Faltam poucos dias para o Natal. Por trás de todo o simbolismo da data, há não apenas os preparativos para um momento de união e confraternização, como também a reflexão sobre mais um ano que se aproxima do final. Além disso, é claro, o período natalino traz à mente os nossos maiores sonhos, sejam eles de caráter pessoal ou profissional. A única diferença é que, agora, eles não são expostos em uma carta endereçada ao Polo Norte. Afinal, também, em meio a uma rotina tão corrida, tantas e tantas vezes mal temos tempo para pensar neles e, por vezes, até os esquecemos.

Apesar disso, quem foi que disse que o Papai Noel não está disposto a tornar reais os nossos desejos? Talvez seja necessário apenas voltar a compartilhá-los. Por isso, convidamos nove profissionais de Recursos Humanos para contar qual seria o presente de Natal perfeito do bom velhinho para os RHs brasileiros. Confira os pedidos:


Amanda Diaz, Diretora de Cultura na keeggo

Desejo a todo RH uma área exclusiva de cultura que tenha por objetivo fazer convergir os comportamentos valorizados na firma com o negócio. Essa área precisa ter o superpoder de fazer perguntas que estimulem a reflexão e impulsionem o desejo de ação para criação de práticas e hábitos que conversem diretamente com o propósito da firma. É poder ir além do padrão de mercado e, realmente, entender a essência da empresa para ser a voz da consciência que irá ponderar em todos o equilíbrio dos valores da empresa nas tomadas de decisões.

Amanda Diaz - Keeggo

Isso é sem dúvida um grande desafio para os RHs, pois exige foco e priorização para conversas difíceis, construção de pensamentos e nada de respostas prontas. Costumamos dar atenção à ordem prática e aos problemas facilmente identificados, que usualmente são as disciplinas mais tradicionais do RH, sobrando pouco tempo para pensar na cultura.

Os problemas de ordem cultural são apresentados em camadas e, por isso, é necessário atenção aos detalhes, estímulo às conversas e ousadia para apontar aquilo que muitas vezes não está sendo dito.


Caio Murtinho, HR Manager da KPMG Brasil

Eu desejo, enquanto profissional de RH, que o quanto antes, para o próximo ano, o Papai Noel possa nos trazer vagas, empregos, trabalhos que estejam conectados com os nossos propósitos.

A pandemia nos mostrou, mais uma vez, o quão valioso é o nosso tempo. Em sua maioria, as pessoas passam a maior parte do seu tempo no trabalho. Ou em casa, mas trabalhando ou pensando no trabalho. Mas o nosso exercício de estar conectado a uma empresa, a uma função, a uma entrega, quando ligado a um propósito, vai nos satisfazer muito mais. Então, meu desejo é que no próximo ano as pessoas possam se conectar ainda mais com o seu propósito.

Caio Murtinho - KPMG

Que nós, enquanto RHs, possamos pensar em vagas e posições que transformem o dia de trabalho em algo realmente encantador, nas quais as pessoas possam ser felizes e possam ter propósito e se realizar. Entendo que assim todos nós traremos toda a nossa dedicação e muito mais empenho.


Cynthia Gonçalves, Gerente Corporativa de Treinamento, Desenvolvimento e Recrutamento da Usiminas

Para 2023, desejo que as organizações avancem para um RH orientado a dados, executando na prática as oportunidades que a comunidade tem identificado como tendências tecnológicas para os próximos anos: Transformação Digital e People Analytics. Dessa forma, conectaremos cada vez mais as áreas de negócios e poderemos acelerar a evolução para um RH mais estratégico, principalmente diante dos desafios do cenário econômico global. 

Espero que cada momento deste avanço seja repleto de análises de pessoas orientadas a dados, com os profissionais de RH aplicando no dia a dia a técnica do discurso do elevador. O que nos permite explanar de forma precisa e rápida todo o ciclo de análise, que vai desde a pergunta até o impacto do resultado em processos.

Cynthia Gonçalves, Gerente Corporativa de Treinamento, Desenvolvimento e Recrutamento da Usiminas

Que este novo ano seja de transformação, pois estar orientado a dados requer ser orientado a perguntas que são a base para a coleta dos dados, da estruturação da análise e de um excelente storytelling. Esse processo é que dá suporte à tomada de decisão que envolve os colaboradores.

Então, enquanto profissionais de treinamento e desenvolvimento, vamos aproveitar este momento de reflexão para planejarmos 2023 com o olhar de como inspirar as pessoas para a mentalidade orientada a dados. Rumo ao futuro! Desejo a todos e todas um feliz Natal e um 2023 transformador!


Edmaira Truzzi, Diretora-Executiva de Pessoas e Change Management da Inmetrics

Faríamos um planejamento para receber de presente, desse bom velhinho, suas competências, boas práticas e habilidades. Os RHs do Brasil precisam cada vez mais fazer as melhores escolhas, sabendo priorizar as demandas e tendo sempre o colaborador no centro da tomada de decisão. É um super desafio, pois assim como o Papai Noel, lidamos diariamente com expectativas. E, vamos combinar que esse papel ele faz muito bem, não é mesmo?

Edmaira Truzzi, diretora-executiva de Pessoas e Change Management da Inmetrics

Dois belíssimos presentes de Natal para todos nós, profissionais de RH, seriam a generosidade e a empatia. Portanto, que sejamos generosos e empáticos uns com os outros (e conosco também) em todas as companhias as quais atuamos. Pois, será por meio dessas competências e práticas que embarcaremos em agendas que têm o poder de transformar não só as empresas as quais trabalhamos, mas o mundo em um lugar melhor, mais diverso e respeitoso. 

