Três em cada quatro (73%) entrevistados de uma pesquisa realizada pela KPMG com executivos afirmaram que as empresas que eles administram sofreram, nos últimos três anos, pelo menos uma interrupção significativa nos negócios que é diretamente atribuível a terceiros. Cerca de 40% deles apontaram três ou mais interrupções como perda monetária ou dano à reputação. O estudo ouviu 1.263 executivos seniores que atuam com gestão de terceiros em grandes empresas de 16 países, inclusive o Brasil, e seis setores.

O levantamento da KPMG mostrou ainda que o gerenciamento de terceiros (da sigla em inglês TPRM) foi apontado como uma prioridade estratégica para 85% das empresas, representando um crescimento em relação aos 77% antes do surto da pandemia da Covid-19.

“Os líderes de gerenciamento de riscos nos dizem que, durante a pandemia, os membros do conselho e executivos começaram a prestar ainda mais atenção ao programa de gestão de terceiros. Os pontos fracos deste modelo operacional levaram à perda de oportunidades para mitigar riscos e estão demonstrando ser um grande problema para as empresas. Essa análise destaca como as interrupções causadas por terceiros estão tendo um impacto significativo no desempenho e, provavelmente, se tornarão mais comuns caso medidas para melhorar a gestão não sejam tomadas”, afirma o sócio-líder da prática de forense da KPMG no Brasil e na América do Sul, Emerson Melo.

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Gestão de terceiros associada ao ESG

O levantamento revela ainda que três em cada dez entrevistados afirmam que planejam avaliar todos os terceiros (fornecedores, clientes, parceiros de negócio, entre outros) para o componente de risco ambiental do ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) em três anos, acima dos 23% que fazem isso atualmente.

As proporções são ainda maiores quando segmentamos os entrevistados por tamanho da empresa, com aproximadamente metade das grandes empresas (ou seja, com receitas superiores a 10 bilhões de dólares) afirmando que avaliarão todos os terceiros para cada um dos três riscos de ESG individuais nos próximos três anos.

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Empresas subestimam a necessidade de um programa de gestão de terceiros

Na pesquisa, 61% dos entrevistados acreditam que o TPRM está subavaliado, considerando até que ponto o modelo de negócios depende de terceiros. Um em cada dois entrevistados (52%) adverte que não tem recursos internos suficientes para gerenciar todos os riscos de terceiros que enfrentam, embora com alguma variedade entre os setores.

Sobre o uso da tecnologia, os entrevistados esperam utilizar essa ferramenta para automatizar ou oferecer apoio a 58% das tarefas de TPRM em três anos, o que os liberará para se concentrar em atividades que exigem revisão e interação humana. As equipes já contam com o recurso para melhorar o padrão. Em média, quase metade (46%) de todas as tarefas de TPRM é suportada pela automação de processos até certo ponto. Os executivos esperam que a proporção de tarefas suportadas aumente para 58% em três anos.

“O levantamento demonstrou a necessidade de uma mudança radical nos modelos operacionais e na abordagem ao risco de terceiros, refletindo as prioridades que os próprios parceiros de negócios estabelecem para terceiros. Espera-se que o TPRM permaneça no topo da agenda do conselho e dos executivos este ano conforme as empresas enfrentam regulamentações novas e em evolução, modelos operacionais complexos, bases de terceiros em rápido crescimento e outras realidades da era pós-pandemia, como segurança cibernética e interrupções na cadeia de suprimentos”, finaliza Melo.

Por Redação