Em parceria com os institutos de pesquisa Nestlé C.Lab, Ginger Strategic Research e Innova.La, a Nespresso Professional lançou a “Pesquisa Nespresso Professional: O Futuro do Ambiente de Trabalho no Cenário Pós Pandemia” que busca compreender as tendências sobre o futuro do ambiente de trabalho neste momento de volta para os escritórios. O levantamento tem o propósito de fomentar diálogos por meio de conteúdo de relevância para o mercado brasileiro, principalmente com o cenário de retomada. 

“O estudo da Nespresso Professional surgiu como uma consequência da série de questionamentos que temos visto sobre o futuro do trabalho, devido ao movimento de volta aos escritórios. Tal inquietude nos motivou a aterrissar essas dúvidas em algo tangível, como uma pesquisa, que pode nos guiar e inspirar durante o processo de retomada das atividades presenciais”, afirma Ignacio Marini, BEO da Nespresso Brasil. 

A pesquisa analisa diversas esferas, como os novos modelos de trabalho, os escritórios e espaços, interação entre colaboradores e líderes, além de aspectos como produtividade, saúde mental e bem-estar, a partir de seis principais insights sobre o tema.

O brasileiro é sociável e o escritório promove essa comunicabilidade 

No cenário pós-pandemia, as empresas precisarão adaptar seus escritórios pensando em ressignificar as relações entre os colaboradores. As perdas trazidas pela pandemia são claras, se antes o espaço de trabalho trazia uma sensação de coletivo e contato próximo, agora o funcionário se sente distante e sozinho. Porém, o trabalho em casa também trouxe uma maior flexibilidade e mais tempo para ficar com a família.

Na pesquisa de Nespresso Professional, alguns dos problemas citados foram:

  • Diminuição de oportunidades de convivência com a equipe (72%);
  • Dificuldade de comunicação (31%);
  • Relacionamento mais impessoal (13%). 

Isso mostra que, nessa retomada híbrida, que intercala o modelo presencial e remoto, os funcionários buscarão mais oportunidades de descontração e conversa com os colegas quando estiverem presencialmente no escritório, deixando as tarefas individuais para os dias que estiverem trabalhando de casa.

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Desencontro entre visão dos gestores e colaboradores 

Se por um lado os gestores acreditam que o home office pode melhorar o bem-estar dos colaboradores e permitir o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, a pandemia intensificou problemas relacionados à saúde mental. A maioria dos gestores sabe que é um tema que precisa ser discutido, mas será que estão ouvindo seus colaboradores e investindo em ações que realmente farão a diferença? 

De modo geral, percebe-se uma unicidade na opinião dos gestores entrevistados. Porém, o paradoxo está relacionado às divergências encontradas na comparação entre essas respostas e as dadas pelos colaboradores. Isto é, apesar da concordância entre líderes, fica claro como, de fato, a visão deles sobre os novos aspectos do trabalho é desconexa com a realidade vivida pelos funcionários.

  • Entre os gestores, 99% acreditam que há necessidade de investir em ações de bem-estar pensando no trabalho presencial;
  • Do outro lado, 47% dos funcionários consideram que a empresa na qual trabalham não têm investido em ações que contribuem com a saúde mental dos colaboradores, 43% afirmam que as ações são superficiais e 62% afirmam que são mais teóricas e menos práticas;
  • 42% dos funcionários afirmam que não se sentem tão à vontade para conversar abertamente com sua gestão sobre as dificuldades que vem sentindo durante esse período.

Mudanças no ambiente de trabalho

O home office da pandemia não representa o ideal de trabalho remoto 

As desvantagens ligadas ao trabalho remoto estão, na verdade, muito mais relacionadas às circunstâncias da pandemia, e não podemos tomar a experiência de home office dos últimos meses como um modelo de como é, ou deveria ser, o ideal.

Algumas das vantagens do home office citadas pelos colaboradores são:

  • Não pegar trânsito no deslocamento (66%);
  • Poder passar mais tempo com a família (58%);
  • Ter horários mais flexíveis (38%). 

Porém, enquanto a obrigação do home office quebrou o mito do receio da falta de produtividade ao deixar funcionários em suas casas, outros problemas vieram à tona nas discussões sobre o trabalho.

  • 42% dos entrevistados reclamam da falta de interação com os colegas;
  • 31% da dificuldade de comunicação;
  • 29% sentem dificuldade de conciliar as agendas. 

