Você já se perguntou o porquê da sua equipe não prestar atenção no que você diz? Por que eles ficam dispersos, desinteressados e improdutivos diante de suas reuniões ou outros discursos?

Por que todas as outras equipes atingem as metas e entregam o que foi planejado enquanto você e seu pessoal estão sempre entre os últimos do Ranking?

Talvez seja porque você se tornou cringe.

Ao primeiro sinal de que pertencemos a outra geração, fazemos de tudo para jamais transparecer sermos pessoas ultrapassadas, velhas ou desatualizadas. Não queremos ter qualquer associação com o que é antigo ou fora de moda, mas muitos líderes se tornaram verdadeiros “líderes tiozões”.

Como líderes, nos comunicamos o tempo todo com diversas pessoas, áreas e empresas e para nos mantermos conectados, precisamos urgentemente adotar um discurso mais moderno, efetivo e assertivo, ou então a nossa capacidade de nos comunicar não trará engajamento, motivação ou resultados.

Veja bem! Somos os responsáveis por treinar, orientar e impulsionar pessoas, considerando e respeitando a Diversidade, por isso, precisamos saber qual é a linguagem que será mais receptiva para a nossa equipe. Cada público tem o seu jeito, a sua forma e maneira de se expressar… Como líderes, precisamos decifrá-las.

Temos a obrigação de entender qual a versão da língua portuguesa mais atualizada e quais as gírias mais ditas, seja nas redes sociais ou na corporação. Tudo isso para que possamos nos comunicar melhor, engajar as gerações que vieram depois de nós, sem deixar de “dar atenção” para as anteriores. Você já pensou nisso?

Como líderes presenciais ou remotos, temos que acompanhar as tendências, e não apenas tecnológicas, mas, principalmente, na comunicação, comportamento e conduta que mais se adequem ao nosso público. E quem é o nosso público? A resposta é simples: “o time, a empresa que atuamos, as nossas redes sociais, os nossos fornecedores, clientes, superiores etc”.

Claro que nós não vamos sair por aí dizendo: que o colaborador “vai meter marcha” assim que atingir a meta do dia ou que o novo gestor é “chavoso” ou que “lacramos” com as opiniões do gerente administrativo, mas essa linguagem/gírias não podem ser um “escândalo” para os Líderes Boomers ou da geração X.

Por mais que muitos líderes não possam, não queiram ou não devam, eles precisam ao menos, entender que os idiomas que usamos em nosso dia a dia, dentro e fora da corporação, estão se atualizando mais rapidamente do que os sistemas operacionais da Apple, por exemplo. As mudanças estão aí!

Há uns bons anos, finalizávamos as frases com caracteres do teclado que simbolizavam alegria, sorriso, tristeza. Agora, palavras, por mais importantes que sejam, deram lugar aos emojis e abreviações que vários líderes desconhecem. Além disso, deram espaço para as mensagens de áudios disponíveis agora na velocidade 2x.

Expressões extensas foram encurtadas em siglas, como por exemplo: “ TKS SDS, ASAP, FYI, VLW, TMJ” e, por mais que a liderança não se comunique desta forma, precisa conhecê-la com a finalidade de gerar engajamento e melhorar a comunicação com a equipe.

Os líderes se tornarão mais humanos quando compreenderem a comunicação do momento, quando desenvolverem o autoconhecimento e o autodesenvolvimento, e isso se aprende no relacionamento diário com a equipe, no tete a tete com o time, e na atualização de informações, memes e gírias digitais. Jamais imaginaríamos que isso pudesse acontecer, não é? Mas aconteceu!

Temos que nos atualizar com as linguagens das ruas, das gírias, dos memes e sair do modo automático, formal e padronizado se quisermos nos manter up dated.

Se você tem acompanhado os conteúdos anteriores, já entendeu que é desafiando os padrões, as crenças, os hábitos e os modelos que descobrimos novas formas de ver o mundo e a forma de liderar, concorda? Pois então, chegou a hora de “mandar a visão” das metas, dos objetivos com “papo-reto” no seu linguajar!

Para os líderes, empresas e organizações formais, fiquem calmos! Não significa que vamos descer o nível, enviar e-mails e relatórios na base das gírias ou ir a uma reunião com discursos baseados em memes. Nada disso! Significa apenas que precisamos nos modernizar, atualizar e quebrar padrões como já estamos fazendo nas demais situações como por exemplo na liderança remota, o trabalho home office e a liderança humanizada.

Por causa de tanta evolução, fomos provocados a adotar mudanças antecipadas que viriam de qualquer forma, cedo ou tarde. Não têm jeito líder! Ou você continua sendo interessante para o seu público, time e empresa, mantendo assuntos atuais, uma linguagem moderna e nada cringe, ou você será “cancelado” pela equipe.

Não se assuste, mas essa é a nossa realidade, por isso, devemos nos moldar aos novos movimentos do universo da liderança.

Aqui vão 4 Hacks para não ser um líder cringe:

  1. Não queira saber de tudo e estar sempre certo – A pior coisa para uma equipe é ter um líder “sabichão”, que está certo em 100% do que diz sempre. Talvez ele esteja certo, mas demonstrar um pouco de hesitação pode gerar nos demais autonomia. Líderes que sempre sabem tudo, além de se comunicarem metidamente, ainda se distanciam dos demais. Ao invés de se mostrar sempre com a razão, se mostre curioso, humilde e fomente outros pontos de vista. Claro que você será a pessoa que dará a palavra final, mas não precisa usar da autoridade para se mostrar superior. O líder “sabe tudo” cai no conceito cringe. Trata-se daquele sujeito que todos fogem por ele achar que tem sempre a razão.
  1. Dê feedback frequentemente – Oferecer feedback apenas quando o colaborador faz algo de errado, na hora de demiti-lo ou quando vai receber um aumento salarial são um dos erros mais cometidos nas organizações. Há até colaboradores que vivem a dizer: “um brinde para os nossos defeitos já que as qualidades não são vistas por nossos líderes!”. O feedback deve ser algo contínuo que agrega retornos ágeis, positivos e certeiros. Dar feedback apenas quando a equipe falha, as privando de informações, acompanhamento e apoio é totalmente Cringe! Vergonhoso.
  1. Favoreça o subgerenciamento na equipe – Listar e controlar todas as atividades da equipe sem oferecer as oportunidades voltadas a delegação de tarefas e a confiabilidade em seu time elimina a autonomia, confiança, motivação, empenho, dedicação entre outros atributos na equipe. O líder moderno impulsiona a distribuição de micro tarefas e as estimula, valoriza, orienta.
  1. Gere um ambiente inclusivo – Por fim, o líder moderno cria um relacionamento (presencial ou remoto) positivo, em que os membros da equipe podem expressar as suas opiniões, compartilhar ideias e sugerir melhorias sem serem retalhados, diminuídos ou zombados por isso, independentemente do nível hierárquico. Oferecer inclusão preza a igualdade, diversidade e o respeito. Líderes cringes não se importam com a criação de um clima organizacional saudável, feliz e psicologicamente afetivo, mas ainda carregam a crença de que proporcionar “liberdade de expressão” ao funcionário é também perder o controle do mesmo. Um grande equívoco!

Espero que tenham curtido esse artigo e caso alguma expressão tem lhe soado estranha, bora nos atualizar porque você deve estar se tornando cringe. 🙂

Kkk ou rsrsrs

Um abraço!

Por Marcelo Simonato, executivo, escritor, palestrante e especialista em Liderança e Gestão de Pessoas. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação

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