O mundo todo enfrenta sérias turbulências neste início de ano, o que recomenda cautela dobrada no comprometimento de despesas futuras, principalmente no que diz respeito à folha de pagamentos.
Basta ver os cenários geopolítico, econômico, e tecnológico mundiais, e os cenários econômico e político brasileiros atuais, para ferver os neurônios de qualquer empreendedor.
Sob o efeito Trump, a guerra entre Israel e Hamas entrou em compasso de espera, e pode acabar nas próximas semanas, o que também tende acontecer com o conflito Rússia vs. Ucrânia. Tudo indica que sairemos de uma forte demanda de recursos bélicos (ferro e aço, por exemplo) para recursos de reconstrução das áreas fortemente afetadas pelos bombardeios.
Além de ferro e cimento necessários à reconstrução, dá para imaginar a forte demanda de mão de obra que isso vai provocar durante alguns anos? E, como o mar de investimento e giro econômico que essas reconstruções vão criar, afetará o mercado econômico-financeiro mundial? Será uma nova onda de prosperidade?
Além disso, as disputas tecnológicas na área de softwares de IA (ChatGPT/DeepSeek) mudará os mercados mundiais, tanto no uso dessa tecnologia que invade cada vez mais as atividades humanas de alto nível nos mercados de e-commerce, financeiro, advocacia, medicina, entre outros, como na qualificação de profissionais de TI.
No que diz respeito ao cenário interno, a degradação econômica é evidente, e agrava a debilidade política do governo federal. Por outro lado, a pressão sobre os feitos do poder judiciário aumenta a cada dia, produzindo elevada instabilidade social. Como todos sabem, existem ameaças de processos internacionais, corte de ajuda financeira externa, e isolamento político.
Outro fator de grande importância é o grande índice de violência social e o avanço das organizações criminosas nos principais centros urbanos, com ramificações no poder político, o que afeta a credibilidade do país no cenário mundial, e afasta a atratividade para novos investimentos.
Dentro desse quadro de turbulências, que espero sejam transitórias, o bom senso indica gerir dia a dia, sem comprometer obrigações futuras, entre elas, as responsabilidades trabalhistas.
Se necessário aumentar a força de trabalho, recomendo o uso de contratos alternativos, evitando os compromissos celetistas, buscando estagiários, outsourcing, contratos por projeto ou tempo determinado, além de PJ para casos especiais.
Vicente Graceffi, consultor em desenvolvimento pessoal e organizacional. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.