A inovação corporativa, que envolve a criação e implementação de ideias novas que geram melhorias, eficiência ou maior lucratividade para os negócios, tem se mostrado cada vez mais essencial para a sobrevivência e crescimento das empresas. De acordo com a pesquisa Innovation Survey 2024, realizada pela consultoria de inovação ACE Cortex, a edtech Future Dojo e a boutique de M&A ACE Advisors com executivos C-level, diretores, conselheiros, gerentes e coordenadores de mais de 300 organizações de 40 setores da economia brasileira, a maioria com faturamento anual superior a R$ 1 bilhão, cerca de 52% das companhias já encaram a inovação como prioridade, um aumento significativo em comparação aos 39% registrados no ano anterior.
Ainda segundo o estudo, os pontos mais importantes para as corporações a curto prazo são o crescimento de receita a partir do portfólio de produtos existentes (35,1%); exploração de novas formas de gerar receita (26,4%); e criação de cultura forte (19%). Já as metas a médio ou longo prazo são evolução de produtos/serviços existentes (47,1%); desenvolvimento de novos produtos (40%); eficiência operacional e automação de processos (39%); novos modelos de negócios (30,6%) e estratégicas de marketing e experiência do cliente (29,4%).
Por meio da inovação corporativa, fica mais fácil identificar oportunidades e se adaptar às constantes mudanças do mercado e das demandas de consumo da população. Mas, para que funcione efetivamente, é preciso estar inserida em um contexto de cultura organizacional muito bem gerida – o que inclui encorajar a experimentação e criatividade, incentivar a colaboração entre equipes, oferecer treinamentos e cultivar uma mentalidade de tolerância ao fracasso. Além disso, é muito importante que os líderes foquem em definir e rever metas, alocar recursos e medir resultados.
Porém, mensurar a efetividade das iniciativas não é uma tarefa simples e requer planejamento e estratégia. Um ponto essencial é utilizar indicadores-chave de desempenho, os famosos KPIs. Para isso, é preciso definir quais deles são relevantes, pois isso vai trazer uma visão mais clara do impacto dos projetos – vale lembrar que eles devem ser mensuráveis, alinhados aos objetivos estratégicos da empresa e capazes de indicar progresso em áreas-chave.
Alguns exemplos comuns são a taxa de sucesso de novos produtos, tempo de comercialização e índice de satisfação do cliente. A escolha certa ajuda a identificar áreas de melhoria e aprimorar o processo de inovação de forma contínua. Os indicadores de inovação permitem ainda monitorar o retorno financeiro (ROI) e outros resultados importantes, medindo variáveis como o número de patentes obtidas, a eficiência dos processos e a redução de custos operacionais.
Para avaliar o impacto econômico das inovações também é necessário fazer a distinção entre os KPIs financeiros, que podem incluir métricas como aumento de receita, retorno sobre investimento e redução de custos, e ajudar a justificar os gastos com inovação e mostrar o valor gerado para a organização, e os não financeiros, que focam em aspectos qualitativos, como a satisfação dos clientes, taxa de retenção de funcionários e a quantidade de novos produtos lançados. Esses indicadores são extremamente importantes para entender o impacto da inovação nas operações e na cultura da empresa.
Outro ponto de destaque é a gestão de portfólio e funil de inovação, tão essenciais para escolher, gerenciar e implementar novas ideias dentro das companhias. Essas ferramentas permitem acompanhar o progresso das ideias geradas e analisar a taxa de sucesso dos projetos.
O uso das metodologias OKR (Objective and Key Results) e Scorecards Balanceados (que avaliam quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos, e aprendizado e crescimento) no planejamento também têm muito valor, pois trazem clareza e foco, e permitem acompanhar o progresso e resultado além do financeiro e ajustar as estratégias conforme necessário. Empresas que adotam essas estratégias podem se adaptar rapidamente às mudanças e garantir que todos na organização estejam trabalhando em direção aos mesmos objetivos.
Não menos importante, é a medição de inovação em processos internos que também deve ser realizada para avaliar a eficiência e a sustentabilidade das operações. Ela é fundamental para identificar melhorias, otimizar recursos e entender o impacto ambiental das iniciativas. Felizmente, temos cada vez mais empresas preocupadas com o meio ambiente adotando práticas ecológicas para reduzir a pegada de carbono e promover um mundo melhor.
Existem diversos outros métodos assertivos para mensurar as estratégias de inovação corporativa, mas acredito que esses sejam os principais e já ajudem a guiar as companhias e entender como está a aceitação do mercado. Coordenar e dirigir as atividades inovadoras exige tempo e comprometimento, mas também aumenta a criatividade e a eficácia nas iniciativas. Como resultado, as empresas que incorporam esses elementos tendem a ser mais competitivas e atrair talentos que valorizam um ambiente inovador e querem fazer parte dessa jornada positiva.
Gustavo Caetano é fundador da Samba, especialista em soluções digitais simples, inteligentes e eficazes que impactam significativamente os resultados, proporcionam vantagens competitivas e perpetuam com maturidade os clientes no mercado. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.