A pandemia do novo coronavírus deve fazer com que o home office cresça 30% mesmo após o período de estabilização dos casos de Covid-19 e retomada das atividades. Isso é o que aponta um estudo realizado pelo professor André Micelo, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Pensando nesse crescimento, é fundamental que as organizações olhem, mesmo a distância, para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. De acordo com dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, de 2012 a 2018, o Brasil registrou 16.455 mortes e 4.5 milhões acidentes. No mesmo período, gastos da Previdência com Benefícios Acidentários corresponderam a R$79 bilhões.

Segundo Rodrigo Pires de Araújo, CEO da GlobalWork Serviços em Saúde e Segurança do Trabalho, em um cenário ideal, é necessário analisar os riscos nos ambientes e propor medidas que busquem eliminar e/ou minimizar todos eles.

“Não conseguiremos verificar essas condições nas milhares de residências dos colaboradores, então, penso que cada vez mais a tecnologia e todos os meios eletrônicos terão que ser utilizados a favor da gestão em saúde ocupacional de forma eficiente e em tempo real”, destaca.

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Home office não faz os riscos desaparecerem

O primeiro passo em uma gestão que preza pela saúde e segurança no trabalho, de acordo com Araújo, seria criar uma política específica para essa atividade, mensurar todos os riscos nos ambientes residenciais, orientar de forma proativa os colaboradores sobre eles e quais medidas deverão ser adotadas nesse sentido.

“Um cuidado muito importante é não subestimar a possibilidade desses colaboradores sofrerem algum tipo de acidente ou doença do trabalho em suas residências, pelo contrário, terá que ser feita uma atuação diferenciada com monitoramento e aplicação de uma cultura de saúde e prevenção. Diria, a quem ainda não estruturou algo, iniciar o quanto antes com os passos acima e, além disso, utilizar da tecnologia e tudo que ela possui para que consiga fazer de forma abrangente para todos os colaboradores e com eficácia”, pontua.

De acordo com o CEO da GlobalWork, os profissionais de segurança do trabalho e saúde ocupacional serão peças-chave na criação de políticas específicas, processos, treinamentos, orientações constantes e, em uma segunda fase, “a tecnologia das empresas deverá ser adaptada e melhorada dando uma atenção para essas questões tão importantes visto que essa força de trabalho a distância será essencial para o crescimento e escalabilidade das organizações”.

Por Bruno Piai