Representatividade e Proporcionalidade estão Clamando!

Este é um apelo às pessoas de qualquer geração, ensinadas com valores atávicos da destrutividade e desumanização, sob os quais pautam suas vidas e impactam vidas alheias.

Que fiquem atentas, pois o momento é de inflexão.

Tais pessoas podem, se quiserem, rever suas atitudes e comportamentos, se dando ao direito de reaprender e realinhar suas trajetórias.

Mas, se não quiserem - ou puderem - fazer essa revisão, está na hora de desocupar os espaços de decisão e poder, cedendo-os para aquelas pessoas que há muito defendem o pilar de sustentabilidade da sociedade, de todos os seres vivos, com o valor RESPEITO.

Utopia? Não. Será apenas uma questão de tempo para completar este ciclo atual e entrarmos em um outro melhor.

É hora de... Rupturas Profundas

Saiam de suas cadeiras - IMG texto

Mais do que sempre, precisaremos focar para Diversidade, Equidade e Inclusão nas organizações empresariais. Nas organizações do 2º e 3º setores, trazendo à tona a interseccionalidade e transversalidade. Mais do que sempre, profissionais de RH/Gestão de Pessoas terão a oportunidade de conduzir processos de realinhamento cultural para a cultura do bem. 

Por quê? Negacionismo, Polarização, Supremacismo...

Surfando nessa onda, liderando milhões de pensamentos similares, eis as “Revogações e ordens executivas” assinadas por Donald Trump, em seu primeiro dia de governo no segundo mandato, e que estão impactando organizações que não tinham a DE&I incorporadas, genuinamente, às suas estratégias de negócio, à responsabilidade socioambiental e sustentabilidade.

Tais organizações estão informando a cessação de programas de DE&I e a redução de postos de trabalho de especialistas nessas áreas.

O outro lado da moeda

Uma pesquisa do The Conference Board revelou que 80% das empresas americanas planejam manter ou expandir seus programas de DE&I nos próximos três anos. 

Revogações e ordens executivas relativas às Políticas Sociais e Diversidade: 

  1. "Eliminação de programas de diversidade, equidade e inclusão no setor público."
  2. "Fim da obrigatoriedade de treinamentos de diversidade em agências federais."
  3. "Redefinição oficial de gênero baseada no sexo biológico."
  4. "Proibição de financiamento federal para cuidados médicos de transição de gênero."
  5. "Restrição ao uso de banheiros públicos conforme identidade de gênero."
  6. "Cancelamento da obrigatoriedade de seguro-saúde cobrir contraceptivos."
  7. "Redução de políticas de combate à discriminação no local de trabalho."
  8. "Fim do financiamento para pesquisas sobre equidade racial."
  9. "Revogação do reconhecimento de identidade de gênero não-binária em documentos oficiais."
  10. "Cancelamento da proteção de direitos para estudantes LGBTQ+ em escolas públicas."

Tais revogações resultam de ações judiciais e campanhas online de conservadores norte americanos que alegam “Discriminação Reversa”, e estão entre os fatores que impulsionam esse recuo na agenda de Diversidade, Equidade e Inclusão nos EUA. 

Somos Espelho? Não!

Sabemos que Discriminação Reversa não existe, porque:

  • Discriminação reversa seria consequência do racismo reverso.

Segundo Djamila Ribeiro: “não existe racismo reverso, pois o racismo é uma relação de poder e não pode ser invertido... Acreditar em racismo reverso é uma forma de mascarar o racismo que existe no Brasil. O racismo é um sistema de opressão que nega oportunidades e que está presente em todas as relações sociais”.

Racismo e discriminação são muito simples de serem identificados no nosso cotidiano:

  • Ser confundido com marginais;
  • Ser parado na rua para verificação policial;
  • Ter sua oportunidade de trabalho eliminada por causa da cor da pele.

Saiam de suas cadeiras. Larguem suas canetas!

Estamos começando a ter representatividade dos grupos minorizados nas organizações, mas onde estão as pessoas: PcD, Neurodivergentes, LGBTI+, Negras (pretas e pardas), Indígenas?

Com raras exceções, não ocupam os cargos decisórios, C-levels, Conselhos, nem têm a “caneta”, não promovem a mudança na velocidade que precisamos.

Sigamos as boas ideias, tais como a de Lily Zheng, consultora e estrategista na área de DE&I, que adota a sigla FAIR: Justiça (Fairness), Acesso (Access), Inclusão (Inclusion) e Representação (Representation).

Por Jorgete Lemos, CEO da Jorgete Lemos Pesquisas e Serviços – Consultoria Organizacional. É uma das Colunistas do RH Pra Você. O conteúdo desta coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.