Afinal, como as reformas ajudam a economia brasileira?

A evolução nos últimos anos da taxa Selic, que define o custo da dívida pública e baliza todas as taxas de juros no País, ajuda a entender.

Reformas como o teto de gastos públicos, a Reforma da Previdência, a Reforma Administrativa e o programa de privatizações diminuem os gastos e a dívida pública, reduzindo o risco de que o governo não consiga pagar a dívida e/ou deixe a inflação se acelerar para inflar a arrecadação de impostos e corroer o valor real da dívida. Com menos risco de inflação e calote da dívida, a taxa Selic cai, como o gráfico deixa claro.

Mas e daí? Como a queda da Selic melhora a vida dos brasileiros? A dívida pública é hoje de R$4,4 trilhões. Quando seu custo cai de 14,25% a.a. para 2% a.a., o Brasil passa a gastar R$450 bilhões a menos com juros da dívida pública…por ano.

Só para dar uma ideia, todos os investimentos públicos anuais em infraestrutura (rodovias, portos, aeroportos, energia, telecomunicações e outros) não chegam a R$ 30 bilhões.

Todos os gastos da União com Saúde, no ano passado, foram de R$114 bilhões; com educação de R$94 bilhões. Se os recursos poupados com a redução do custo da dívida pública fossem somados ao que já gastamos com infraestrutura, saúde e educação, poderíamos triplicar os investimentos nestas áreas.

No entanto, não foi isso que aconteceu. Por que? Os recursos poupados foram usados para cobrir aumentos de outros gastos e desperdícios, como corrupção, salários, auxílios e pensões do funcionalismo público, aumento do Fundo Partidário e criação do Fundo Eleitoral.

Para fechar estes ralos por onde os recursos públicos escorrem, precisamos lutar pelo combate à corrupção, a Reforma Administrativa e privatização em massa. Se fizermos isso, a taxa de juros básica brasileira irá a zero ou ficará negativa, como já está no Japão, Europa e EUA. O mais importante é que haverá recursos para melhorar os serviços públicos e cortar impostos, reduzindo o preço de produtos e serviços.

Além disso tudo, a queda da taxa Selic fez com que os juros para empresas e pessoas físicas fossem menos altos do que seriam. Se você acha que os juros no Brasil são altíssimos – e são mesmo – imagine como seriam se a taxa básica fosse 7 vezes maior.

Ricardo Amorimautor do bestseller Depois da Tempestade, apresentador do Manhattan Connection da Globonews, o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes, o brasileiro mais influente no LinkedInúnico brasileiro entre os melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner, ganhador do prêmio Os + Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, presidente da Ricam Consultoria e cofundador da Smartrips.co e da AAA Plataforma de Inovação.