Devido à pandemia do novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou algumas medidas com o objetivo de diminuir o contágio da doença. Com o isolamento social, a maioria das empresas precisaram adaptar as suas dinâmicas de trabalho e implementar o home office. Neste momento, os líderes de todos os setores e os empreendedores questionaram o quão isso iria impactar a produtividade dos funcionários, pois grande parte deles nunca tinham utilizado esse método.

Aproximadamente quatro meses depois dessa decisão, os números mostram uma realidade diferente. De acordo com uma pesquisa feita pela ISE Business School, Escola de Direção Geral com profundo conhecimento da realidade local e escopo internacional, 80% dos gestores gostaram da nova maneira de trabalhar. O estudo mostra também que a flexibilidade e resiliência foram apontadas como uma das competências mais desenvolvidas neste período, seguido da autodisciplina e da confiança. Além disso, 60% dos entrevistados disseram que o teletrabalho ajudou a melhorar a eficiência dentro das corporações.

Assim, podemos ver que a Covid-19 antecipou uma tendência que estava programada para ocorrer em cinco ou dez anos. Mas será que isso irá permanecer mesmo em tempos de flexibilização? Posso dizer com toda a certeza que sim. É fato que muitas instituições vão estender o trabalho remoto até o final do ano, mas a maioria irá migrar de vez para o formato a distância e irá utilizar o escritório físico apenas para reuniões pontuais ou ficará a cargo do funcionário escolher o que prefere fazer.

Um levantamento feito pela Cushman & Wakefield, consultoria de gestão de escritórios, 73,8% das multinacionais que atuam no Brasil anseiam adotar esse método como prática definitiva no país, após a Covid-19. Porém, o que não se pode esquecer é que há um grande desafio aos gestores, pois eles precisam criar estratégias para garantir que os colaboradores estejam motivados e com o mesmo rendimento. Nesse caso, o uso da tecnologia é indispensável para realizar treinamentos a distância a fim de mantê-los engajados com o propósito da companhia e conseguir transmitir as informações necessárias para o bom andamento das atividades diárias.

Um estudo realizado pela Catho, site brasileiro de classificados de empregos, afirma que 37% das organizações pretendem investir em cursos para a equipe em trabalho remoto. Com isso, os funcionários conseguem ter uma comunicação clara e direta com os seus superiores e as empresas garantem mais transparência entre eles mesmo trabalhando em sistema home office. Dessa forma, a conectividade é uma das grandes aliadas para que toda equipe consiga executar as suas tarefas com mais facilidade.

Por fim, acredito que o ano de 2020 trouxe muitas incertezas significativas em diferentes vertentes, principalmente no ramo corporativo em que tudo teve que ser feito de forma muito brusca e imediata pelos gestores e funcionários. Mas, ao mesmo tempo, proporcionou uma mudança de paradigma muito grande, pois havia um preconceito sobre o trabalho remoto. Por isso, os gestores e líderes precisar estar com as mentes abertas para continuar adotando essas mudanças. Pensem nisso!

Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech, embaixador da Reserva e autor do best seller Pense Simples. É um dos colunistas do Rh Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.