Em 10 de março de 2022, houve o lançamento da Cooperativa de Trabalho Conexão Novo Mundo cujo objetivo é preparar e representar palestrantes para o mundo corporativo. Uma iniciativa de Zuleica Tani, uma consultora, palestrante e sonhadora.

Impressionou-me a organização, os cuidados com essa entidade que já nasce forte, com vocação para crescer, pois parte de princípios fundamentais alicerçadas em ética, responsabilidade, confiança, selecionando e avaliando palestrantes com potencial e condições para serem representados e apresentados às empresas contratantes.

Alguns pontos que foram destaque na inauguração

Apesar de um pequeno contratempo de conexão com a Internet, esses fatores nem sempre controláveis, começou  com um pequeno atraso que não tirou nem o brilho, nem o elã do evento. Havia um mestre de cerimônias, o Ramon, com toda uma simpatia e um vozeirão, com a habilidade de conduzir o evento com assertividade e firmeza, além de grande simpatia pessoal, falando com educação e respeito. Como um bom mestre de cerimônias que se preze, cuidou do evento com naturalidade e humildade, sabendo elogiar sem exagero, corrigindo eventuais e normais deslizes de tecnologia, mantendo o ritmo do evento.

Na sequência teve a abertura da diretora e responsável pela cooperativa, Zuleica Tani, que apresentou a proposta da cooperativa, a que se destina, sua missão, os serviços a serem prestados para as organizações por meio dos palestrantes. Houve uma palestra inaugural de um padrinho, o Medeiros que nos envolveu, falando sobre os fundamentos que nortearão os rumos da cooperativa, que são quatro: Valores, Mesma missão, Ciência dos juros compostos e Conexão, convidando os já associados e os futuros membros a fluírem nessa frequência de colaboração e efetiva participação, mostrando (na prática), que devemos sim usar a nossa camisa, mas por baixo dessa camisa, usar a camisa da associação, apoiando-a em seu crescimento e concretização da sua missão.

Em seguida, foram apresentados os diretores e outros membros da diretoria: (financeiros, Marketing, Técnico, Geral, Secretário e conselheiros)

Houve vários outros depoimentos, todos com o tempo cronometrado, alguns com dois minutos de fala, outros com dez minutos. Fizeram uso da palavra os seguintes palestrantes:

Alexandre Damiani, André Sanches, Edward Claudio, Denise Fonseca, Katia Martina Valente, Cassi Manario, Maria Aparecida, José Zago, Ebiron Augusto, Mari Scomparini, Marcelo Souza, Elisabeth Crespo, Sandra Amorim e eu.

Após tantos ricos conteúdos, chegou a minha vez. No horário previsto, vem lá o Ramon, com seu vozeirão e me convida  ao palco, dizendo: “Agora, queridos amigos, teremos o privilégio de ouvir um grande mestre de Oratória e professor de palestrantes, nosso convidado especial, professor Reinaldo Passadori”.

Confesso que estava contente e ansioso para falar com este seleto grupo, pois o que nos envolve no segmento de palestras é o que escolhi como missão de vida: Apoiar as pessoas no seu sucesso pessoal e profissional por meio do desenvolvimento da sua habilidade de se comunicar. Comunicação é minha paixão e tenho a minha empresa de treinamentos, mentoria e palestras já há 37 anos e tive a oportunidade de treinar, com os meus parceiros, mais de 120.000 profissionais e prestar serviços para mais de mil empresas que nos tem contratado, ao longo do tempo para desenvolvermos essas habilidades dos seus colaboradores, desde presidentes, diretores, gestores e técnicos em geral, com cursos revestidos de estratégias e conhecimentos táticos específicos, tais como liderança, vendas, negociações, Storytelling, Comunicação Não Violenta, Técnicas de Apresentação em Público e Formação de Palestrantes.

Minha contribuição para o evento foi falar sobre o tema:  Ah! Esse palestrantes encantadores…” E foi assim que aconteceu:

Após cumprimentar os participantes, fiz uma pequena metáfora, mostrando um brinquedo, uma bola montada com peças de plástico que se fecha e que se abre, propondo que estávamos todos iniciando uma jornada na qual todos teremos nossa mente ampliada com as novas experiências, trocas e desenvolvimento gerado pela própria cooperativa e para isso precisaríamos ter nossa mente aberta (enquanto falava sobre isso, mostrava a bola se abrindo, simbolizando a mente se expandindo) para novas e fantásticas possibilidades.

Na sequência, mostrei a capa de um livro de uma querida amiga, Maria Tereza Gomes, cujo título é “O Chamado”, propondo que nos une, como palestrantes, é um chamado, um desejo de servir, a consciência de um propósito ou de uma missão de vida para apoiar outras pessoas na sua evolução pessoal e profissional.

