Todo cuidado é pouco para o retorno progressivo ao trabalho. Depois de tantos impactos, será necessário adaptar o novo “teatro”, protagonistas e textos, para retornar às atividades.

O fator de Produção mais afetado nessa pandemia foi o Trabalho, que agora requer maior cuidado. E esse é o campo de trabalho do RH!

Quase todas as empresas farão retoques em sua organização, incluindo mudanças no elenco de cargos, novas descrições, nova avaliação, e novas faixas salariais.

Em muitos casos, também será indispensável um novo Plano Estratégico que retrate as mudanças e objetivos individuais. O RH precisa estar presente na elaboração das novas estratégias para retratá-las no Plano individual de Desempenho, e dotar a empresa dos talentos necessários.

 

Na estrutura das empresas mais afetadas por mudanças operacionais já incorporadas, ou que serão implantadas, certamente haverá pessoas que precisarão ser treinadas ou retreinadas, pessoas que mudarão de carreira ou cargo, e outras que não poderão mais ser aproveitados. Além disso, muitas vão ter que recrutar os ocupantes para os novos cargos, ou setores inteiros.

Novos sistemas de TI e redes internas, setor de delivery, logística, entre outros, não nascem em árvores, nem se compram no mercado central. Novas rotinas deverão ser criadas e manuais de instrução redigidos! Os gerentes deverão ser treinados para conduzirem a implementação dessas novidades.

Conduzir todo esse processo de mudanças sem grandes transtornos na produção é, certamente, o maior desafio do RH para os próximos meses.

No tema que abordei em setembro, recomendei focar no Clima Organizacional, o que olha o Manpower como um todo, e cuja disposição afeta o desempenho de toda a empresa. Hoje gostaria de aumentar o zoom, e enquadrar cada indivíduo. Desnecessário lembrar que uma só célula enferma pode pôr a perder o esforço de todo o corpo!

Fundamentado na vivência prática de cenário similar na indústria de Informática e, como complementação às medidas aventadas, proponho mobilizar os recursos de psicologia ou medicina do trabalho, próprios ou contratados, para avaliar a situação física e mental cada indivíduo como se fosse um novo candidato, reforçar o engajamento, encaminhar para treinamento, ou mesmo, apoiá-lo num processo de outplacement ou de aposentadoria.

O reflexo dessa atenção alcançará todo o tecido laboral e, priorizando os cargos chaves e as lideranças, a empresa terá uma resposta de alto nível.

Por Vicente Graceffi, consultor em desenvolvimento pessoal e organizacional. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.