Enquanto você não experimentar o que é Vida Integrada, será o mesmo que eu tentar lhe explicar como é andar de bicicleta sem nunca você subir em uma.

Minha filha Olivia está com 7 anos. Além de alguns novos hábitos curiosos, como conversar com a SIRI achando que é uma pessoa muitas vezes insensível, que não tem família e que busca suas respostas somente na internet, ela está em seu processo de aprendizado sobre como andar de bicicleta. Caiu já muitas vezes ao ponto de quase desistir. Por alguma razão ela apresentou muita dificuldade, coisa que meu filho mais velho, o Lucca, não teve.

Enquanto as rodinhas davam suporte à aventura segura, ela se lançava sem medo. Tiramos a primeira rodinha. Naturalmente continuou se apoiando do lado seguro da bike, enquanto o aprendizado dela a esperava do outro lado daquele equipamento de duas rodas. Tentamos assim por um bom tempo até que decidimos tirar o último suspiro de segurança da vidinha pregressa de biker que ela tinha desenvolvido. Pronto! Queda depois de queda. E mais quedas. Chorou de monte e se machucou. Mas, talvez tenha doído mais no pai, que como professor estava se sentindo impotente diante de tantas tentativas, ainda mais tendo a experiência anterior com meu filho que aprendera muito mais rápido. Mas, a grande lição era para mim e não para minha pequena Olivia.

Um certo dia ela descobriu que uma amiguinha da mesma idade andava lindamente de bicicleta e então sua vontade cresceu novamente. Queria continuar parte daquela mini tribo que andava de bike. Voltamos à aventura do aprendizado sobre duas rodas. Queda depois de queda. Choro! “Ai!!!”, disse eu. “Como assim não estou conseguindo ajudar minha pequena?”.

Neste meio tempo resolvi lançar mão de uma mentalização. Como ela e eu já meditamos juntos quase todas as noites há mais de um ano, foi mais simples. Ela encontrou uma pena no chão. Sim, tem galinhas D’Angola onde moro. Esta pena virou sua referência. Ela iria se sentir como uma pena sobre aquele aparato de ferro, plástico e borracha (e graxa, claro!). Por mais que eu explicasse para ela sobre onde por o pé, como segurar o
guidão, para onde olhar, como segurar o freio, todas estas informações estavam se tornando um tornado em sua cabecinha de sete anos. Quem aprendeu a dirigir lembra como parecia impossível comandar tantas coisas, e hoje muitos olham o celular e digitam enquanto dirigem.

A Aprendizagem é linda! Enquanto escrevo este artigo para você, cara e caro leitores, a Olivia está na fase de aprender a “arrancar” sendo que combinamos um desafio de percurso, que se concluído resultará em uma nova bike (que virá em tempo, já que as quedas dela quebraram boa parte desta guerreira bicicleta).

Ok, Tiago, mas e dai? Pois bem! Alguns pontos que estão impregnados em nós adultos assim como nas crianças:

Primeiro: Mesmo em meio às mudanças ainda nos agarramos às nossas “rodinhas de um lado só” orando para que nos mantenha seguro, enquanto nossa liberdade, o vento na cara da evolução, estão justamente do lado oposto, onde podemos cair.

Segundo: Somos seres sociais e queremos fazer parte de uma tribo, de um círculo de confidentes e isso pode implicar em nossa trava ou evolução. Se nos apegarmos a grupos que não se importam em se desenvolver, que preferem acreditar em conspirações a trabalhar diferente, que carregam um pensamento consolidado em paradigmas fixos, que não sabem acolher o diferente, talvez você se sinta seguro, mas até que este círculo
não seja mais feito de pessoas competentes para a boa vida e viva apenas na sobrevivência.

Terceiro: Estamos entrando na fase da arrancada, mesmo que tenhamos que frear novamente, temos que nos lançar ao arranque da retomada. Para minha filha conquistar isso significa sua liberdade e sua nova bike. Para nós significa trabalhar diferente, com liberdade para sermos mais genuínos, autênticos. Não desejando um novo normal e sim trabalhando para construí-lo.

Quarto: Da mesma forma que minha pequena, sozinha, teria muito mais dificuldade de evoluir, nós também sozinhos e presos aos nossos mindsets pré-pandemia, teremos desafios hercúleos para nos adaptarmos ao ritmo da nova vida, que para muitos poderá significar apenas sobrevida.

O ambiente em que estamos agora nos traz a melhor oportunidade de evoluir, pois já experimentamos mais de 100 dias de isolamento, para quem pode e realmente o fez. Dores, dúvidas e conquistas já fazem parte desta nova etapa. Mas, será que mesmo assim, teremos a coragem e a vontade de tirar a última rodinha? Para aqueles que buscam a liberdade conquistada ao alcançar um novo patamar em seu estilo de vida e de trabalho, convido a conhecer do que se trata ter uma vida integrada, ou no seu original: Work Life Integration (WLI). Sou adepto e entusiasta deste estilo de vida e para ajudar meus amigos e amigas corajosos e desejosos de uma vida com significado escrevi um e-book que você pode baixar gratuitamente aqui: https://
materiais.kuratore.com.br/wli-ebook-2

Há também um mini-manual com dicas práticas, como por exemplo usar o WLI para sua comunicação, suas reuniões, na hora de cobrar um colaborador, como apresentar um novo projeto e por ai vai! Serão mais de 20 dicas. Quem tiver interesse pode enviar um email para [email protected]. Por fim, de forma bem orgânica, você também pode participar de nosso grupo no Telegram onde debatemos o tema. Work Life Integration By Kuratore.

Para você que chegou até aqui no texto, algumas dicas:

  • Dica de leitura: Caminhos da Realização de Jean-Yves Leloup
  • Dica de filme: O Clássico, “De Volta para o Futuro” – Em especial a Cena da “virada” em que o pai de Marty faz seu carrasco ir ao chão. Uma atitude muda a história! (Não estou incentivado aquela atitude e sim um nova atitude transformadora).
  • Dica de Música: Adoro o Músico, que para mim é um poeta, Jason Mraz. Música: “Living in the Moment”

Sucesso na integração de sua Vida!!!!

Por Tiago Petreca, diretor fundador e curador chefe da Kuratore – consultoria de educação corporativa, Country Manager da getAbstract Brasil e autor do Livro “Do Mindset ao Mindflow”. É um dos colunistas do RH Pra Você. Foto: Divulgação O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.