A quinta edição da Pesquisa Diversidade e Inclusão nas Empresas 2022/2023, do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, pelo segundo ano realizada em parceria com a revista Época Negócios, mostra o longo caminho que o Brasil precisa percorrer para diminuir a desigualdade salarial e, consequentemente, de renda no ambiente empresarial.
Das 199 empresas participantes – 71% de porte grande, 21% médio e 6% pequeno -, quase metade (47,74%) diz que monitora a relação entre o maior salário e a média salarial dos demais empregados, porém, apenas 15,58% estabelecem metas para reduzir essa distância salarial dentro da companhia.
Outro dado com viés negativo da Pesquisa Diversidade e Inclusão 2022/2023 aponta que apenas 32,66% das 199 empresas possuem metas para que a proporção de funcionários negros siga a mesma do perfil demográfico regional. Por outro lado, 75,88% das empresas disseram eliminar a diferença salarial injustificada entre empregados brancos e negros.
Caio Magri, presidente do Instituto Ethos, destaca que o combate à desigualdade é prioritário para a entidade. “Elegemos o tema das desigualdades, e em especial as de salário e renda nas empresas, como prioridade da atuação do Ethos em 2023. Os resultados da nossa pesquisa reafirmam que há muito a fazer ainda nesse sentido”, diz.
Magri afirma, também, ser necessário criar, aplicar e mensurar políticas públicas e empresariais que ajudem a reduzir as desigualdades, caso contrário, o país enfrentará enormes dificuldades em seu desenvolvimento econômico e social.
Um dado que apresentou leve melhora foi o da quantidade de empresas que incluem o aspecto de reconhecimento de resultados de promoção da diversidade e inclusão em seus programas de remuneração variável, passando de 34% para 37,69%. Com relação aos cargos em quadro de gerência e executivos, 43,65% das empresas afirmam ter metas para reduzir a desproporção entre negros e brancos.
Desigualdade de salário entre homens e mulheres
Quando o recorte da pesquisa observa a meta de redução da desigualdade salarial entre mulheres e homens, 66,33% das empresas afirmam buscar a redução de diferenças entre gêneros quando exercem a mesma função. Além disso, 43,22% das empresas disseram priorizar mulheres nos planos de sucessão das áreas core do negócio, e 53,27% estabelecem metas para que as mulheres ocupem, no mínimo, 30% dos cargos de liderança até 2030.
Ainda assim, a quantidade de empresas que declaram ter metas para reduzir a desproporção dos cargos ocupados por homens e mulheres em quadros gerenciais e executivos não avançou de um ano para o outro, variando de 58,66% para 59% das respostas.
No início deste mês, a Câmara aprovou proposta para instituir medidas que garantam salários iguais para homens e mulheres com a mesma função, obrigando as empresas a divulgarem relatórios de equidade salarial. O projeto está em avaliação do Senado.
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Campanhas de conscientização
Outros dados trazidos pela pesquisa Diversidade e Inclusão mostram que houve um decréscimo nas campanhas internas de conscientização sobre diversidade. Baixou de 97% para 90,45% o número de empresas que afirmaram realizar campanhas com temas de gênero; de 96% para 90,9% (pessoas negras), 95% para 87,84% (pessoa com deficiência), 95% para 90,45% (pessoas LGBTI+). Enquanto, por outro lado, as campanhas sobre diversidade geracional aumentaram de 50% para 73,87%, sobre refugiados de 31% para 53,61%, sobre indígenas, permaneceu estável (57% para 57,7%).
Acesse a íntegra da Pesquisa Diversidade e Inclusão nas Empresas aqui.
Por Redação