Todos nós já passamos por momentos em nossas vidas mais ou menos motivados. Às vezes a rotina do dia a dia pode se tornar desgastante e isso pode provocar em nós queda de performance. E, quando o final do ano vem chegando, parece que tudo toma uma proporção ainda maior.

Por isso, buscar maneiras de tentar amenizar esses sentimentos, principalmente quando é possível perceber esse desestimulo vindo de mais integrantes de uma mesma equipe, é essencial para o sucesso de qualquer organização.

Para começar, é importante compreender que este estado é totalmente reversível, e que existem ferramentas que são capazes de reaver a motivação de pessoas e equipes, por meio de interação e empatia. O que gostaria de ressaltar é que esse processo pode não acontecer simplesmente pulando sete ondas no dia 01 de janeiro.

Em minha opinião, as dinâmicas de grupo são uma ótima solução para elevar a motivação e o engajamento dos times (mesmo depois de um ano exaustivo). Mas existe um problema: falta de acreditação que muitos profissionais de desenvolvimento possuem quando se deparam com tais soluções motivacionais.

As dinâmicas podem ser realizadas em formatos indoor ou outdoor, onde as atividades facilitam a interação e cooperação dos participantes num contexto descontraído, positivo e envolvente. Foca o aprendizado através de experiências ao invés de conhecimento, com o propósito de engajar, fazer refletir e, claro, divertir os participantes. E por ter como base desenvolver através de experiências e diversão, geralmente provocam duvidas quando a sua eficácia.

As dinâmicas de grupos podem oferecer vários aprendizados dependendo de como será desenhada, entretanto um dos principais aprendizados, está ligado às oportunidades que visam a melhora do autoconhecimento, a motivação e, claro, trabalho em equipe, grande combustível para os resultados de qualquer organização independente de porte e de segmento.

Infelizmente, por muito tempo, as empresas entenderam que autoconhecimento, trabalho em equipe e motivação não era algo de sua responsabilidade.

Sabemos que as pessoas possuem estímulos totalmente diferentes, e que conhecer e respeitar tais individualidades contribuem para o sucesso de uma empresa. E se pensarmos no momento que estamos vivendo, se torna ainda mais indispensável as organizações investirem no autoconhecimento e na motivação de seus colaboradores.

Vivemos um período em que as alterações às nossas rotinas acontecem a um ritmo acelerado. Por isso, não definir estratégias que potenciem o bem-estar das pessoas pode significar o investimento do dobro do tempo e de energia, em medidas corretivas.

Solidão | Desmotivação | Falta de produtividade e interrupções | Excesso de trabalho | Desentendimentos | (Des)Hábitos de Saúde

…podem consumir o time ao longo do caminho e se tornar irreversíveis a médio e longo prazo.

Mas eu sei que para muitas organizações isso não está sendo a prioridade. A prioridade é cortar custos, realocar pessoas e….e não temos tido ações que encorajem as pessoas a continuarem acreditando no futuro e, por isso, muitas empresas estão simplesmente em modo hibernação.

A provocação é: Quanto tempo será que ela aguenta ficar parada?

Isolamento social tem sido uma realidade inevitável, mas respeitando todas as medidas de segurança eu apostaria em imersões para os times neste final/inicio de ciclo.

A vida não está em “pausa”, por isso, precisamos continuar nosso caminho.

Mas, Tati, que tipos de dinâmicas eu poderia utilizar para elevar a motivação da minha equipe?

Vou dar três exemplos práticos de como você pode fazer isso:

  1. Torre de Marshmallow: o desafio é construir uma estrutura independente mais alta possível, ligada por conexões de Marshmallow.

Separar os participantes em times de 5 integrantes no máximo. Entregar a eles um saco de Marshmallow e um caixa de palitos de dente. Dar um tempo de 3 minutos para eles erguerem a maior torre de Marshmallow que conseguirem A torre não pode cair. Ao final o facilitador irá medir com uma trena ou algo do tipo às torres para chegar até o time vencedor.

Este jogo ajuda a incentivar a criatividade e a visão estratégica, além de envolver o time numa competição divertida.

  1. Duas verdades e uma mentira: a ideia é convencer os outros de que sua mentira é realmente uma verdade, enquanto, por outro lado, você tenta adivinhar as verdades/mentiras de outras pessoas fazendo perguntas.

Cada membro da equipe deve anotar secretamente duas verdades e uma mentira sobre si mesmo em um pequeno pedaço de papel, sincronamente. Uma vez que cada pessoa tenha concluído este passo, permita 10-15 minutos para uma conversa aberta na qual todos se interrogam para conhecer um pouco mais um do outro.

Após o período de conversação, cada membro da equipe fala sobre cada uma das suas três afirmações e ao final abre-se uma votação em grupo votar sobre qual afirmação pensam ser a mentira.

Este jogo ajuda a incentivar uma melhor comunicação no escritório, além de permitir que os colegas de trabalho se conheçam melhor.

  1. A queda dos ovos — essa atividade de resolução de problemas complicados exige construir um pacote de ovos que possa sustentar uma queda de oito pés.

Uma variedade de ferramentas e outros materiais podem ser usados e é sugerido que façam o planejamento em Equipes.

Depois que os pacotes forem construídos, cada integrante da equipe também deve apresentar um anúncio de 30 segundos para o pacote, destacando porque é único e como funciona.

Na conclusão das apresentações, cada grupo terá que soltar o ovo usando seu pacote para ver se ele realmente funciona, ao vivo e a cores!

Além de ensinar os grupos a trabalhar juntos e se comunicar, ele também os reúne com o objetivo comum de criar com sucesso um pacote de ovos.

O segredo agora está em manter a equipe motivada e engajada por mais tempo, por isso, ofereça mais momentos como esse com o objetivo de demonstrar para os integrantes da equipe que eles são valorizados pela empresa, além de serem um fator indispensável para o sucesso do negocio.

Afinal, o cliente interno, assim como o externo, também espera criatividade e inovação da empresa. É preciso alimentá-lo pois o capital humano é um dos fatores que mais agrega valor a uma organização, e o interessante é que eles estarão em constante evolução, tornando essa filosofa de gestão um grande impulsionador motivacional para o time.

Tudo isso também coopera para o bem-estar da equipe, que no final das contas deveria ser a primeira a estar satisfeita com a empresa, pois não existe resultado onde não existe satisfação e sentimento de pertencimento.

Que este artigo tenha contribuído para que você compreenda que é possível sim estimular comportamentos positivos e a motivação de nossos times. A pergunta é: Você está motivado a fazer isso?

Aceite de uma vez por todas: uma boa dose se criatividade dos gestores e dos profissionais de Recursos Humanos, não fazem mal a ninguém, pelo contrario, geram resultados pessoais e corporativos.

Tatiane Souza, palestrante, consultora em RH e autora do livro “Quem quer ser líder?”. É uma das colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.