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    O modelo ESG, com “E” (environment) de meio ambiente, “S” (social) de social e “G” (governance) de governança tem sido cada vez mais adotado pelos investidores e empresas no mundo todo.

    Além disso, tais princípios têm sido exigidos também pelos consumidores que selecionam as marcas mais comprometidas, particularmente neste cenário de pandemia. Uma preocupação muito presente está relacionada à sustentabilidade, envolvendo o cuidado com o meio ambiente, incluindo os resíduos, a produção de energia e fontes dos insumos.

    No campo social, tem sido muito utilizado nas métricas e acompanhamento a questão do trabalho (incluindo o trabalho infantil e o trabalho escravo), a diversidade e a inclusão.

    Acho importante lembrar que, dentre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, temos o Objetivo 3 (Saúde e Bem-Estar) que estabelece metas integradas que abordam a promoção da saúde e bem-estar como essencial ao fomento das capacidades humanas. Neste contexto se inclui a prevenção das doenças crônicas, o acesso aos sistemas de saúde, a abordagem adequada ao uso e abuso de álcool e drogas e a redução da mortalidade materna e neonatal.

    Tenho certeza de que a maioria das empresas que utilizam as métricas e relatórios do ESG realizam atividades e programas relacionados à saúde e o bem-estar, mas não tenho visto tais iniciativas sendo reportadas no campo “S” de social. A sua inclusão, certamente, permitiria uma melhor percepção de valor do campo da saúde nas empresas.

    Sabe-se que, com frequência, os programas funcionam em silos nas empresas, onde as atividades de recursos humanos, saúde ocupacional, benefícios (incluindo o plano de saúde), a comunicação e a responsabilidade social atuam em silos e não dialogam em ações transversais.

    A revisão dos critérios e das políticas internas das empresas, contemplando a saúde e o bem-estar neste componente faz muito sentido, inclusive para maximizar os resultados dos investimentos das empresas neste campo e demonstrar os seus resultados aos investidores.

    Da mesma maneira, os gestores e profissionais que atuam nas áreas de saúde, segurança no trabalho e qualidade de vida ficarão estimulados a se alinhar às estratégias da organização e não apenas cumprir as exigências legais ou realizar ações isoladas.

    Estudos internacionais têm demonstrado a importância da saúde mental como um componente relevante no desempenho do capital humano. No entanto, os esforços somente terão resultados mensuráveis se houver uma ação integrada da área de recursos humanos (melhorando o clima organizacional, a comunicação interna e as ações de prevenção do assédio moral) de saúde ocupacional (avaliando os fatores de risco, propondo ações de melhoria e prevenção) e de benefícios (oferecendo recursos adequados do plano de saúde, através da rede credenciada).

    Importante diferenciar as ações de saúde emocional e de saúde mental, assim como atividades isoladas (como sessões de massagem, palestras, aulas de meditação online) de programas robustos de gestão.

    Deste modo, produzindo resultados com métricas confiáveis, será possível demonstrar que a saúde e o bem-estar podem agregar valor aos acionistas. Vários estudos demonstraram que programas bem construídos, ao longo dos anos, propiciam uma substancial contribuição ao valor das ações das empresas. Tais programas precisam ser construídos a partir dos gestores de saúde, recursos humanos, segurança no trabalho, a partir de modelos baseados em evidências e apresentados à liderança da organização na “linguagem” ESG que seja compreensível para os profissionais de investimento.

    Alberto Ogata, presidente da Associação Internacional de Promoção de Saúde no Ambiente de Trabalho (IAWHP). É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.

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