Saúde mental dos colaboradores precisa sempre ser pauta das empresas, isso inclui quando falamos do bem-estar dos profissionais de Recursos Humanos. Não dá para fugir desse assunto em um cenário de transformações aceleradas no mercado, constantes situações de pressão, demandas cada vez mais urgentes e, ainda, incertezas trazidas pela Inteligência Artificial (IA).

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Corporativa Koru, em parceria com a Flash, referente ao primeiro semestre de 2024, nos oferece um panorama importante sobre a saúde mental do RH e como as novas tecnologias de IA são percebidas por esses profissionais e interferem em suas vidas.

Os resultados mostram que, com frequência, os profissionais de RH relatam altos níveis de esgotamento, e que o estresse e a sobrecarga emocional vêm da constante necessidade de atender às demandas de todos, mediar conflitos, conduzir processos delicados, como demissões, e implementar políticas que muitas vezes são impopulares. Esses desafios, somados à pressão de promover um ambiente de trabalho saudável, fazem do RH uma área altamente suscetível a problemas de saúde mental.

A pesquisa mostrou também que, apesar de a maioria dos profissionais de RH adotar práticas de autocuidado, como terapia e atividades físicas, a constante necessidade de definir limites claros entre a vida pessoal e profissional é um desafio frequente e gera estresse. 

Quanto à relação desses profissionais com as novas tecnologias, os resultados mostram que a IA é percebida ora como aliada, ora como vilã. Se por um lado a IA traz a promessa de otimizar processos e reduzir tarefas repetitivas, por outro, também levanta preocupações, principalmente no que diz respeito à obsolescência profissional e à complexidade de seu uso. 

Embora menos da metade dos entrevistados se considere muito familiarizado com as ferramentas de IA, mais da metade já faz uso diário dessa tecnologia. O medo de não estar suficientemente qualificado para utilizar essas ferramentas e de ser substituído por elas é real, sobretudo em um contexto onde as mudanças tecnológicas acontecem com velocidade cada vez maior.

A boa notícia é que a maioria dos profissionais de RH se mostra empolgada com o potencial da IA, especialmente pela possibilidade de automação de tarefas burocráticas e repetitivas, como triagem de currículos e processamento de folhas de pagamento. Isso alivia a carga de trabalho e abre espaço para que eles se concentrem em tarefas estratégicas, aquelas que realmente fazem a diferença no ambiente de trabalho. 

A solução aqui, portanto, é delegar as funções “chatas” para as máquinas, o que ajudará a reduzir a sensação de cansaço dos colaboradores. Além disso, é possível criar um programa de capacitação contínua para o uso da IA para as tarefas criativas e estratégicas. Informação e conhecimento não só reduzem o medo da obsolescência, mas também empodera os profissionais a utilizarem as ferramentas tecnológicas em seu máximo potencial.

Daniel Spolaorsócio e CEO da Korú. Cofundador e CEO da Universidade Corporativa Korú. Se dedica a gerar empregabilidade combinando ferramentas de HRTechs e Edtechs. um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.

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