Limites invadidos? Descubra como retomar o controle no ambiente profissional

Restaurar limites no ambiente de trabalho é mais do que uma questão de disciplina, é uma necessidade urgente para proteger a saúde mental, aumentar a satisfação no trabalho e melhorar o desempenho e a produtividade.

Estudos indicam que a habilidade de definir limites claros ajuda a combater o burnout, eleva a satisfação e mantém os colaboradores engajados.

Segundo a Korn Ferry, 81% dos profissionais relatam níveis crescentes de esgotamento, em grande parte devido à falta de limites saudáveis entre vida pessoal e profissional. Ter tudo isso definido reduz a exaustão, pois permite que as pessoas recarreguem e evitem a sensação de estarem “sempre disponíveis”.

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As reuniões intermináveis, e a produtividade?

Mas como isso se traduz na prática?

No ambiente corporativo, várias situações rotineiras minam os limites pessoais dos colaboradores. Reuniões intermináveis ou agendadas fora do horário, por exemplo, interferem no descanso e na vida pessoal, deixando pouco espaço para que as pessoas cumpram suas tarefas principais sem interrupções.

Em organizações onde o ambiente é extremamente competitivo e o suporte à colaboração é mínimo, a pressão para “se provar” é constante. Essa pressão leva ao esgotamento, já que os colaboradores sentem que precisam estar sempre prontos para mostrar resultados excepcionais. Isso, além de não ser sustentável, pode minar o bem-estar de toda a equipe.

Disponibilidade fora do expediente

Outro desafio comum é a expectativa de disponibilidade fora do expediente. Muitos profissionais acreditam queempresas e líderes esperam que eles respondam e-mails e mensagens até mesmo durante as férias ou nos finais de semana.

Essa cultura de “sempre ativo” não permite que as pessoas desconectem e recarreguem. Sem pausas adequadas, o resultado é previsível: exaustão, estresse e até burnout. Em paralelo, há organizações onde as metas e expectativas mudam constantemente, mas sem comunicação clara.

Quando isso acontece, os colaboradores ficam à deriva, sempre correndo atrás de um alvo em movimento. Esse tipo de situação desgasta e faz com que as pessoas sintam que seus limites não são respeitados.

Microgestão, um problema?

O problema também se estende para a microgestão. Ter líderes que supervisionam cada detalhe do trabalho sem permitir autonomia gera um ambiente opressivo. Esse controle excessivo, além de aumentar o estresse, faz com que as pessoas sintam que sua autonomia e confiança foram retiradas.

A ausência de flexibilidade e a falta de expectativas definidas também são fatores que afetam os limites. Ambientes que não promovem pausas regulares e recuperação dificultam que as pessoas gerenciem sua carga de trabalho de forma saudável.

Reconhecer esses sinais é o primeiro passo para restaurar limites. Isso inclui perceber quando o trabalho começa a interferir na vida pessoal e no bem-estar.

Uma vez que se entende onde estão as invasões, o próximo passo é reavaliar as prioridades e estabelecer limites específicos. Definir claramente quais horários são dedicados ao trabalho e quais são para a vida pessoal é uma prática essencial para evitar a sobrecarga.

A comunicação clara e consistente também é fundamental

Ao redefinir seus limites, é importante comunicá-los de forma respeitosa e firme, garantindo que tanto a liderança quanto os colegas entendam e respeitem esses limites.

Não se trata de criar barreiras, mas de definir espaços de trabalho mais saudáveis. Desconectar-se intencionalmente do trabalho fora do expediente ajuda a solidificar essa prática. É possível, por exemplo, desligar notificações de e-mail após o horário de trabalho ou estabelecer uma rotina pós-expediente que ajude a desligar mentalmente do ambiente de trabalho.

Outro ponto crucial é envolver a liderança na restauração desses limites. Muitos gestores estão dispostos a colaborar, desde que entendam que isso pode aumentar a produtividade e o bem-estar da equipe. Ter uma conversa honesta sobre a necessidade de práticas mais saudáveis de trabalho pode ajudar a sensibilizar a liderança para a importância de respeitar limites.

Deve-se praticar o autocuidadeo

Praticar o autocuidado também faz parte desse processo. Atividades como meditação, exercícios físicos e hobbies fortalecem a capacidade de gerenciar o estresse e as invasões de limites. Além disso, planejar e priorizar tarefas de forma estruturada permite que os profissionais tenham uma visão clara de suas responsabilidades e saibam até onde podem ir sem comprometer seu bem-estar.

Por fim, adotar o “direito de desconectar” é uma prática cada vez mais reconhecida, e algumas empresas já a incentivam. Criar uma divisão mais clara entre atividades sociais/familiares e obrigações profissionais, como não responder e-mails fora do horário, permite que as pessoas estabeleçam e respeitem limites de forma prática. Essas práticas são um caminho para restaurar limites e construir um ambiente de trabalho mais saudável, onde todos possam se desenvolver sem abrir mão de sua saúde e equilíbrio.

Produtividade_foto da autora

Por Allessandra Canuto, mentora relacional e expert no desenvolvimento de líderes.

 

 

 

 


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