Mostrei que o mercado de palestras está em alta, muitas empresas estão buscando nesses especialistas muitas orientações para o solucionamento de problemas ou a tomada de consciência para novas possibilidades, mesmo porque há vários tipos de palestras e palestrantes, desde aquelas focadas em entretenimento, outras motivacionais, outras são técnicas, há as espiritualistas, as informativas, as persuasivas e as de autoconhecimento para o reforço da autoestima ou fortalecimento de times.

Compartilhei meus estudos sobre valores monetários cobrados por palestrantes e o que as empresas estão dispostas para pagar para ouvir quem tem algo relevante para compartilhar, podendo ser desde valores iniciais entre cinco a oito mil reais, na medida que o palestrante se especializa e tem assuntos mais profundos e se torna conhecido, esses valores sobem para dez a quinze mil reais e, na medida do esforço e empenho, com livros escritos e sua notoriedade, com apoio de uma estrutura de mídia e assessoria de imprensa, tornando-se referência na sua especialidade, recebendo valores superiores, entre quinze a trinta mil reais, além dos grandes nomes consagrados pela mídia e notório saber, cujas palestras atingem valores bem mais elevados.

Abordei que há muitas pessoas com grande potencial, tais como coaches, mentores, professores, líderes, profissionais altamente especializados e experientes em um determinado segmento que podem transformar suas vidas por meio de palestras.

Falei um pouco sobre a vida glamourosa de um palestrante, das viagens, dos hotéis, das pessoas que conhecemos, das amizades que acontecerão nessa jornada, da fila de autógrafos, das fotos para a recordação desse momento tão especial, das novas contratações, da imprensa te aguardando para um entrevista, da recheada remuneração que foi feita pelo resultado do seu trabalho, dos elogios que irá receber pela reflexão, pela mudança proporcionada, pelo carinho das pessoas que receberá pelas pessoas impactadas pelas suas palavras.

Falei sobre a transformação de pensamentos, emoções comportamentos que uma palestra pode gerar e fiz uma analogia com uma ponte, porque imagino um palestrante como uma ponte a ser atravessada, ajudando as pessoas e empresas nessa travessia. Comecei falando sobre um dos maiores poetas russos, Vladimir Maiakowski, que disse em um dos seus magníficos poemas: “O verdadeiro revolucionário é aquele que queima as pontes da retirada…” A ponte é travessia, é passagem de um lado para outro, é transformação, é mudança de um estado atual para um estado desejado.

Fiz algumas analogias com “ponte”, dizendo:

– A mãe é ponte para a vida

– O professor é ponte para o conhecimento

-O líder religioso é ponte para a espiritualidade

– O advogado é ponte para a justiça

O líder é ponte para o sucesso de um empreendimento

O palhaço é ponte para a alegria

E finalizei falando que um palestrante é ponte para mudanças de crenças, atitudes e comportamentos, para a transformação para uma vida melhor das pessoas impactadas pelas palestras.

Alertei que um palestrante é pessoa poderosa, pois pode incitar à ação, provocar guerras; pode construir e destruir, dependendo da intenção que está por trás de suas palavras. Há muita gente enganando outras, iludindo, ludibriando, seduzindo, prometendo e não cumprindo. Mas não é esse tipo de palestrante ou influencer que a cooperativa Novo Mundo deseja e procura, mas palestrantes íntegros, conscientes da sua missão de edificar, de transformar o mundo  para melhor, com causas nobres relacionadas à sustentabilidade, responsabilidade social, melhoria da qualidade de vida das pessoas, das organizações, das entidades e do planeta.

Recomendei, no final, para quem deseja ser palestrante, que estude muito, leia bastante, um pouco de tudo, esteja atualizado com a grandes mudanças do seu tempo e saiba como divulgar seu trabalho. Hoje, mais do que nunca, o domínio das mídias digitais é fundamental, recomendei que tenha uma boa assessoria de imprensa, escreva livros, saiba manter um bom network, preocupe-se em ter sempre uma postura prestadia e generosa, pois o papel do palestrante é, acima de tudo, o de servir ao seu semelhante, às empresas que o contratam, apoiando pessoas para serem mais conscientes, mais motivadas, mais felizes e bem sucedidas, tanto na vida pessoal, como na vida profissional.

Logo em seguida houve o encerramento e eu fiquei com a certeza de que a entidade irá contribuir para tornar o mundo um pouco melhor por meio do aprimoramento pessoal que os palestrantes a ela filiados, levarão para milhares e milhares de pessoas, empresas e entidades, ao longo do tempo.

Reinaldo Passadori, Professor de Oratória e Escritor, Mentor, fundador e CEO da Passadori Comunicação, Liderança e Negociação. Adaptação do seu livro ‘Quem Não Comunica Não Lidera’ – Ed. Passadori. É um dos colunista do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.