Já aconteceu com você que após uma conquista como passar em uma prova ou concurso, você acreditar que foi pura sorte? Ou que na verdade a posição que alcançou não era tão desafiadora assim?
É natural que a gente se sinta fracassado uma vez ou outra. Isso acontece quando nos deparamos com alguma mudança importante que cause certa insegurança, e é aí que podemos duvidar de nossas habilidades. Mas ter esse sentimento constantemente, é algo que pode impactar nossos resultados.
Pessoas que sofrem de Síndrome do Impostor, tendem a atribuir suas conquistas a outras pessoas ou a circunstâncias externas, pelas quais não têm controle. É o típico caso daquela pessoa que é promovida, mas acredita que recebeu a promoção porque era o único disponível na empresa para o cargo.
Quais as consequências disso?
Pesquisas revelam que há um perfil mais suscetível a esse tipo de comportamento associado a pessoas mais sensíveis a críticas, com baixa autoestima, tendência ao perfeccionismo e ansiedade.
Nota-se inclusive a relação da Síndrome do Impostor com a procrastinação de tarefas, até abandono de funções e burnout.
O ciclo causado por essa constante insegurança funciona da seguinte forma: a pessoa tem uma expectativa muito alta em relação ao próprio desempenho, entretanto questiona quando recebe reconhecimento pelo que realizou, ou ainda, teme não conseguir repetir o mesmo resultado por outras vezes. Ou, caso não receba o devido reconhecimento, sente-se culpada e pode desanimar e desistir.
Em alguns casos, a insegurança pode de fato afetar o desempenho e trazer tudo aquilo que a pessoa mais teme: não conseguir demonstrar exatamente o que é capaz de fazer.
Como lidar com a síndrome do impostor?
É importante compreender que dentro de contextos específicos, sentir-se ansioso ou temeroso diante de um novo desafio, é inclusive esperado. Ao iniciarmos um novo caminho, é natural que a gente queira desempenhar bem para fazer jus à confiança depositada em nós, certo?
Mas quando a ansiedade assume níveis muito altos que chegam a interferir na rotina diária e o sentimento de inferioridade se perpetua por muito tempo, é hora de procurar ajuda especializada para um bate papo com o intuito de avaliação.
Essa não é sua primeira vez
Sempre que me deparo com essa questão nos Processos de Coaching, peço aos clientes que façam suas listas de conquistas. Também convido você leitor a fazer exatamente o mesmo: papel e caneta na mão e facilmente você perceberá que já experienciou uma série de mudanças na vida e que sim, já teve que lidar com desafios várias vezes.
Todas as conquistas possivelmente lhe obrigaram a sair de zona de conforto e isso significa evolução. O que acontece no caso de uma mudança é que seremos obrigados a experimentar o novo e isso assusta. A tal lista, serve de lembrete para reforçar nossa participação e contribuição em diferentes projetos que já fizemos parte.
Assim, saber que possuímos um bom background, pode ser extremamente confortável e vai ser fundamental para lidar com essa insegurança inicial.
Outro ponto crucial aqui, é avaliar todos os desafios com um olhar de aprendizagem, o chamado mindset de crescimento.
Brilhantemente desenhado por Carol Dweck, o mindset de crescimento evita que nos apeguemos demasiadamente a rótulos, que muitas vezes nos obrigam a “ defender posições”. Por exemplo: se em determinado momento de sua carreira, você foi reconhecido por algo que realizou, pode temer não apresentar resultados parecidos, tal como ocorre na Síndrome do Impostor, por medo de “ perder sua reputação”.
Na perspectiva de constante evolução, as situações passadas não nos definem, porque somos seres capazes de aprender constantemente.
Trabalhe com fatos, não suposições
Constantemente em Processos de Coaching, percebo que a maior insegurança das pessoas que buscam lidar com a síndrome do impostor, vem de uma exigência pessoal que muitas vezes não corresponde à realidade.
Assim, eu sempre sugiro que elas peçam feedbacks para pessoas que confiam e que podem oferecer comentários assertivos sobre seu desempenho.
Isso trará dados concretos que podem ser confrontados com as suposições que fazemos sobre nós mesmos e que muitas vezes não correspondem aquilo que de fato apresentamos para os outros.
Ter essa avaliação, de pessoas que nos acompanham e que estão diretamente ligadas ao nosso dia a dia, pode oferecer uma visão bastante apurada sobre nosso desempenho.
Retroceder jamais!
Para finalizar, é importante salientar que somente a prática levará ao aprimoramento. Ou seja, mesmo inseguros, é importante que a gente continue arriscando, mesmo que aos poucos até porque ninguém aprende nada somente com teoria.
Se pensarmos nas nossas experiências, todas sem exceção, foram aprimoradas através da prática.
Ter clareza dos resultados que queremos atingir, é primordial para que esse propósito nos guie especialmente nos dias mais desafiadores. E acredite, nenhuma insegurança será maior que a sua determinação e paixão por atingir seus resultados.
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Um abraço carinhoso
Por Letícia Rodrigues, fundadora da Fiorire Consultoria. É psicóloga e atua com desenvolvimento de pessoas, ajudando empresas e profissionais em seus desafios corporativos. Desenvolve programas de gerenciamento emocional, desenvolvimento de habilidades e gestão de carreira. Já treinou colaboradores de empresas como SBT, MetLife , Nike, London Stock Exchange sobre temas como Inteligência Emocional, Motivação, Comunicação Assertiva e Saúde Mental Corporativa. Foi eleita Top Voice Linkedin e uma das 100 pessoas escolhidas como participante do Programa de Aceleração de criadores de conteúdo do LinkedIn, onde é LinkedIn Creator.
Ouça o episódio 190 do podcast RH Pra Você Cast, “Como eu venci a Síndrome do Impostor“. De acordo com um estudo da KPMG, divulgado em 2023, 75% das executivas brasileiras já enfrentaram a Síndrome do Impostor. Marcada por sentimentos que vão da baixa autoestima ao perfeccionismo excessivo, a condição impacta não só a vida profissional, como também pode deixar sequelas na rotina pessoal. Para falar mais sobre a síndrome e, principalmente, entender como ela pode ser prevenida e combatida, convidamos a mentora e palestrante Thereza Cristina Moraes, que já sentiu na pele o que a Síndrome do Impostor pode causar. Confira!
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