O mercado de trabalho tem passado por diversas mudanças, com profissionais buscando cada vez mais condições melhores de emprego. Esse movimento é causado, sobretudo, pela geração Z, formada por adultos que terão até 28 anos em 2025.
Diante desse cenário, o Panorama de Empregabilidade da Sólides identificou os principais motivos que levam candidatos a desistirem de vagas. Entre os dados, 26% dos entrevistados apontam, por exemplo, a falta de transparência salarial como um fator decisivo.
Especialistas destacam falhas nos processos seletivos que dificultam a contratação, o que contribui para índices baixos de acerto e alta rotatividade nas empresas.
Principais motivos para a desistência de candidatos
O estudo da Sólides tem como objetivo entender as dinâmicas atuais do mercado de trabalho. A pesquisa reuniu dados sobre o perfil dos profissionais e a forma como enxergam o ambiente corporativo.
Entre os fatores que mais levam à desistência, a oferta salarial abaixo da média aparece em primeiro lugar, sendo citada por 44% dos profissionais. Além disso, 34% afirmam que as exigências para o cargo não correspondem à descrição da vaga.
Outro detalhe está no formato do processo seletivo. Uma parcela considerável dos entrevistados mencionou etapas longas e perguntas invasivas durante as entrevistas como fatores para desistir da vaga.
O impacto da rotatividade no mercado de trabalho
A insatisfação dos candidatos com os processos seletivos influencia diretamente o turnover, ou seja, a relação entre contratações e desligamentos em um determinado período.
Quando o número de saídas é elevado, a rotatividade no mercado aumenta. Nesse aspecto, o Brasil apresenta o maior índice global, atingindo 56% em 2024, segundo dados da consultoria Robert Half.
Além das falhas nos processos seletivos, a cultura organizacional tem ganhado mais importância para os profissionais, principalmente entre os mais jovens.
O estudo da Sólides, por exemplo, revelou que 55% dos entrevistados buscam empresas que valorizem diversidade e inclusão, enquanto 43% priorizam empregadores com compromisso com a sustentabilidade.
Como tornar o processo seletivo mais transparente?
Embora salários e benefícios abaixo do esperado afastem candidatos, a falta de transparência no processo seletivo também impacta negativamente a atração de talentos. Por isso, algumas estratégias podem ajudar a tornar as contratações mais eficientes e justas:
- Definir critérios e etapas com clareza – Especificar requisitos e qualificações desde o início evita dúvidas e alinha expectativas. Detalhar cada fase do processo também contribui para mais organização e previsibilidade.
- Utilizar plataformas acessíveis – Ferramentas que permitem acompanhar o andamento da seleção tornam o processo mais ágil e compreensível para os candidatos.
- Fornecer feedback estruturado – Comunicar o resultado a todos os participantes, aprovados ou não, demonstra respeito pelo profissional e melhora a reputação da empresa.
- Treinar recrutadores – Capacitar a equipe de seleção reduz decisões baseadas em critérios subjetivos ou discriminatórios. O uso de inteligência artificial e ferramentas automatizadas pode auxiliar na análise de currículos.
- Divulgar a remuneração e benefícios – Informar a faixa salarial desde o início evita expectativas desalinhadas e gera mais confiança no processo seletivo.
- Monitorar e revisar práticas de recrutamento – Realizar auditorias internas ou externas ajuda a identificar falhas e aprimorar de maneira contínua a seleção de profissionais.
Com a adoção dessas estratégias, empresas podem criar processos seletivos mais transparentes e eficazes, contribuindo para a atração e retenção de talentos. Isso reflete positivamente na produtividade e na saúde financeira das organizações a longo prazo.