Ser reconhecido é muito bom. Quem não gosta de se sentir valorizado por seus líderes por conta de um serviço de qualidade prestado, não é mesmo? Mas será que todas as empresas sabem como fazer um colaborador sentir que tem o reconhecimento que merece? Um caso ocorrido em um supermercado em território britânico deixa algumas dúvidas no ar.

Vamos falar disso e muito mais no GiroRH de hoje. Só vem, bebê (se for reborn, pode vir também):

Benefícios decisivos

Ainda há algum gestor que subestime o poder de uma oferta atrativa de benefícios? Se sim, um novo estudo realizado pelo iFood Benefícios, em parceria com a Think Work, é mais um reforço para uma necessária mudança de mindset. Segundo o levantamento, intitulado Panorama dos Benefícios Corporativos no Brasil, o pacote de extras que acompanham o salário é um dos três fatores mais importantes para 44% dos profissionais aceitarem a oferta do seu atual empregador.

Empresas que oferecem uma carteira mais completa de benefícios demonstram maior satisfação com a quantidade e qualidade de candidatos em seus processos seletivos, reforçando o papel estratégico deles para a atração de talentos. Em média, 17,3 benefícios são oferecidos pelas empresas que encontram facilidade na quantidade e qualificação dos candidatos interessados e inscritos.

Do outro lado, as empresas que concedem, em média, 11 benefícios, não são vistas como favoritas pelos candidatos. Essa correlação positiva também impacta indicadores-chave de RH como turnover, absenteísmo e a percepção dos funcionários sobre a remuneração total.

“Como papel do RH, os benefícios oferecidos vão muito além de uma simples obrigação, tornando-se cada vez mais fundamentais na percepção de valor através da promoção de bem-estar, qualidade de vida e satisfação dos colaboradores”, comenta Natalia Ubilla, Diretora de RH de iFood Pago e iFood Benefícios.

Dá-lhe valorização (ou não)

GiroRH Kevin Parsons posa com certificado em reconhecimento a seus 40 anos trabalhados

Já que estamos falando de benefícios, nada mais justo do que seguirmos no embalo e entrarmos no tópico valorização. Se você completasse quatro décadas de trabalho em uma mesma empresa, um mimo por parte da organização cairia muito bem, não? Ainda mais que, hoje em dia, é cada vez mais raro encontrar profissionais com tamanha lealdade a um único empregador.

Mas e se a sua recompensa por tantos anos de dedicação fosse um monte de… enroladinhos de salsicha? Pessoal do iFood Benefícios, vocês não colocaram este benefício na pesquisa. Fica a dica para a próxima.

Pois bem, por mais que o GiroRH foque nos assuntos da semana, peço a permissão para uma pequena trapaça poética, já que o episódio a seguir ocorreu em 2014, mas voltou a viralizar ao longo dos últimos dias.

O caso é tão maluco, que localizá-lo já é difícil. Foi em Guernsey, uma ilha que, ao pé da letra, não faz parte de nenhum país. Por mais que seja considerado “Dependência da Coroa Britânica”, não faz parte do Reino Unido. Mas ok, geografia à parte, o que interessa é exaltar o superprêmio que o balconista Kevin Parsons, de 56 anos, recebeu 40 enroladinhos de salsicha como gratidão por dedicar 40 anos de sua vida ao estabelecimento. Ah, mas é claro que não foi só isso, oras. O agora aposentado foi premiado com um certificado e um mural com tema tropical de decoração (agora o patamar subiu).

É claro que o tom irônico por aqui é brincadeira – de quem, bom, não se empolgaria nem com os enroladinhos e nem com Sonhos de Valsa –, mas nas redes sociais as opiniões são diversas – tendendo mais ao negativo. Para muitos internautas nas mais variadas publicações que abordaram o tópico, a postura do empregador foi desrespeitosa com alguém que se dedicou tanto ao supermercado. Outros, por sua vez, curtiram a homenagem, ressaltando que a chefia não tinha a obrigação de fazer nada.

Parsons agradeceu pelos recebidos da gestão e declarou, segundo a BBC, que adorou cada minuto dos 40 anos de serviços prestados.

E você, o que acha sobre isso?

Permitem a opinião do jornalista que vos fala? RHs e lideranças, não fica a dica. Definitivamente.

Dicas de ouro

Como você, caro profissional de RH, já sabe – ou deveria saber –, as mudanças da NR-1 já estão em vigor. Com a alteração da norma, é exigida a consideração de riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Por tal motivo, empresas de todos os portes enfrentam um novo desafio: adaptar-se à legislação que trata diretamente da saúde mental dos trabalhadores.

Embora o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tenha determinado que, até maio de 2026, a fiscalização será apenas educativa, especialistas alertam que adiar a adaptação pode ser um erro estratégico. A recomendação é clara: é preciso agir agora — e isso pode ser feito de forma simples, prática e acessível.

Segundo Tatiana Gonçalves, CEO da Moema Assessoria e especialista em saúde ocupacional, muitas empresas ainda não compreenderam que a implementação da nova NR-1 vai muito além de relatórios técnicos.

“A adequação exige uma transformação cultural e deve começar com pequenas ações que promovam escuta, prevenção e cuidado real com o colaborador”, afirma.

Para as empresas darem o pontapé inicial com ações que não tendem a pesar em seus orçamentos, Tatiana deixa algumas recomendações:

  1. Área de descanso – Um espaço silencioso e confortável com sofás, plantas e iluminação suave para pausas rápidas durante o expediente pode ajudar a reduzir o estresse e aumentar a produtividade.
  2. Convênio com farmácias – Parcerias com redes locais permitem oferecer descontos ou facilidades de pagamento aos colaboradores, sem custo para a empresa.
  3. Biblioteca compartilhada – Estimular a leitura com um espaço coletivo de livros contribui para o bem-estar e a criatividade.
  4. Convênios com faculdades – Descontos em cursos para colaboradores e familiares representam uma forma eficaz de cuidar da saúde mental por meio do desenvolvimento profissional.
  5. Rodas de conversa com psicólogos – Encontros mensais com especialistas promovem acolhimento e ajudam a lidar com ansiedade, estresse e conflitos.
  6. Campanhas de detox digital – Incentivar o uso consciente da tecnologia no ambiente de trabalho melhora o foco e reduz a exaustão mental.
  7. Comunicação não-punitiva – Criar um espaço seguro para os colaboradores falarem sobre desafios sem medo de retaliação é essencial para prevenir o burnout.

Sua empresa está pronta para a NR-1?

Por uma cultura organizacional poderosa

Ao longo da semana, chegou por aqui um material muito bacana da Marcela Zaidem, fundadora e CEO da consultoria Cultura na Prática, com os três erros mais comuns dos CEOs ao escalar equipes e como evitá-los. Confira os pontos de atenção abordados pela especialista:

  1. Contratar rápido demais, sem avaliar o fit cultural

Na pressa de crescer, muitas empresas priorizam apenas competências técnicas e deixam de lado a análise do alinhamento entre o perfil do candidato e os valores da organização. O resultado pode ser a formação de times desalinhados e conflitos internos difíceis de resolver.

Como evitar: É fundamental estabelecer critérios objetivos de aderência à cultura já na etapa de recrutamento. Isso inclui a aplicação de entrevistas comportamentais, conversas que investiguem os valores pessoais dos candidatos e o envolvimento de lideranças na avaliação do fit cultural. Também é importante alinhar expectativas desde o início, apresentando com clareza o jeito de ser e trabalhar da empresa.

  1. Delegar a cultura apenas ao RH

Outro erro frequente é tratar a cultura como uma pauta isolada do time de Recursos Humanos. Segundo Marcela, quando isso acontece, perde-se a oportunidade de consolidar a cultura como parte central da estratégia de negócios.

Como evitar: A liderança, especialmente o CEO, precisa assumir um papel ativo na construção e manutenção da cultura. Isso passa por ser um exemplo vivo dos valores da empresa, comunicar com frequência os princípios que norteiam decisões e reforçar esses pilares no dia a dia. Quando a alta liderança incorpora a cultura em suas atitudes, ela se torna mais autêntica e efetiva.

  1. Ignorar processos e rituais que sustentem os valores

Sem práticas recorrentes que traduzam a cultura em ações, os valores corporativos correm o risco de se tornarem apenas palavras soltas na parede. Empresas que negligenciam esse aspecto tendem a perder consistência e clareza à medida que crescem.

Como evitar: A criação de rituais e processos bem definidos é essencial para reforçar os comportamentos desejados. Isso pode incluir reuniões periódicas sobre cultura, celebrações de conquistas alinhadas aos valores, programas estruturados de feedback, onboarding com foco cultural e ações de reconhecimento que premiem atitudes coerentes com a identidade da empresa.

Reconhecimento

Time do UaiRango celebra a conquista do reconhecimento do GPTW

O UaiRango, plataforma de delivery fundada em São João del Rei, Minas Gerais, foi reconhecida como a melhor empresa para se trabalhar no estado em 2025, segundo o ranking do Great Place to Work (GPTW). Além de conquistar o primeiro lugar entre as pequenas empresas, a companhia também recebeu o prêmio de Destaque em Saúde Mental, reforçando seu compromisso com o bem-estar dos colaboradores.

A premiação destacou 75 organizações que se sobressaíram em critérios como gestão de pessoas, qualidade de vida e sustentabilidade. Com nove anos de operação, o UaiRango atribui esse reconhecimento às práticas inovadoras de cultura organizacional e ao investimento contínuo no desenvolvimento de sua equipe.

“Cuidar da saúde mental da nossa equipe não é apenas uma escolha estratégica, é um compromisso humano. Acreditamos que um ambiente de trabalho saudável começa pelo respeito às individualidades e pelo apoio emocional contínuo. Quando as pessoas se sentem bem, elas criam, colaboram e inovam com muito mais força. Esse prêmio reforça que estamos no caminho certo ao colocar o bem-estar no centro da nossa cultura”, afirma Otavio Boari, CEO da marca.

Será que tem enroladinhos de salsicha no UaiRango?

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Por Bruno Piai