Lidar com pessoas e liderar pessoas são ações que estão muito próximas, pois, não se pode liderar sem saber lidar e não se pode lidar sem saber se comunicar. Logo, a comunicação é um dos pilares fundamentais para quem é ou pretende ser líder.

Os significados da palavra “lidar” são: saber cuidar, encarar, enfrentar, trabalhar, batalhar em sua jornada diária plena de grandes responsabilidades, tomar decisões e buscar o melhor desempenho da sua equipe e da empresa para a qual presta serviço. Lidar é congregar, criar condições para haver o engajamento.

Ser tanto um CEO, um presidente ou um diretor tem o seu lado glamouroso, que é ser reconhecido como uma pessoa importante, ter um “sobrenome” relevante, correspondente ao seu título e ao seu nível de atuação, mas por outro lado, pode ser estressante e solitário em função das próprias funções relativas ao seu papel profissional, sabendo que suas escolhas podem trazer excelentes resultados, mas também frustrações aos conselhos, subordinados, acionistas e funcionários em geral.

Conforme pesquisa elaborada pela Brand Finance Global 500, para ser um líder relevante deve-se considerar seis características fundamentais:

1 – Definir a estratégia corporativa − equiparada ao leme de uma embarcação, determinando a direção e considerando as metas pretendidas, os valores fundamentais para atingi-las e fazer as mudanças necessárias ao longo do trajeto. A boa comunicação não depende apenas de se falar bem e estruturar o pensamento, mas de criar elos, inspirar confiança, motivar e estimular os colaboradores a darem o melhor de si mesmos para que as metas sejam atingidas.

2 – Alinhamento organizacional − utilizando sua capacidade para engajar e levar a empresa ao cumprimento dos resultados esperados e só fazendo isso por meio das pessoas, gerando o movimento, o ritmo, sabendo tirar o melhor de cada talento, inspirando, motivando, sabendo combinar talentos com valores, criando um clima propício e de confiança para que todos possam participar ativamente com suas habilidades e crenças.

3 – Equipe e processos − fazendo ajustes, lidando com as diferenças individuais, exercitando a arte da empatia, conhecendo e entendendo seu pessoal, respeitando cada um na sua individualidade, reduzindo hostilidades, preparando e treinando a equipe, agindo com assertividade, sabendo ouvir e falar, controlando as suas emoções, tendo a ponderação como caminho e a equidade como destino.

4 – Envolvimento da diretoria − fortalecendo laços, planejando o futuro, obtendo os melhores resultados no presente e considerando o cenário e o contexto no qual vivemos. Por exemplo, a missão de um conselho de administração é gerar valor em longo prazo, representando os acionistas, e o CEO precisa estar em uma conexão próxima com esses valores, além de atender, dentro desse contexto, às expectativas do conselho.

5 – Concentração no longo prazo e no porque − representados pelos valores da organização, que devem funcionar como a seta de uma bússola que aponta sempre na mesma direção, sendo balizadores para escolhas e tomadas de decisões, tendo ainda a visão social e o papel da empresa no âmbito de sua influência, quer seja em relação ao meio ambiente ou às pessoas.

6 – Normas pessoais de trabalho − considerando sua produtividade, a gestão do seu tempo, sabendo fazer escolhas dos colaboradores sob sua confiança, sendo verdadeiros, sabendo lidar com situações de negociações, vendas, relacionamento social e bem representar a empresa em situações que exigem a sua intervenção, como entrevistas com a mídia, saber lidar com crises, criando e reforçando a imagem da organização que representa, fortalecendo a marca, sendo respeitados no âmbito das suas relações.

Além dessas características, uma das mais poderosas é a resiliência, que pode ser traduzida em paciência e flexibilidade, afinal cada ser humano é distinto na sua individualidade, embora semelhante enquanto espécie, mas cada um de nós tem uma maneira distinta e perfil diferente.

Intuição e sexto sentido, aliados a conhecimento técnico e uma boa experiência, fazem com que as decisões e ações sejam sempre feitas do jeito certo e no tempo ideal.

Lidar com pessoas em qualquer contexto, quer seja em linha horizontal ou vertical, pressupõe uma série de características que propiciam uma melhor condição para os efetivos resultados, destacando o engajamento. Estar engajado é mais do que estar comprometido, pois o comprometimento tem a ver com uma obrigação, já o engajamento, por sua vez, assegura um sentido maior de percepção de fazer a coisa certa e na hora certa.

Ações geradoras de engajamento:

  • Fazer o que precisa ser feito, priorizando e realizando, sem procrastinação.
  • Agendar e planejar o que pode ser feito com mais tempo, exigindo organização e ação. Lembre-se que delegar é uma das grandes atribuições de um bom líder.
  • Se não tem a intenção de fazer, elimine da sua agenda e do seu pensamento, libertando-se de promessas que não serão cumpridas, assumindo que não precisa ter amarras, descartando e livrando-se daquilo que não tem mais valor, nem importância.

Por fim, lidar com pessoas é saber trabalhar com elas, cuidar delas, enfrentar dificuldades, levantar uma bandeira e conseguir correligionários para o bom fluir da organização em todos os setores, criando-se um ambiente colaborativo e sadio, próspero e produtivo.

Reinaldo Passadori, Professor de Oratória e Escritor, Mentor, fundador e CEO da Passadori Comunicação, Liderança e Negociação. Adaptação do seu livro ‘Quem Não Comunica Não Lidera’ – Ed. Passadori. É um dos colunista do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.