Produtividade no trabalho no Brasil: o reequilíbrio de interesses pós-pandemia e seus impactos
Tanto as empresas quanto os funcionários têm sentido uma maior necessidade de produzirem mais e melhor. Mas,
- como aumentar a produtividade mantendo um equilíbrio entre as demandas de parte a parte?
- haverá uma fórmula universal para isso?
- quais pontos merecem maior foco?
- como empregadores e empregados podem chegar a um denominador comum?
O fato é que o mundo ruma para novas alternativas e esse deve ser “o novo normal”. Como consequência, grandes paradigmas de gestão também precisam mudar, pois ainda não sabemos o que precisará ser feito em um futuro próximo, já que muitas necessidades e habilidades ainda são desconhecidas e precisarão ser desenvolvidas.
Produtividade: novas perguntas e traçar expectativas realistas
O caminho é fazer novas perguntas e traçar expectativas realistas para o entendimento geral dos colaboradores, concebendo o que é possível e plausível em cada organização, delimitando expectativas e apoios de forma clara.
Tudo isso precisa estar correlacionado com a alta performance. Caso as reivindicações dos colaboradores sejam alavancas de crescimento, elas serão válidas para a organização. Mas, e se não forem?
Entre todos os novos modelos de trabalho em curso e tantas expectativas criadas, é preciso filtrar os ruídos e lugares-comuns, considerando a qualidade de vida dos funcionários, mas também propulsionando as equipes a atingirem os objetivos estratégicos da empresa a curto, médio e longo prazo.
Dúvidas sobre performance e rendimento de equipes
O que isso significa em termos de produtividade e performance após 4 anos? Na prática, surgiram muitas dúvidas sobre performance e rendimento de equipes em empresas de diferentes áreas, tanto para colaboradores quanto para organizações.
Também não é verdade que a percepção de empregados e empregadores sobre a produtividade seja tão diferente assim. Um dado curioso é que, entre os dois grupos, 75% dos respondentes da Pesquisa EY – Trabalho Reimaginado (2023) acreditam que é possível medir com precisão a produtividade em suas empresas, independente do trabalho remoto ou presencial.
Outro ponto que chama atenção é que 74% dos empregadores acreditam que a produtividade aumentou nos últimos 2 ou 3 anos, com o advento da flexibilidade – entre os empregados, essa percepção chega a 80%.
A confiança aumentou
Será que as lideranças estão mais ou menos confiantes sobre a produtividade da empresa do que antes da pandemia e da normalização do remoto?
Na visão de 74% dos empregadores, a confiança aumentou. Para os empregados, o resultado é ainda melhor: 80% deles avaliam que estão mais produtivos.
No entanto, a produtividade é mensurada de uma forma muito incompleta, relacionada somente às entregas de um determinado âmbito, como fazer mais com menos. Antes, eu demorava 8 horas, agora demoro 6, gerando um ganho de 25%. Mas será que isso é real?
O correto é entender como chegamos lá, quais foram os esforços e medidas empreendidas que podemos mensurar para melhorar a capacidade de foco e de produção.
Importante trabalhar em modo colaborativo
É possível e muito importante trabalhar de modo colaborativo, contanto que as pessoas tenham clareza total sobre o que é esperado delas, quais resultados precisam ser entregues, quais as prioridades e o que pode – e deve – estar em segundo plano ou ser completamente abandonado. Elas precisam entender seu papel na empresa até mesmo para sentirem-se engajadas e valorizadas.
Ambientes em que todos querem fazer tudo ao mesmo tempo tendem a fazer com que as pessoas entreguem menos e mal, sempre na sensação de improviso, além de causar uma falsa sensação de produtividade.
Os gestores não devem exigir que seus times tenham, concomitantemente, que pensar nas competências a desenvolver, acompanhar todas as tendências, entender de tudo e equilibrar tudo sozinhos. É preciso filtrar, focar e alinhar expectativas, provendo os recursos para tal.
O discurso precisa se refletir na prática para que a cultura da empresa propicie um ambiente produtivo. Não adianta falar sobre uma cultura colaborativa, que vise um maior engajamento e onde todos recebam feedbacks constantes. Do contrário, exigências e feedbacks podem ser superficiais, frustrando todas as partes envolvidas.
Por Oliver Kamakura, Sócio de Consultoria em Gestão de Pessoas da EY para o Brasil.
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O Medo da Ascensão das IAs
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