O mercado de trabalho está cada vez mais dinâmico e mutável, e isso se intensificou e acelerou a níveis que ainda não tínhamos vivenciado antes da chegada da inteligência artificial generativa. Hoje, além de estarmos testemunhando uma revolução tecnológica, estamos presenciando uma reconfiguração das habilidades necessárias para evoluir profissionalmente e prosperar no mercado de trabalho. O que antes era visto como algo opcional – compreender e utilizar ferramentas de IA –, está rapidamente se tornando uma habilidade essencial, independentemente da profissão ou setor.
De acordo com o estudo Índice de Tendências de Trabalho 2024, realizado pelo LinkedIn em parceria com a Microsoft e que ouviu mais de 31 mil trabalhadores globalmente, 66% dos executivos globais rejeitam candidatos sem competências em IA, enquanto no Brasil esse número é de 58%. Já 87% da alta gestão no país considera a IA fundamental para competitividade. Esses dados escancaram uma nova realidade: profissionais que não sabem lidar com a inteligência artificial estão sendo descartados pelas organizações.
Não é novidade que a IA deixou de ser uma tecnologia restrita aos especialistas em TI ou às big techs e passou a ser acessível e com aplicações práticas em praticamente todos os segmentos. No marketing, ela tem permitido uma análise preditiva de comportamento dos consumidores; na área jurídica as ferramentas automatizadas estão redigindo contratos e analisando precedentes legais em minutos; no varejo, chatbots com IA ajudam a personalizar o atendimento ao cliente; na logística temos o uso de aprendizado de máquina para otimizar a cadeia de suprimentos, e na saúde a tecnologia já está possibilitando o diagnóstico de doenças em estágio inicial com uma precisão absurda.
Isso sem falar nos ganhos de produtividade e eficiência, que brilham os olhos de qualquer companhia. Se considerarmos o impacto desses avanços, a grande questão do futuro não será sobre como os profissionais podem competir com a IA, mas sim como vão integrá-la aos processos de trabalho de forma verdadeiramente eficaz e que traga mais valor para si e para as empresas. E, observando a velocidade na qual a inteligência artificial evolui, essas habilidades não são mais algo apenas “futurista”, pois na realidade já estão sendo exigidas pelas organizações.
Portanto, de agora em diante, os profissionais precisarão ser ágeis para aprender a usar novas ferramentas, adaptá-las às suas necessidades e, mais importante, fazer as perguntas certas para que as máquinas possam entregar as melhores e mais assertivas respostas. Essa transformação está sendo liderada pelas grandes empresas, como Microsoft, Google e OpenAI, mas as startups também estão contribuindo com esse cenário, à exemplo da Jasper e Runway, que estão colocando ferramentas de criação de conteúdo e design por IA diretamente nas mãos de profissionais criativos.
Por fim, concluo que tudo isso reforça que a revolução da IA não está reservada somente para gigantes da tecnologia, mas sim para qualquer pessoa disposta a aprender – e esse é o grande ponto de virada, pois quem resistir a essa transformação, não estudar e não se manter atualizado certamente vai ficar para trás e irá perder mercado para a sua concorrência.
*Gustavo Caetano é fundador da Samba, especialista em soluções digitais simples, inteligentes e eficazes que impactam significativamente os resultados, proporcionam vantagens competitivas e perpetuam com maturidade os clientes no mercado. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.