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O fato é que o que vivemos hoje não é o trabalho remoto. Tendo em vista as consequências – físicas e psicológicas – do distanciamento social, pode-se perceber que as maiores desvantagens relacionadas ao trabalho remoto dizem respeito às situações impostas pela pandemia. Ou seja, uma boa parte das desvantagens citadas, como a falta de interação, serão solucionadas organicamente com o fim da pandemia. O modelo híbrido tem sido a principal aposta para este momento, por trazer versatilidade e flexibilidade em tempos incertos. Das empresas entrevistadas,

  • 73% adotaram um único modelo durante a pandemia;
  • 27% alternaram entre os sistemas.

Saúde mental e bem-estar não são a mesma coisa 

Enquanto as empresas já entenderam a importância do investimento em iniciativas relacionadas ao bem-estar dos seus colaboradores, os mesmos seguem com a saúde mental prejudicada. Até 2030, a OMS projeta que a depressão será a principal causa de invalidez, ultrapassando problemas como doenças cardíacas e neurovasculares. Por isso, é essencial pensar no melhor modelo visando a saúde mental e bem-estar do colaborador, mesmo após a pandemia.

Apesar das queixas sobre o aumento da carga de trabalho com o isolamento social e dificuldade em manter a motivação, alguns benefícios são incontestáveis desse novo modelo.

  • 64% dos respondentes da pesquisa aproveitam esse tempo para ficar com a família;
  • 52% para praticar atividades físicas;
  • 46% economizam de 1h a 2h por dia de deslocamento. 

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As empresas passaram a olhar mais para o colaborador e oferecer auxílio nesse momento para resolver esses problemas. “Na Nespresso, fizemos uma pesquisa interna com nossos colaboradores e quase 80% deles pediram mais ações voltadas à saúde mental. Com isso, passamos a promover rodas de conversa com uma consultoria externa especializada com psicólogos, além de palestras voltadas a esse pilar”, comenta Bianca Carmignani, Head de Recursos Humanos da Nespresso no Brasil. 

Novas perspectivas de tempo e espaço 

O limite entre pessoal e profissional ficou tênue com a pandemia e as más práticas passaram a ser normalizadas. A dificuldade nessa separação impacta em longas jornadas de trabalho e menos momentos de respiro, e a busca por produtividade elevou os níveis de cobrança.

Alguns motivos que levam os trabalhadores a quererem trabalhar do escritório tem a ver com o espaço e infraestrutura. Segundo a pesquisa, algumas das desvantagens relacionadas ao trabalho remoto foram:

  • Menos networking (16%);
  • Falta de estrutura em casa (13%);
  • Menos eventos da empresa (11%). 

Mas, será que as pessoas não podem alcançar esses objetivos no modelo híbrido?

A urgência da imposição do trabalho remoto não permitiu que as empresas se reorganizassem com calma, pensando em possibilidade de condições agradáveis de trabalho. Acreditava-se que o trabalho remoto deixaria o dia mais tranquilo, no entanto, as atividades do trabalho se acumulam com as domésticas, principalmente no caso das mães. 

Modelo híbrido não é apenas oferecer duas opções de localidade 

O trabalho não pode mais ser visto como uma questão de ser presencial ou remoto, e os novos modelos híbridos estão exigindo que os líderes gerenciem diferenças e complexidades. Com os recursos certos, as pessoas podem ser produtivas e saudáveis de qualquer lugar.

O modelo exclusivamente online parece ser opção apenas no cenário de intensa epidemia ou casos pontuais, enquanto o modelo totalmente presencial já começa a ser visto como ultrapassado. A conclusão é que o modelo híbrido, se bem estruturado pelas empresas, passará a oferecer uma boa estrutura de trabalho em casa e ferramentas de comunicação adequadas ao cenário.

A saída é a digitalização, tanto por parte da empresa, quanto dos colaboradores. A melhor maneira de se adaptar às novas tendências é revolucionar a cultura organizacional e implementar a tecnologia em termos de processos, eficiência, produtividade e simplicidade.

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Além disso, segundo o levantamento, algumas habilidades que serão primordiais no modelo híbrido, na visão dos colaboradores, são:

  • Proatividade (63%);
  • Flexibilidade (53%);
  • Espírito colaborativo (49%).

Por Redação