Em um mundo cada vez mais acelerado, a vida pessoal e o bem-estar ganharam mais importância para os trabalhadores, que priorizam a qualidade de vida sobre as oportunidades de crescimento na carreira. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa realizada pelo site de empregos Indeed, que avaliou a opinião dos profissionais brasileiros sobre o futuro do trabalho.

Para mais de um terço dos entrevistados, o bem-estar no trabalho e horários mais flexíveis são prioridades para os próximos cinco anos. As duas respostas, dadas por 38% dos participantes, foram a segunda e terceira escolhas mais populares, atrás apenas da preocupação por maiores salários, uma busca de 58% dos participantes.

“Faz sentido que, em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, os profissionais se coloquem em primeiro lugar. Afinal, sem cuidado com a saúde mental e o bem-estar, é mais difícil avançar na carreira, manter a produtividade e encontrar oportunidades de desenvolvimento”, aponta Lucas Rizzardo, diretor de vendas do Indeed no Brasil.

A busca por mais qualidade de vida e autovalorização apareceu acima de outras alternativas que geralmente são muito procuradas como reconhecimento no cargo atual (37%) e oportunidades de desenvolvimento de carreira (34%). Outros objetivos populares para os próximos cinco anos incluem menos horas de trabalho por semana (27%), melhores oportunidades de treinamento (21%) e o fornecimento de equipamentos tecnológicos adequados para uso diário (18%).

A busca por mudanças nesses aspectos se alinha com as principais preocupações que os trabalhadores têm sobre seus papéis nos próximos cinco anos. O medo de que o salário não cresça na mesma taxa que a inflação preocupa 49%, enquanto um pior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é uma preocupação para 39%. Além disso, 18% temem que suas horas de trabalho se tornem mais longas.

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Esperança frente à desconfiança

Mesmo com as preocupações, quando perguntados sobre como se sentem em relação às possíveis mudanças no trabalho nos próximos cinco anos, a maioria dos entrevistados expressou otimismo. Mais de 30% relataram que se sentem determinados (18%) ou motivados (16%), enquanto 10% disseram que estão animados. Aqueles que se sentem preparados (9%), capacitados (8%) e confiantes (7%) somam 24% dos entrevistados.

Para Rizzardo, o fato de 24% dos entrevistados indicarem sentir ansiedade (12%) ou cautela (12%) em relação às mudanças é esperado. “É normal haver alguma preocupação em relação às mudanças tecnológicas e à necessidade constante de atualização. Em nossa pesquisa, 26% dos profissionais afirmam que estão preocupados que seus conhecimentos e habilidades atuais se tornem obsoletos, enquanto 13% temem que a automação torne seu trabalho irrelevante”, diz. “Os profissionais entendem que o mercado está mudando e, embora esse movimento gere alguma incerteza, também há o desejo de melhorar e dar o próximo passo.”

Isso se mostra quando olhamos para os dados significativamente baixos sobre o volume de profissionais que desejam deixar as áreas em que trabalham hoje. Apenas 3% disseram ao Indeed que querem mudar de carreira e deixar o setor em que trabalham, enquanto somente 1% expressou arrependimento sobre a escolha profissional que fizeram — aqui, a resposta está relacionada à falta de empregos na área onde vivem. Estes são sinais adicionais de que há uma maior tendência de que os trabalhadores permaneçam nos mercados atuais e um baixo nível de insatisfação, apesar das incertezas.

Por Redação