A saúde mental no ambiente de trabalho é algo muito preocupante no mundo e no Brasil e o tema tem ganhado cada vez mais relevância no debate público. Assim como a saúde física, ambas devem estar em equilíbrio para que a pessoa possa viver em harmonia nos diversos âmbitos da sua vida.

Por isso, investir no bem-estar emocional dos profissionais é algo que no curto prazo já faz toda a diferença em ganhos de rendimento das equipes, refletindo também na marca empregadora.

Pesquisas realizadas na área apontam que a população brasileira é uma das que mais sofre com fadigas e doenças de origem emocional e mental e o que já era um problema de saúde grave, foi potencializado pela pandemia.

Somente em 2020 foi observado um aumento de 100% nos casos de depressão e de 80% nos casos de ansiedade de acordo com estudos realizados pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Sendo estimado que 80% desses casos poderiam ser prevenidos com acompanhamento psicológico, com o custo muito mais baixo do que o tratamento.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) os transtornos mentais e comportamentais figuram entre as principais causas de ausências ao trabalho no mundo todo. Globalmente, 300 milhões de pessoas possuem depressão, tornando essa a principal causa de afastamento das atividades laborais.

Já no Brasil, doenças mentais atingem 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros e são responsáveis por 285 mil afastamentos por ano de acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho, além disso, esses transtornos já são a terceira causa de pedidos do benefício de auxílio-doença.

Geralmente causados pelo aumento da pressão e da carga de trabalho, pela falta de apoio, falta de confiança na gestão ou mudanças organizacionais, os problemas de saúde mental relacionados ao trabalho geram diversos impactos econômicos, sendo o maior deles a perda de produtividade.

Para ilustrar um panorama disso, casos leves causam uma perda média de quatro dias de trabalho por ano, já os graves levam a ausências de até 200 dias de trabalho por período anual.

Segundo a pesquisadora Sara Evans-Lacko, da London School of Economics, o Brasil perde US$ 78 bilhões com a queda de produtividade, em função do absenteísmo e do presenteísmo, causada pela depressão. Nessa pesquisa realizada com outros sete países, o Brasil apresentou o custo mais alto por pessoa em função da depressão.

As empresas precisam entender que saúde mental não é custo, mas sim um investimento, que aumenta o engajamento, o rendimento do colaborador e reduz o absenteísmo e turnover.

Diversos estudos já demonstraram a viabilidade econômica do investimento, sendo para cada um dólar aplicado pelas empresas em programas de saúde mental, por volta de quatro dólares retornam ao empregador.

Mesmo observando que não ajudar os funcionários com seus problemas de saúde mental tem um custo alto, ainda é um tabu falar sobre o tema nas empresas. As lideranças não estão preparadas para educar e acolher quem tem uma dificuldade e desenvolvimento pessoal nem sempre é prioridade.

Reverter esse cenário depende da cultura da empresa e das lideranças, e não só do indivíduo.

Saúde mental: uma questão de Cultura e Liderança

Por Patricia Nader, head de investimentos e ESG da Good Karma Ventures.

 

 

 

 

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