A maioria dos profissionais em cargos de liderança no Brasil (80%) se sentiu pressionada para adaptar as políticas do local de trabalho e oferecer maior flexibilidade aos times desde o começo da pandemia de Covid-19. De acordo com uma nova pesquisa do LinkedIn, essa demanda veio principalmente dos funcionários (46%), que passaram a pleitear maior poder de escolha sobre onde e quando trabalhar. Entre outros fatores, aparecem também o governo (38%), os próprios líderes da empresa (35%),  investidores (32%), concorrência (27%) e imprensa (23%). 

O Brasil é o terceiro país onde a liderança se sente mais pressionada, ficando atrás da Holanda (93%) e Irlanda (82%) e a frente de Reino Unido (78%), França (76%), Alemanha (74%), México (75%), Espanha (67%) e Estados Unidos (65%), localidades onde a mesma pesquisa foi rodada. De acordo com Ana Claudia Plihal, Executiva de Soluções de Talentos do LinkedIn,  essas diferenças são causadas, muitas vezes, pelas culturas e pela situação da economia de cada localidade.

“Quando comparamos o Brasil com os Estados Unidos, por exemplo, temos uma diferença de 15% neste sentimento de pressão por parte dos líderes, o que é bastante significativo e uma consequência dos diferentes momentos que os países estão vivendo em relação ao retorno aos escritórios. A pandemia ainda não acabou e, aqui, a flexibilização das medidas começou a ser colocada em prática com mais vigor recentemente, por isso, há mais dúvidas do que certezas no país. No entanto, vale dizer que ao mesmo tempo que os líderes estão se sentindo pressionados, eles também estão otimistas com este novo cenário. A possibilidade do trabalho remoto – parcial ou integralmente – abre uma série de opções e modelos que estão mudando, inclusive, a relação dos profissionais com o trabalho”, afirma. 

Neste contexto, as habilidades necessárias para a gestão de equipes também estão sendo repensadas para atender este novo modelo de trabalho. De acordo com a pesquisa, os executivos brasileiros consideram a adaptabilidade (52%) e a comunicação (48%) como competências essenciais para reagir a estas mudanças. Na lista, aparecem ainda empatia (44%), integridade (41%), capacidade de inspirar (41%), liderança inclusiva (36%) e confiança (35%),  por exemplo. 

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Modelo de trabalho híbrido 

Apesar da preocupação, o estudo também revelou que mais da metade (57%) dos líderes entrevistados dizem que já fizeram mudanças em sua política de trabalho desde o início da pandemia, com um terço (35%) planejando outras alterações em breve. Essa busca por um modelo de trabalho mais flexível se reflete nas prioridades de curto prazo das companhias, uma vez que 84% dos gestores entrevistados dizem que transformar digitalmente seus negócios para apoiar novas maneiras de trabalhar e estabelecer novos formatos são áreas importantes nas quais é preciso se concentrar nos próximos 6 meses. 

Ao todo, 40% dos executivos afirmam ainda que pretendem oferecer uma nova política de trabalho flexível a longo prazo, enquanto outros 14% dizem que vão oferecer trabalho flexível a médio prazo. Cerca de 38%, no entanto, acham que essas mudanças são de curto prazo. 

Apesar dessa diferença em relação ao futuro, a grande maioria dos líderes (93%) está introduzindo cursos de treinamento para ajudar gerentes e funcionários a se adaptarem a este novo momento. 

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Diversidade no ambiente de trabalho 

Cerca de 89% dos líderes acreditam que uma mudança para uma configuração de trabalho mais flexível pode ajudar a melhorar a diversidade de sua força de trabalho. Os principais motivos pelos quais eles pensam dessa forma são: atração de uma ampla gama de pessoas devido a maior flexibilidade (55%) e ampliação do acesso aos candidatos que normalmente teriam algum tipo de dificuldade de ir ao escritório para participar do processo seletivo (55%).

“Com a comprovação da eficácia desse modelo de trabalho remoto, as empresas mudaram o processo de recrutamento, tornando-o mais virtual. Pessoas de outras cidades, estados ou países passaram a ser consideradas. Este é um movimento que já vinha acontecendo, mas que ganhou força atualmente. Assim, vemos que a pesquisa reforça que ainda há uma série de obstáculos e incertezas por parte da liderança, mas ao mesmo tempo, um otimismo quanto a construção de equipes diversas que trará benefícios tanto para os funcionários atuais, quanto para os novos talentos que virão”, afirma Ana Claudia. 

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Metodologia

O LinkedIn contratou a YouGov para entrevistar 250 executivos no Brasil em organizações com mais de 1.000 funcionários e faturamento anual de mais de R$ 250 milhões (R$ 1,3 bilhão). A pesquisa foi realizada virtualmente entre os dias 4 de agosto e 1 de setembro de 2021.

Por Redação