Atualmente, muito se fala em saúde mental dos colaboradores, o que considero um enorme avanço e fundamental para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Porém, tão importante quanto é abordarmos esse tema direcionado às lideranças. Se os líderes e gestores não estiverem com a saúde mental em dia, dificilmente o resto da equipe também vai estar.

De acordo com o estudo Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizado pela The School of Life em parceria com a Robert Half, aproximadamente três em cada dez profissionais brasileiros, incluindo líderes e liderados, foram diagnosticados com algum transtorno de saúde mental no último ano.

Entre os gestores, 28,78% obtiveram diagnósticos como estresse (10,49%), burnout (5,12%) ou ansiedade (13,17%), enquanto nos colaboradores esse número foi de 34,82%, sendo 10,71% com estresse, 4,17% com burnout e 19,94% com ansiedade. Em meio aos líderes, 16,34% declararam não ter recebido diagnóstico médico, mas afirmaram se sentir emocionalmente abalados, já nos liderados essa porcentagem foi de 21,43%.

Outro estudo, realizado pela consultoria Gallup com 128 mil pessoas em mais de 160 países, mostra que o Brasil é o quarto país com mais profissionais tristes ou com raiva diária na América Latina: são 25% de profissionais tristes, atrás apenas da Bolívia (32%), El Salvador (26%) e Jamaica (26%) no ranking, e empatado com Equador e Peru.

Dados como esses mostram a importância de discutirmos o tema com seriedade, ainda mais em um cenário no qual as atuais condições de trabalho têm trazido impactos negativos para a saúde física e mental dos profissionais e, consequentemente, para o sucesso dos negócios.

Isso porque o mercado exige hoje uma agilidade constante, o que pode criar níveis de estresse altos - especialmente para quem toma as decisões mais estratégicas. A pressão por inovação, prazos apertados e o cenário econômico instável tornam o equilíbrio emocional um verdadeiro desafio. Portanto, nesse contexto, cuidar da saúde mental é mais do que essencial, pois o bem-estar de um líder impacta diretamente no ambiente corporativo e na performance das equipes.

Gestores sobrecarregados tendem a transmitir, ainda que sem querer, essa carga ao time, contribuindo para a diminuição da produtividade, engajamento, motivação e níveis de felicidade. É preciso compreender que se não houver um cuidado especial com a mente, é muito difícil liderar com clareza e foco, e isso se reflete negativamente em toda a organização, atrapalhando o seu crescimento sustentável.

Como líder e incentivador dos cuidados com a saúde mental, vejo, mais do que nunca, a importância da busca por apoio psicológico e a adoção de práticas que encorajem o autocuidado. Investir nisso não é e nunca será um sinal de fraqueza, mas sim de sabedoria e resiliência, pois só assim podemos tomar melhores decisões, sendo mais empáticos e estratégicos.

Existem diversas ferramentas e métodos para lidar com a pressão, e o incentivo a uma liderança mais consciente e humana pode ser a chave para enfrentar os momentos de crise sem perder os princípios. Uma liderança mentalmente saudável é muito importante para garantir que o desenvolvimento da empresa ocorra de forma sustentável, beneficiando não apenas os resultados, mas também a equipe como um todo.

Entre as ferramentas que podem auxiliar nesse processo, os agentes de IA se destacam por assumir tarefas repetitivas e operacionais, liberando os líderes para se concentrarem mais no bem-estar e no desenvolvimento estratégico da equipe. Assim, ao aliviar a carga de trabalho e automatizar processos, os agentes de IA possibilitam uma liderança mais focada e atenciosa, essencial para manter a saúde mental e a motivação do grupo.

*Gustavo Caetano é fundador da Samba, especialista em soluções digitais simples, inteligentes e eficazes que impactam significativamente os resultados, proporcionam vantagens competitivas e perpetuam com maturidade os clientes no mercado. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.