– “Gato Cheshire… pode me dizer qual o caminho que eu devo seguir?” pergunta Alice.

– “Isso depende muito do lugar para onde você quer ir”, retruca sabiamente o Gato.

Inocentemente ela diz:

– “Eu não sei para onde ir!”, dando então ao Gato a chance de finalizar com uma das mais belas e atemporais provocações:

– “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”…

O primeiro diálogo entre a Alice e o Gato Cheshire, no livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, é uma provocação à reflexão que cabe tanto para a vida pessoal quanto para o mundo dos negócios, principalmente em tempos de grandes transformações, como o que vivemos hoje.

  • Que caminhos apontar?
  • A quem cabe sinalizá-los?
  • Para onde estão mirando os líderes do topo?
  • Quais tendências os profissionais de recursos humanos têm adotado na gestão de pessoas?
  • O que as mudanças da dinâmica do mundo trazem de desafios para a construção de resultados?
  • Que espaço de tempo segue válido para a visão de longo prazo?

E tantas outras sobre para onde ir e o que é preciso levar em conta a priori. Perguntas como essas, certamente “pipocam” no dia a dia de cada um de nós e das organizações (públicas, privadas, pequenas, médias ou grandes).


Para informações sobre Gestão de Pessoas, baixe gratuitamente o eBook “Saiba como a pandemia afetou o mercado de trabalho“, produzido pelo Grupo TopRH. CLIQUE AQUI.

Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 52, “Quando a resiliência vira algo tóxico?” com Carla Tieppo, neurocientista da Santa Casa e sócia-fundadora da Ilumni. CLIQUE AQUI.


Assim, partindo da premissa da lição do Gato Cheshire, uma questão relevante a nos fazermos é o sobre o papel que queremos assumir em nosso próprio destino, no destino da organização onde atuamos e na sociedade em que impactamos com nossa ação.

Fazendo um breve recorte para os temas mais conectados às pessoas, o gato do livro clássico que inspirou gerações, sugere e fortalece a responsabilidade de provocar, instigar os colaboradores para entender seus objetivos, suas metas na organização, seu valor de contribuição.

Torna imperativa a tarefa de profissionais de RH e líderes como um todo, de estimular a busca de “sentido e significado” para o que fazemos, para o que optamos por ser, para os caminhos que queremos seguir, qual impacto acreditamos causar no entorno, e tantas outras reflexões dessa natureza.

Em um cenário de tantas transformações como o que se está vivendo, especialmente as movidas pela aceleração digital que invade o contexto, pautar o futuro em convicções pré-existentes é como pensar para frente só olhando para trás.

Há tantos fatores girando em torno do ambiente que a durabilidade das convicções, a cada dia mais, nos leva a experimentar a “Vida líquida” que Bauman descreveu, como a fluidez com as mudanças ocorrem na atualidade e que gera a impossibilidade de se manter a forma original das coisas.

Cabe ressaltar aqui que quando falamos sobre “transformação digital” não estamos tratando unicamente de novas tecnologias, mas sim do impacto “sócio histórico”, que elas trazem ao serem incorporadas na vida das pessoas, em todos os espaços de atuação.

E diante desse contexto surgem novos e inúmeros dilemas para serem abordados pelos profissionais de RH e líderes em geral:

  • Como apoiar as organizações a operarem na conexão entre “lições do tempo VS estratégia do negócio VS objetivos individuais dos colaboradores?

Esses questionamentos ficam ainda mais complexos quando trazemos a pauta das diferenças individuais de cada um: gerações, etnia, crenças, gênero, que legitimamente construíram experiências, culturas e atitudes únicas.

Se não for a grandeza que cabe numa pergunta aberta, investigativa, construtiva e que leva a outra, e a outra e a outra, como definimos o melhor caminho a ser seguido?

Logicamente há balizadores de caminhos que possam orientar a transformação eficaz e ética, como por exemplo, pensando no aspecto da tecnologia:

  • Que investimentos fazem sentido em tempos de “cobertor curto”?
  • O que mudar no modelo de atuação da empresa, em relação as discussões atuais sobre o futuro do trabalho?
  • Quais skills devem ser desenvolvidos para dar uma melhor vasão ao processo evolutivo das pessoas e das organizações?
  • O que temos a nosso dispor de ferramentas consistentes para conhecermos nossos colaboradores e que possam nos apoiar nas decisões sobre pessoas VS oportunidades (personalidade, características pessoais, habilidades, valores e etc.)?

Uma “meta questão” para a liderança, trazida dos estudos de Tendências Globais de Talentos de 2021 da Mercer aponta que 47% das empresas está usando ou planejando utilizar IA (Inteligência Artificial) para estimular conversas e ações entre líderes e liderados, ou seja, é a transformação digital das organizações fortalecendo o papel de agente de mudanças e gerando experiências com novos modos de agir no mundo corporativo.

Por fim, pedindo licença poética a Lewis Carroll, deixamos uma última pergunta, a título de estímulo a todos a dar sequência às reflexões aqui comentadas:

  • Quais são suas questões essenciais neste momento? Que perguntas iluminam seu caminho para uma transformação viável, efetiva e impactante?

Qual sua prioridade como líder de transformação?

Por Marisabel Ribeiro, Diretora de Talent Strategy da Mercer Brasil, empresa da Marsh McLennan (NYSE: MMC), líder mundial em serviços profissionais nas áreas de risco, estratégia e pessoas.

 

 

Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 52, “Quando a resiliência vira algo tóxico?” com Carla Tieppo, neurocientista da Santa Casa e sócia-fundadora da Ilumni. Clique no app abaixo:

Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:

Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube