre uma nova promoção, então o mesmo chefe me parabenizou duas vezes, pela promoção e pela gravidez.
Dados de estudo realizado em 2020 pelo Instituto Holandês de Direitos Humanos, mostram que 20% das mulheres foram dispensadas como candidatas devido a gravidez, maternidade ou pela intenção de ter filhos, e 34% das holandesas ainda relataram que estavam prestes a assinar o contrato quando souberam da gestação, e as condições mudaram ou foram retiradas pelo contratante na última hora.
Para complicar ainda mais a situação, a pandemia agravou o quadro do desemprego da ala feminina, só na América Latina agora são 13 milhões de mulheres sem emprego, segundo dados da OIT – Organização Internacional do Trabalho.
O que limita a mulher não é a gravidez, mas sim, o preconceito que ainda existe nas muitas narrativas femininas. Não existe a separação da vida pessoal e profissional, existe a integralidade delas, a organização de tempo, para administrar a sua agenda e encontrar como a mãe e a profissional podem conviver juntas.
A minha vida pessoal não anula a minha carreira profissional, ambas são fontes de prazer e realização, a maternidade só potencializou a minha história de resultados intensos como líder de uma multinacional e agora cofounder do Todas Group. O líder que não enxerga esse potencial está limitando o crescimento de todas as mulheres e os resultados de suas empresas.
Sei que meu caso ainda é um exemplo distante a ser seguido, mas fica um convite a todos os líderes homens e mulheres, a gravidez não anula o talento, a performance ou os bônus que as mulheres conquistaram ao longo de suas carreiras. Não anule essa mulher, ela existe e ela tem desejos e competências. Impulsione essa mãe, mulher e líder.
*Tati Sadala é cofundadora do Todas Group, plataforma digital que acelera carreiras femininas. Em sua trajetória profissional atuou durante 14 anos na Johnson & Johnson e na Coca-Cola. Tati possui MBA IE Business School em Madrid; Programa Executivo na Singularity University na Nasa e Creative Leadership em Stanford.
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