Todos os dias, enfrentamos batalhas, algumas das quais começam no momento exato em que nascemos. O primeiro choro é um rito de passagem, um sinal de vida e uma vitória inicial numa sequência de desafios que se desdobrarão ao longo da nossa existência. Algumas dessas batalhas são escolhidas por nós, como a decisão de abrir uma empresa, um ato que exige preparação e conhecimento antecipado dos desafios. Outras batalhas são previstas, como uma queda nas vendas, um sinal de alerta que nos prepara para futuras dificuldades que, embora indesejadas, são esperadas.
Porém, há batalhas que nos pegam completamente de surpresa, aquelas que não buscamos nem prevemos. São as mais árduas, pois geralmente nos encontram despreparados, sem os instrumentos ou estratégias necessárias para enfrentá-las. Mas é importante entender que o inesperado faz parte da dinâmica da vida, trazendo consigo tanto adversidades quanto oportunidades.
Quando o inesperado invade nossa vida, ele parece ter uma força destrutiva, uma determinação cruel para desestabilizar tudo o que construímos. Ele testa nossa fé, tentando nos convencer da impossibilidade de lutar, enfraquecendo nosso espírito e nossa autoconfiança. Diante disso, não podemos permitir que esses momentos de surpresa nos roubem a paz. Precisamos nos agarrar ao fôlego da experiência e da vivência, mantendo a calma e a perspectiva.
Curiosamente, enquanto o inesperado pode parecer aterrorizante no mundo físico, no plano espiritual ele muitas vezes atua como um catalisador para nossa evolução. É em momentos de crise que somos forçados a avaliar nossa posição e direção. Se estivermos alinhados com nosso propósito e local de merecimento, o inesperado se transforma em um veículo para a tranquilidade, pois mesmo na incerteza, sabemos que há algo melhor nos aguardando.
Este reconhecimento nos leva a compreender que a vida é um equilíbrio de contrários. Não podemos nos rebelar apenas porque algo indesejado aconteceu. As adversidades visitam a todos, sem exceção. Reitero, vivemos em um mundo onde nem tudo são flores, e cada família, em sua essência, enfrenta seus próprios desafios. Ignorar os pequenos problemas pode levar a desafios ainda maiores. Além disso, nunca devemos duvidar da persistência de nossa fé. Se algo acontece, há sempre um plano maior por trás, uma lição a ser aprendida, e é nesses momentos que nossa fé é verdadeiramente testada e fortalecida.
Portanto, devemos encarar nossos desafios de frente, não apenas esperando passivamente que eles nos destruam. A ação é necessária; a vida exige que façamos nossa parte. Não podemos ficar estagnados, esperando por uma melhora que talvez nunca venha por si só. Se a mudança não ocorrer, poderemos ser consumidos pelas circunstâncias. Apenas através da ação e da mudança verdadeira podemos esperar uma melhora.
Finalmente, o primeiro passo nessa jornada é ouvir as respostas que já residem dentro de nós. Isso envolve dialogar consigo mesmo, fazer as perguntas certas e encontrar um acordo entre seu coração e sua paz. Reflita sobre quanto tempo você perde com distrações, quanto tempo você dedica ao crescimento pessoal e profissional. Está na hora de se questionar: você está preparado para enfrentar e vencer as próximas batalhas, ou vai continuar permitindo que o inesperado o paralise? Comece hoje a se escutar mais profundamente. Esse é o caminho para não apenas sobreviver, mas prosperar nas adversidades.
Ana Chauvet é especialista e pioneira no tema Recrutamento e Liderança humanizada. Top Voice e Creator mundial no LinkedIn. É uma das colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.