A consultech Liga Ventures, em parceria com a plataforma GoGood, acabam de lançar um estudo que mostra a evolução das HRTechs no país. Sobre os investimentos no setor, o relatório mostra que as startups voltadas aos Recursos Humanos captaram R$ 590 milhões em 2024, em 25 transações.
Ao todo, foram mapeadas 403 empresas que estão ativas e utilizam diferentes tecnologias com o objetivo de aprimorar e otimizar as soluções do setor de recursos humanos e oferecer os melhores produtos e serviços para a gestão dos colaboradores. Em relação ao ano de fundação das startups, cerca de 26,7% delas foram criadas entre 2020 e setembro de 2025. Já as principais categorias de HRtechs ativas fundadas de 2020 a 2025 foram educação corporativa (15%); benefícios (11%); saúde ocupacional e bem-estar (10%); gestão de processos (10%) e processo seletivo (10%).
O levantamento aponta que elas estão divididas em 19 categorias: educação corporativa (13,6%); processo seletivo (11,4%); saúde ocupacional e bem-estar (10,7%); benefícios (9,7%); gestão de processos (8,9%); vagas (7,9%); engajamento dos colaboradores (6,5%); gestão de equipes (6,5%); inclusão e diversidade (5%); comunicação interna (3,7%); gestão de ponto (2,7%); people analytics (2,5%); preparação de candidatos (2%); temporários/freelancers (2%); cultura (1,7%); avaliação de desempenho (1,7%); employer branding (1,5%); onboarding e offboarding (1,2%) e etapas admissionais (0,7%).
“O mercado de HRTechs no Brasil entra em uma fase de consolidação: vimos nos últimos anos startups crescerem, se tornarem líderes de seus segmentos e iniciarem um movimento consistente de aquisições para ampliar portfólio e presença. A chegada da inteligência artificial generativa tende a acelerar ainda mais essa transformação — desde o recrutamento com experiências mais personalizadas, até o suporte ao desenvolvimento de talentos, à análise preditiva de dados de engajamento e ao redesenho de processos internos. Com esses movimentos, o RH tem condições de se tornar cada vez mais eficiente, estratégico e conectado às metas de negócio das organizações”, analisa Daniel Grossi, cofundador da Liga Ventures.
O estudo mostra também que 80 startups utilizam inteligência artificial em suas soluções para aplicações como: plataforma de recrutamento e seleção com IA, avaliação de desempenho automatizada, matching de talentos e vagas, treinamento e desenvolvimento personalizado, gestão inteligente de benefícios e people analytics preditivo.
O levantamento traz também os estados com maior distribuição de startups ativas. No primeiro lugar do ranking está São Paulo (58%), seguido por Minas Gerais (9%); Santa Catarina (9%); Paraná (5%); Rio Grande do Sul (4%); Rio de Janeiro (4%); Espírito Santo (4%); Distrito Federal (2%); Pernambuco (1%) e Ceará (1%).
Outro dado interessante se refere à análise da maturidade das HRtechs mapeadas, no qual 43% são emergentes, 17% estão estáveis, 22% são nascentes e 19% delas disruptoras. Com relação às tecnologias mais aplicadas, destacam-se Data Analytics (42%); Banco de Dados (22%); Inteligência Artificial (20%); API (17%) e Dashboard (16%). Já referente ao público-alvo, o estudo mostra que 77% das startups têm como foco o mercado B2B.
“Apesar da retração do mercado de investimento em startups, vemos que o segmento das HR Techs está aquecido e sólido, muito por conta do aumento do investimento das empresas no tema Pessoas, e pelo interesse de grandes empresas incumbentes nesse orçamento adicional. Antes vista como uma área de apoio e apenas como geradora de despesas, o RH se tornou um centro estratégico de inovação para as empresas que buscam aumentar a eficiência de seu maior ativo, que são as pessoas. Grandes bancos, gigantes de software tradicional e até apps de delivery criaram uma verdadeira força-tarefa para acelerar suas soluções junto ao RH”, conta Bruno Rodrigues, cofundador e CEO da GoGood.
Para realizar o estudo foram utilizados dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma criada pela Liga Ventures que identifica e acompanha dados de startups do Brasil e América Latina para que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores possam entender as movimentações do mercado e encontrar oportunidades de negócios sinérgicos à sua atuação.
