Soft skills: A subjetividade humana em conexão com o futuro que emerge
O tempo está passando, a tecnologia avançando e o que fazemos bem hoje, pode não ter mais relevância amanhã. O que é importante hoje, pode não ter mais importância amanhã.
A inteligência artificial e a robótica, entre outras tecnologias, estão se tornando cada vez mais sofisticadas, tomando espaços em atividades operacionais, que possuem padrões definidos e, aos poucos, começam também a ocupar espaços em áreas e especialidades antes consideradas e reservadas somente aos humanos.
Com isso, nós seres humanos estamos perdendo espaço onde as atividades pedem esforços repetitivos, recorrência de padrão. Quando a tecnologia consegue identificar o padrão, logo consegue ser programada para realizar a tarefa. Começando agora, também, a avançar para atividades de criação, não somente de operação.
Quando analisamos esses cenários, é impossível não refletir sobre o que caberá ao ser humano nessa nova sociedade que começa a surgir: Que tipos de atividades sobrarão aos humanos nesse mundo digital?
Fomentar a curiosidade é um dos primeiros passos para estar sempre com novas informações, o que possibilita entender o fluxo e poder se adaptar ao novo ritmo da evolução humana. Nesses novos cenários, é nítida a importância da atualização constante, que está sendo chamada de lifelong learning.
O momento pede atitude, e por isso, alienar-se e fingir que nada está acontecendo é a pior escolha, o ideal é movimentar-se, inteirar-se sobre as transformações, sobre as oportunidades, sobre os desafios. E mais: olhar e despertar as habilidades humanas subjetivas, as soft skills.
Analisando bem a situação, pode-se perceber a oportunidade que temos de nos conectar com essa nossa humanidade adormecida, de adquirirmos e usarmos nossas habilidades subjetivas como forma de retribuir a oportunidade de estarmos vivendo essa evolução plenamente.
Valorizarmos o momento que nos permite acessar nossa sensibilidade, o que, num passado não muito distante, era visto como um ato de fraqueza no mundo corporativo. E, também, nas escolas, onde a orientação parecia ser a de colocar todos no mesmo molde, reprodutores de comportamentos aceitáveis para uma vida sem muita originalidade, sem muita emoção, vivendo praticamente como robôs.
Temos a oportunidade de deixar florescer nossa autenticidade, isso agora é valorizado e procurado. Pelo menos é o que diz a pesquisa da Global Talent Trends, divulgada pela escritora e influenciadora digital Marta Gabriel, que traz a informação de que 80% dos líderes de empresas consideram que as soft skills são cada vez mais importantes para o sucesso dos negócios. São elas as características como emoções positivas, ética, comunicação, escuta ativa, liderança, negociação, visão sistêmica.
A inteligência emocional, ou a capacidade do ser humano lidar com as emoções, também é muito procurada por instituições. A teoria ganhou destaque nos anos noventa, através dos estudos do psicólogo Daniel Goleman. Está entre uma das principais habilidades para o novo momento, uma vez que as pessoas que estão atentas às suas emoções conseguem ter um nível de autogestão elevado. Aprimoram ainda sua performance profissional e elevando o nível de suas relações inter e intrapessoais.
Isso sem falar que a gestão das emoções eleva o bem-estar, uma vez que diminui o nível de estresse; eleva o foco, pois possibilita um maior poder de concentração; eleva a produtividade, administração do tempo e engajamento.
O futuro que emerge é digital, mas as habilidades mais requeridas para que possamos estar plenamente atuantes são humanas. Desse modo, o que podemos fazer é permitir que nossa criatividade, capacidade de pensamento crítico, resiliência, consciência, nos ajude a construir esse novo caminho.
Deixar de atuarmos como autômatos e nos prepararmos para uma integração aos autômatos, um complementando o outro. Um com a força da tecnologia e o outro com a força da natureza humana.
Sair do automático é importante, mesmo nosso cérebro gostando do que é mais fácil, pois economiza energia, mas o momento pede atenção, racionalização sobre o porquê de estarmos fazendo o que fazemos para conseguirmos assumir o controle, aprender e mudar. Vamos abrir espaço para nossa sensibilidade para elevar o nível de nossa empatia. Empatia que eleva a qualidade de nossos relacionamentos.
Podemos olhar para tudo isso e achar que é uma grande bobagem, ou encontrar a luz que clareia nossas ideias e inspira na criação da nova jornada, com tranquilidade e com a certeza de que isso tudo tornará nossas vidas mais autênticas. Aceitar o desafio da transformação e voar. E o mais importante é saber que as soft skills, ou habilidades humanas, podem ser desenvolvidas, fortalecidas, basta ter consciência, foco e disciplina.
Quer saber quais as soft skills que você deve desenvolver? Pense em suas atividades, nos seus relacionamentos, no futuro que você almeja. Faça uma análise sincera e descubra quais são as habilidades que estão relacionadas a tudo isso.
Depois, observe, crie um mapa de suas habilidades atuais e veja quais já estão em linha com o que você vive e deseja viver e quais são aquelas que você deverá focar para seguir. Desafie-se e siga a direção do seu desenvolvimento!
Por Anna Maria Buccino, administradora de empresas, consultora, especialista em Psicologia Positiva e atua como gerente comercial na Vetor Editora Psicopedagógica.
Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?
Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:
Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais: