O Burnout é uma síndrome que afeta profundamente a vida de profissionais em todo o mundo. Só no Brasil, estima-se que cerca de 30% dos trabalhadores estão acometidos, causando impactos na saúde mental e física. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença ocupacional é caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal no trabalho, resultando em um estresse crônico que não foi gerenciado com sucesso no local de trabalho.
Luciana Benedetto, especialista do ecossistema de saúde mental e emocional BurnUp, alerta que uma das principais causas do Burnout no trabalho é a jornada excessiva com muitas horas e pouca ou nenhuma pausa para descanso ou para se alimentar. Um cenário está em discussão, também, no atual debate pelo fim da escala 6×1 de trabalho no Brasil. Esse excesso de responsabilidades e prazos apertados podem levar ao esgotamento físico e mental.
Segundo a neurocientista e psicóloga, os sintomas da doença ocupacional podem variar de fadiga extrema a cinismo em relação ao trabalho e sensação de ineficácia. A especialista que atua liderando testes e avaliações neuropsicológicas focados em saúde mental e emocional na healthtech explica que essa condição não apenas afeta a produtividade, mas também tem implicações graves para a saúde mental e física dos profissionais.
Por isso, alguns sinais de alerta devem ser observados, entre eles:
- Ambiente de trabalho tóxico: as relações negativas, conflitos ou falta de apoio entre colegas contribuem para o desgaste emocional.
- Desequilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho: a dificuldade em separar a vida profissional da pessoal pode causar exaustão e pouco tempo destinado ao autocuidado. É importante oferecer para a mente momentos de relaxamento e desligamento.
- Falta de controle: perder o controle das tarefas de trabalho pode gerar frustração e exaustão. Além disso, a sensação de não ter autonomia ou participar pouco de decisões sobre o seu trabalho podem afetar o rendimento.
- Demandas irrealistas: expectativas e metas inatingíveis podem gerar um estresse constante, que, se não for gerenciado, pode resultar em Burnout. Profissionais que enfrentam demandas irrealistas frequentemente sentem que nunca conseguem alcançar os objetivos, o que aumenta a sensação de frustração e esgotamento.
- Falta de reconhecimento: a falta de reconhecimento e valorização pelo trabalho realizado pode levar à desmotivação. Quando o esforço não é reconhecido, o profissional pode sentir que seu trabalho é inútil.
- Instabilidade no trabalho: a insegurança em relação à estabilidade no emprego é um fator de estresse significativo. O medo constante de perder o emprego pode causar ansiedade e desgaste mental, o que contribui para o desenvolvimento do Burnout.
- Pressão constante: a cobrança incessante por resultados pode aumentar o estresse e gerar sentimentos negativos.
- Falta de recursos: trabalhar sem as ferramentas necessárias pode gerar sobrecarga. Além disso, a falta de suporte ou de apoio por parte da equipe e dos chefes podem aumentar a ansiedade e causar impactos em várias esferas.
- Isolamento social: baixa interação social no ambiente de trabalho pode levar aumentar o risco de Burnout. Relações tóxicas, abusivas e/ou excesso de conflitos criam um ambiente desconfortável.
Como prevenir o Burnout no trabalho?
“Prevenir o Burnout no trabalho exige a implementação de estratégias eficazes de gerenciamento do estresse. O papel das empresas é promover um ambiente de trabalho saudável, com uma carga de trabalho equilibrada, reconhecimento adequado e suporte psicológico. Já os profissionais também devem buscar um equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e adotar práticas de autocuidado, como pausas regulares e atividades físicas”, recomenda Luciana.
A especialista acrescenta que programas de bem-estar e plataformas de autoconhecimento e saúde emocional podem ser muito eficazes.
Por Redação