O mal que não quero, esse faço. (Paulo – Romanos 7:19)

A época em que vivemos está eivada de teorias tidas como progressistas, mas que na verdade são aríetes com que ideologias políticas forçam insistentemente a divisão social para conquistar votos e poder.

Por sua posição estratégica, o RH tem sido um dos meios para incubar políticas sectárias como recrutamento exclusivo, participação forçada de raça ou gênero em cargos de direção, e quotas para segmentos sociais, por exemplo LBTQIAP+, afrodescendentes, etc.

Como Paulo de Tarso bem alertou aos cristãos romanos, não faltam almas bem-intencionadas para comprar ideias pela bela embalagem, cujos efeitos são exatamente o oposto dos bens propostos: “Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço”.

Nada mais justo do que a luta de Simone de Beauvoir e Betty Friedan nos anos 50, a pregação de Martin Luther King Jr. na década de 50/60, e a Rebelião de Stonewall (1969) para enfrentar a brutalidade discriminatória existente nos Estados Unidos. Em 1964, por acaso, presenciei cenas absurdas em Detroit e Nova York, e me regozijei por viver no Brasil.

O nosso ambiente era muito mais tranquilo nessa época, embora existissem resíduos de uma legislação antiquada a serem corrigidos, principalmente quanto aos direitos da mulher. O preconceito racial era inofensivo, e a homossexualidade escondida nos armários pouco afetava a convivência social.

Já tínhamos a Lei Afonso Arinos promulgada por Getúlio Vargas em 3 de julho de 1951 proibindo qualquer tipo de discriminação, incluindo entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceito de raça e cor da pele.

Com o passar dos anos, os movimentos feministas conquistaram o direito de igualdade de tratamento com relação aos homens. Em 1962 foi promulgado o Estatuto da Mulher Casada (Lei nº 4.121/62), o Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965), concedeu o direito de voto, e a Constituição de 1988 consagrou a ideia de igualdade de gêneros.

Infelizmente, e apesar dos avanços, não faltam razões para buscar uma sociedade mais justa e igualitária, mas igualdade não será obtida com tratamentos desiguais, nem respeito ao próximo pode ser imposto por decreto.

As soluções realmente eficazes residem nas responsabilidades governamentais, e não nas atividades privadas. Educação de qualidade visando socialização e viabilização econômica, sistema público de higiene, saúde física e mental, amparo social para o bem-estar em termos de alimentação e habitação, segurança pública e justiça são responsabilidades do estado.

Nada errado com iniciativas privadas em projetos sociais voluntários, mas convém observar que infelizmente, as injustiças sociais têm sido utilizadas como estratégia política pelos que se interessam mais em obter poder, do que estabelecer o bem que almejamos.

Instrumentos de desagregação social pseudo-progressistas exorbitam no Brasil, e apoiá-los pode fazer o mal que não queremos!

Vicente Graceffi, consultor em desenvolvimento pessoal e organizacional. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.