Que tenhamos em 2023 o planejamento impecável do Papai Noel, que sejamos organizados, generosos, habilidosos e que o trabalho em equipe seja o nosso destaque. Que todos nós saibamos contratar e desenvolver um time diverso e unido. Que estejamos sempre atentos cuidando da nossa marca empregadora e da experiência tanto dos nossos colaboradores, mas também dos nossos candidatos.


Emanuella Velez, Consultora de Gente e Gestão da Krona Tubos e Conexões

O meu presente perfeito é simples, e nessa simplicidade ele se torna mágico. Por isso, quero do Papai Noel um RH 4.0 no qual os profissionais da área não esqueçam que são as pessoas o maior capital ativo da organização.

Esse é o meu desejo porque o mundo mudou e a gente também precisa mudar. Mas isso não significa esquecer o nosso lugar e tampouco de ocupar a nossa posição enquanto área que cuida de gente. É o meu desejo porque, apesar de toda a tecnologia, ainda são as pessoas que conectam os resultados. Por isso, precisamos estar menos na sala e mais perto do humano.

Emanuella Velez, Consultora de Gente e Gestão da Krona Tubos e Conexões

É meu desejo porque precisamos encontrar formas de cooperar junto às lideranças e, quem sabe, nesse trabalho em conjunto, lembrar que Gestão de Pessoas não é com o RH. Desejo que, de forma estratégica, claro, consigamos apontar soluções enquanto parceiros do negócio. 

Esse é o meu pedido, porque precisamos nos apropriar do que entendemos de verdade: pessoas! E que nessa apropriação, a gente consiga gerar um ambiente saudável, equilibrado, com colaboradores felizes e com rentabilidade. O meu presente vai ajudar os RHs do Brasil a não perderem de vista a nossa missão: desenvolver pessoas, e isso, por si só, já traz consigo todos os encantos do Natal.


Jessica Martins, Fundadora e CEO da People Academy

Tenho certeza que o RH vive um momento único. Há demanda, espaço, tecnologia disponível e profissionais cada dia mais preparados, porém, apesar de todo o cenário favorável, ainda existem alguns aspectos que tornam o dia a dia da área desafiador. Por isso, eu desejo que a liderança seja mais parceira. Ela precisa entender o papel do RH e aprender a construir junto para chegarmos mais longe. Desejo que tenhamos espaço para testar, propor inovação e pivotar sem estresse. Muitos profissionais da área têm buscado se capacitar, mas não conseguem aplicar nada dentro da própria empresa.

Jessica Martins, Fundadora e CEO da People Academy - Crédito: Kattiany Lima

Sonho também para que exista investimento por parte da empresa para que os projetos de RH possam fluir. E almejo que toda empresa compreenda que não tem como mais fugir da digitalização. Precisamos de mais tempo para sermos estratégicos.

De um lado, eu vejo muitos profissionais de RH se capacitando para ocupar um lugar estratégico, mas o próximo passo, agora, são as empresas abrirem espaço de verdade para a nossa transformação como área.

Júlio Pio Papa, Head de Pessoas & Cultura no Sebrae For Startups

Uma das dificuldades que a área de RH tem é a falta de orçamento para realizar ações importantes durante o ano. Pensando nisso, tenho, na verdade, dois pedidos como presentes para fazer ao Papai Noel para os RHs brasileiros. Será que ele atenderá?

Júlio Pio Papa

O primeiro é que todos os RHs do país tenham um bom orçamento, de acordo com as empresas onde atuam, para realizarem todas as ações mais importante para 2023 referentes às pessoas, pois tudo é sobre pessoas.

Já o segundo é que o Papai Noel toque o coração de mais pessoas em posições de alta liderança nas empresas existentes no Brasil, para que apoiem as iniciativas da área de Pessoas, pois sei que muitas ainda precisam desse apoio para tocar ações durante o ano. É um problema que não tenho e que desejo que os outros RHs também não tenham.

Marcia Lourenço, Diretora de RH da Europ Assistance Brasil

Presenciamos e sentimos uma guerra que parece não ter fim. Inflação crescente em lugares jamais imaginados, novas formas de trabalho e uma pandemia que insiste em nos seguir afetaram tanto as empresas quanto as economias. Além disso, nos deparamos não só com a falta de talentos, mas com as demissões silenciosas, com empresas procurando ser mais coerentes e psicologicamente saudáveis em seus ambientes e com uma busca incansável por serem mais diversas e inclusivas.

Marcia Lourenço, diretora de RH da EABR

Todos esses temas não são novos no mundo do RH – alguns mais, outros menos. O que está diferente é a rapidez que temos que dar respostas a todas estas questões para a sustentabilidade do negócio. A questão aqui, também, é que RH acredita que precisa “cuidar” de tudo isso sozinho(a), sem um engajamento efetivo de toda a liderança da empresa.

Assim, o presente perfeito é que tenhamos mais consciência e menos arrogância. Mesmo que continuemos com estes ou que venhamos a ter novos desafios, não precisamos fazer tudo sozinhos. E que mais líderes abracem, se engajem em todos estes desafios, que também são deles.

Mayran Santana, Senior Tech Recruiter da Creditas

Eu gostaria de presentear os RHs com o reforço da importância do “pilar de pessoas” para que saibamos que um dos nossos deveres é apoiar na construção de espaços plurais, disseminando a sua riqueza diante das estratégias para a transformação do negócio.

Mayran Santana - Senior Tech Recruiter da Creditas

Porque afinal, temos produtos, serviços e processos feitos por pessoas para pessoas, não é mesmo?

Sendo assim, o meu desejo é que os RHs tenham lentes propositivas para o valor da pluralidade no processo de inovação, para que o futuro seja justo, seguro, diverso e sustentável.

Por Redação