A arrecadação do governo federal bateu um recorde histórico em junho, o que, a princípio, parece ser uma boa notícia.
No entanto, mesmo com essa arrecadação impressionante, a projeção de déficit fiscal para este ano foi revisada para cima.
Recentemente, o ministro Fernando Haddad implementou um corte de gastos de R$ 15 bilhões e contingenciou um total de gastos que se aproxima de R$ 50 bilhões. Ainda assim, os gastos do governo continuam a crescer mais depressa do que a arrecadação.
Isso significa que cada vez menos dinheiro permanece no bolso do brasileiro, enquanto cada vez mais dinheiro vai para os cofres do governo.
E são os governantes, não os cidadãos que trabalharam para gerar essa riqueza, que decidem onde esse dinheiro será alocado. Isso faz sentido? Na minha opinião, absolutamente nenhum.
Para piorar, como o governo gasta mais do que arrecada, ele precisa financiar essa diferença se endividando. Essa é a única maneira de fechar as contas, semelhante ao que acontece com qualquer família ou empresa. Se você quer gastar mais do que possui, você inevitavelmente terá que se endividar. Essa dinâmica causa um círculo vicioso: a dívida do governo não para de crescer, e o pagamento dos juros dessa dívida também aumenta constantemente.
Por que os gastos públicos crescem tanto? Aumento de gastos com aposentadorias do setor público e INSS, aumento de salários e benefícios de funcionários públicos, contratação de mais funcionários públicos – em plena era de ganhos de eficiência com inteligência artificial – e aumento dos gastos com programas sociais mal geridos são as principais razões.
E quais as consequências negativas, para a população, do aumento dos gastos públicos e da necessidade de financiamento do governo? A primeira é um aumento de impostos, deixando menos dinheiro no bolso dos cidadãos.
Além disso, o governo poderia se sentir tentado a se financiar através da impressão de mais dinheiro pelo Banco Central para poder pagar suas dívidas. Necessariamente, isso levaria a uma alta da inflação, corroendo o poder de compra das famílias, empobrecendo a todos, especialmente os que já são mais pobres.
Quanto mais a dívida aumenta, maior fica a parcela do orçamento destinada ao pagamento de juros, reduzindo os recursos disponíveis para investimento em áreas críticas, como saúde, educação e infraestrutura, resultando em serviços públicos cada vez piores.
O Brasil precisa urgentemente cortar gastos públicos de forma inteligente. Continuar a aumentar impostos e gastos públicos não é sustentável.
É necessário implementar reformas que promovam a eficiência do gasto público e incentivem a responsabilidade fiscal. Criar um ambiente favorável ao crescimento econômico, reduzindo a burocracia e incentivando o empreendedorismo, é crucial.
Precisamos interromper esse ciclo de endividamento e desperdício de recursos públicos para construir um Brasil mais próspero e justo. A hora de agir é agora.
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Ricardo Amorim, economista mais influente do Brasil segundo a Forbes e Influenciador nº 1 no LinkedIn. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.