"Você nasceu com talento para isso." Cresci ouvindo como senso comum que muitos que alcançam o sucesso tem talento nato, um dom que supostamente já nasceram com ele. Mas, sinceramente? Essa ideia é uma simplificação da realidade. A verdade é que talento sem vontade, compromisso, estudo e resiliência é só uma semente plantada no asfalto.
No auge da minha adolescência, meu avô — que foi quem me criou — decidiu cortar minha mesada e a maioria dos “luxos" que eu tinha até então. Foi nesse momento que nasceu em mim o espírito empreendedor e a determinação de aprender a gerir minha própria vida e dinheiro, mesmo que na época fosse apenas para comprar um lanche no McDonald’s.
Talento e aprendizados que moldam o sucesso
Enquanto meus colegas de classe decidiam o que comprar na cantina, eu estava do outro lado do balcão, trabalhando no caixa, atendendo alunos, lidando com dinheiro e, sem perceber, começando a aprender sobre gestão de negócios.
Meu avô, com sua sabedoria, me desafiou a crescer por conta própria. Não era apenas uma lição sobre o valor do dinheiro, mas uma introdução prática de como o mundo realmente funciona. Essa experiência foi uma verdadeira escola, onde logo percebi que ser "bom para a idade" não era o suficiente — eu queria ir além.
Já na casa dos 20 anos, ao mudar para os Estados Unidos, me deparei com uma sociedade em que o foco não está em esperar pelo momento perfeito ou depender apenas de talento, mas em agir com consistência. A filosofia americana de "perseverança acima de privilégio" me marcou profundamente. Por aqui, a regra é simples: para estar no lugar certo, na hora certa, você precisa estar em movimento, e, acima de tudo, estar preparado para enxergar e aproveitar a oportunidade.
Essa mentalidade norte-americana é evidente em todos os momentos da minha vida. Quando decidi correr de motovelocidade, não foi porque tinha “talento nato” para ser piloto. Na verdade, eu era bem ruim. Era algo que me desafiava, e eu estava disposto a melhorar diariamente para me destacar. Foram 17 anos de treinos exaustivos, derrotas difíceis e vitórias saborosas.
Comprometimento: o verdadeiro talento
Cada vez mais percebo como essa desculpa de "talento nato" nunca existiu para mim. Não há um episódio do programa, uma publicação no LinkedIn ou um vídeo gravado que não tenha horas de pesquisa, planejamento e dedicação por trás. Essa consistência não é dom; é disciplina.
E sabe o que aprendi ao longo de todos esses anos de trabalho? Talento pode até abrir portas, mas só o comprometimento e a capacidade de seguir em frente é que te fazem entrar e permanecer na sala. Em Nova York, vejo isso o tempo todo. As pessoas bem-sucedidas não são, necessariamente, as mais talentosas. Elas são as mais comprometidas.
O “talento” pode até existir, mas está longe de ser a resposta. Nos negócios, assim como na vida, o cenário pode mudar rápido demais para que você conte apenas com o que já sabe. É preciso buscar o novo, se preparar para o imprevisível e nunca parar de aprender.
Eu gosto de pensar que não nasci com “talento nato” para nada, mas desenvolvi uma habilidade: o hábito de nunca subestimar o esforço. Isso explica por que continuo acordando cedo para gravar vídeos, por que estudo até tarde para entender as últimas tendências do mercado e por que, mesmo com uma agenda cheia, faço questão de priorizar o contato com minha audiência e as demandas do meu time.
Não espere que o seu “dom” apareça e resolva seus problemas, crie o ambiente fértil para o seu crescimento. E esse ambiente é construído com estudo, trabalho, determinação e paixão pelo que você faz.

Por Bruno Corano é empresário, investidor, economista formado pela UPENN – Universidade da Pennsylvania, sócio controlador da Corano Capital NYC, maior gestora privada brasileira nos EUA.
🎧 Ouça o episódio 149 do Podcast RH Pra Você Cast:
“Líder, já colocou a empatia no seu currículo?“
Empatia na Liderança: acima de tudo desenvolva Essa Habilidade Essencial
Busque uma Gestão Humanizada
Assim, no episódio 149, vamos explorar a pergunta: “Líder, já colocou a empatia no seu currículo?”. Pois à medida que o perfil das lideranças passa por transformações, a empatia emerge como uma habilidade-chave, também fundamental para a motivação de colaboradores. Mas o que realmente significa ser um profissional empático na prática?
Desvendando a Empatia
Conversamos com Vivian Laube, Especialista em Liderança e Comportamento Organizacional, e Priscila Monaco, Diretora Senior de RH da Visa, para entender como desenvolver essa habilidade essencial. Analogamente, a pandemia e os períodos de crise também destacam a importância das soft skills no ambiente corporativo.
O Papel do RH na Cultura Empática
Descubra como o RH pode contribuir para que a empatia faça parte da cultura da empresa e para a motivação de colaboradores. Em outras palavras, acompanhe essa discussão inspiradora e aprenda a fortalecer sua liderança com empatia.
Principalmente, não se esqueça de seguir nosso podcast bem como interagir em nossas redes sociais: