O processo de fusões e aquisições, o M&A (do inglês, Merger and Acquisitions), auxilia no crescimento e na expansão do negócio, trazendo diferentes modelos de trabalho e novas possibilidades no mercado, assim como pode representar uma estratégia para o ganho de eficiência.

Diferente do que se imagina, não são somente as grandes corporações que crescem desta forma. Empreendimentos de diversos portes podem utilizar essa estratégia para alavancar seu negócio. Independentemente do tamanho da empresa, é importante que seja feita uma avaliação dos riscos envolvidos na transação.

Uma premissa básica é a realização de due diligences, investigações e avaliações detalhadas de documentos e informações, além da análise dos riscos jurídicos, administrativos, contábeis, fiscais e trabalhistas, entre outros fatores que podem envolver a rotina da organização.

Quando devidamente realizada, esta etapa da análise aumenta a segurança e as chances de sucesso da operação, além de auxiliar no planejamento adequado para a efetivação da fusão ou aquisição.

Mas, esse modelo de avaliação, para que seja completa, precisa ir além dos tópicos mais conhecidos. Existe um outro aspecto pouco explorado, mas que demanda igualmente atenção e cuidado: o risco na camada “pessoas”. Quando falamos de um M&A, não estamos apenas tratando de fatores tangíveis e negociais.

Sabemos que são as pessoas que direcionam o negócio e os rumos que ele deve traçar, assim como também são as pessoas que podem cometer fraudes, desvios e até mesmo levar toda a transação de M&A ao fracasso ou prejuízo.

Por este motivo, existe uma necessidade de realizar uma avaliação eficaz com relação aos riscos relacionados às pessoas. O processo de compliance individual, por exemplo, tem como principal objetivo avaliar a flexibilidade moral dos profissionais, identificando assim quais elementos podem influenciar o comportamento do indivíduo e também como ele vivencia as pressões que as circunstâncias podem lhe impor.

Com isso, é possível entender como é o processo decisório de cada profissional diante de dilemas éticos para compreender as fragilidades e, com base nessas informações, é possível estruturar estratégias para mitigar ou controlar estes riscos, mantendo um ambiente ético e em conformidade com as normas.

Por exemplo, na fusão ou aquisição de uma empresa, o comprador pode, como parte de sua avaliação, analisar a flexibilidade moral e como se dá o processo decisório dos profissionais que ocupam os cargos de direção e alta administração de forma detalhada, alcançando assim maior nível de conhecimento sobre os fatores que influenciam diretamente o negócio.

Por exemplo, os resultados obtidos até o momento, são fundamentados em decisões éticas?

Ou algo irregular foi feito, mas sem rastro e de uma forma imperceptível para uma diligência comum?

Conhecer detalhadamente os riscos que envolvem pessoas auxilia na criação de um planejamento estratégico adequado para a transformação cultural que ocorrerá em decorrência de um M&A, pois cada empresa possui sua própria cultura, valores e formas de resolver dilemas.

Num processo de fusão e aquisições também vale levar em consideração o conflito cultural que a transação pode causar, por isso é importante garantir que seus gestores tenham perfil para atuar em consonância com as normas e as diretrizes da companhia, visando minimizar os riscos neste processo de adequação.

Caso haja a necessidade de identificar a flexibilidade moral de uma forma geral, envolvendo muitos colaboradores, é possível realizar uma avaliação com todos os profissionais que farão parte da nova corporação, identificando de forma simples quais pontos podem representar riscos e devem ser trabalhados com iniciativas de compliance e controles internos, mesmo que posteriormente ao processo de M&A.

Quando tratamos de uma fusão ou aquisição, as empresas envolvidas passam por mudanças significativas e, por isso, é necessário que exista uma análise aprofundada não somente da empresa, dos processos e dos riscos administrativos e do negócio, mas também é preciso cuidado em avaliar as pessoas que liderarão essas mudanças, bem como todos os funcionários que farão parte desta nova cultura.

Assim, é possível criar estratégias de atuação e providências que só vão fortalecer a nova operação.

Sua avaliação de riscos em M&A envolve a análise de pessoas?Por Tatiane Araújo, consultora pleno de compliance na ICTS Protiviti.

 

 

 

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:

Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube