Por que 80% dos treinamentos corporativos não geram mudança real (e como a neurociência corrige isso)
Empresas investem bilhões anualmente em programas de capacitação e treinamento de seus colaboradores, buscando melhorar desempenho, aumentar produtividade e promover inovação. Segundo dados do setor, aproximadamente 80% desses treinamentos corporativos não resultam em mudanças comportamentais duradouras ou melhorias concretas no ambiente de trabalho.
Essa estatística revela uma questão crucial: por que grande parte do conhecimento adquirido em treinamentos não se traduz em ações efetivas no dia a dia?
Um dos principais motivos é que o cérebro humano não muda simplesmente com a apresentação de informações. Pesquisas em neurociência demonstram que a retenção de conhecimento e a transformação de comportamento dependem de fatores emocionais, repetição consistente e do contexto em que a aprendizagem ocorre.
Neurociência e aprendizagem para mudança real em treinamentos corporativos
A neurociência do aprendizado evidencia que a memória e a formação de novos circuitos neurais estão diretamente relacionadas à ativação do hipocampo, uma estrutura cerebral responsável pela consolidação da memória, e à influência de estímulos emocionais que tornam a experiência mais marcante e duradoura.
Em outras palavras, conteúdo técnico apresentado de forma mecânica, por exemplo, apenas por meio de slides e conceitos teóricos, tende a ser ignorado pelo cérebro, que busca experiências que gerem conexão emocional. Sem essa conexão, o cérebro não se sente motivado a criar os circuitos neurais necessários para uma mudança comportamental real.
Além disso, transformar um comportamento exige reforçar circuitos neurais específicos. Isso envolve técnicas que criam ancoragens emocionais. Elas são gatilhos que associam a mudança a emoções positivas. Similarmente, microações de repetição consolidam o aprendizado. Ademais, o ambiente de treinamento deve ser neurocompatível. Essa abordagem, portanto, cria um contexto favorável. Assim, novas conexões neurais se formam, facilitando novos hábitos.
Infelizmente, a maioria dos treinamentos tradicionais baseia-se apenas na transmissão de informações, sem considerar esses aspectos neurocientíficos. Como resultado, eles informam, mas não transformam. A diferença fundamental está na abordagem: enquanto os treinamentos convencionais focam na transmissão de conteúdo, os treinamentos baseados em neurociência priorizam a reprogramação comportamental, estimulando a criação de novas conexões neurais que sustentam mudanças duradouras.
Além do conteúdo transformando comportamentos
Primordialmente, empresas que buscam transformar equipes precisam entender algo. Elas não necessitam de mais conteúdo ou treinamentos expositivos tradicionais. Em vez disso, precisam de estratégias que ativem processos neurocientíficos.
Isso significa investir em metodologias com emoções. Inclua também repetição e estímulos positivos. Além disso, a ambientação adequada promove verdadeira mudança. Essa mudança não é superficial; ela se enraíza na estrutura neural.
Para iniciar, aplicar neurociência em treinamentos corporativos é eficaz. É, acima de tudo, uma maneira de sair do modelo cognitivo tradicional. Assim, você entra na era da reprogramação comportamental. Isso garante que o aprendizado se consolide. De fato, a consolidação é profunda e duradoura. Desse modo, o impacto nos resultados organizacionais é positivo.
Por Marina Marzotto Mezzetti, especialista em neurociência e reconhecida pela implementação pioneira do Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) no Brasil. Tem sido uma defensora incansável de práticas de trabalho mais equilibradas e eficazes. Traz também ensinamentos práticos, capacitando indivíduos a alcançarem uma vida mais equilibrada e bem-sucedida por meio dos princípios da neurociência.
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O Medo da Ascensão das IAs
- Percepção Negativa: Pesquisas frequentemente revelam o medo dos trabalhadores em relação à ascensão das IAs. Por isso, essa apreensão contribui para a complexa relação entre “pessoas x tecnologia”.
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- Além da Rotina: Quando bem utilizada, a IA não é apenas uma facilitadora de rotina. Com efeito, ela pode ser um diferencial significativo no desenvolvimento profissional.
- Entrevista com Guilherme Luz: O CEO da Galena, Guilherme Luz, compartilha insights sobre como a IA humaniza processos e impulsiona o crescimento.
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