Em 2025, o mercado de trabalho vai passar por uma mudança significativa: a chegada da Geração Alpha. Nascidos a partir de 2010, esses jovens cresceram em um mundo saturado de tecnologia e conectividade. Eles estão prontos para desafiar o status quo com suas expectativas e demandas inovadoras. Segundo estimativas do IBGE, até 2025 teremos cerca de 2,5 bilhões de Alfas no mundo. Para as empresas, isso é um sinal claro: é hora de se transformar profundamente.
A Geração Alpha e a Era Digital
Vamos começar pelo básico. A Geração Alpha é a primeira a crescer totalmente imersa na era digital. Desde bebês, eles estão cercados por smartphones, redes sociais e uma infinidade de tecnologias emergentes. Isso não apenas moldou suas habilidades técnicas, mas também suas expectativas em relação ao trabalho. Eles vivem e respiram inovação, e para eles, a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas uma extensão natural de suas vidas e carreiras.
Educação Personalizada e Autonomia
A educação desses jovens também é algo que chama atenção. Eles estão acostumados com um aprendizado personalizado, graças a plataformas adaptativas e recursos online. Isso os tornou autodirigidos e flexíveis, valorizando a autonomia e a capacidade de personalizar suas jornadas profissionais. Para os Alphas, o aprendizado não termina com a graduação; ele é contínuo e integrado ao dia a dia.
Outra característica marcante dessa geração é o compromisso com a diversidade e a inclusão. Crescidos em um ambiente multicultural e globalizado, eles têm uma visão inclusiva que prioriza a equidade e a justiça social. Essa sensibilidade para com questões sociais e ambientais molda suas expectativas em relação ao local de trabalho, que deve refletir esses valores em suas práticas e cultura corporativa.
Desafios e Adaptações Necessárias
Agora, vamos falar dos desafios. A integração da Geração Alpha no mercado de trabalho não será um mar de rosas. Uma das principais fricções será com as estruturas hierárquicas tradicionais. Enquanto as gerações anteriores frequentemente se adaptaram a modelos de trabalho mais rígidos e hierárquicos, os Alphas preferem ambientes mais colaborativos e horizontais. Eles buscam autonomia e flexibilidade, características que podem entrar em choque com as estruturas corporativas estabelecidas.
Além disso, eles vão trazer uma demanda acelerada por novas tecnologias. A resistência das gerações anteriores a adotar rapidamente inovações pode ser um ponto de tensão. As empresas precisarão se adaptar rapidamente para incorporar tecnologias emergentes e atender às expectativas de uma geração que vê a tecnologia como uma extensão natural do trabalho.
E não para por aí. A Geração Alpha valoriza profundamente o impacto social e ambiental das empresas. Eles exigem que seus empregadores se comprometam com práticas sustentáveis e responsáveis, o que pode desafiar as abordagens mais tradicionais focadas no lucro imediato.
Preparando mudanças
Então, como as empresas podem se preparar para essa mudança? A resposta é simples: estratégias proativas. Criar equipes autônomas que tenham mais liberdade para tomar decisões e gerenciar projetos de forma independente é um bom começo. Promover uma cultura de feedback contínuo e bidirecional também é crucial. Isso não só ajuda a integrar diferentes gerações, mas também facilita um ambiente de trabalho mais dinâmico e responsivo às necessidades dos colaboradores.
Investir em tecnologias de ponta, como inteligência artificial e ferramentas avançadas de colaboração online, também é fundamental. Não se trata apenas de adotar novas tecnologias, mas de garantir que todas as gerações dentro da empresa possam se adaptar a essas inovações. Oferecer treinamentos contínuos e recursos adequados pode facilitar essa transição digital e minimizar as barreiras entre diferentes grupos etários.
Vamos falar de flexibilidade?
E claro, a flexibilidade no trabalho. A Geração Alpha valoriza profundamente a flexibilidade e a autonomia, e as empresas precisam refletir isso em suas políticas. Adotar modelos híbridos e remotos, bem como permitir horários de trabalho flexíveis, pode atender melhor às necessidades de equilíbrio entre vida profissional e pessoal dessa geração. Esse tipo de flexibilidade não só melhora a satisfação dos funcionários, mas também pode impulsionar a produtividade e a retenção de talentos.
Por fim, incorporar práticas sustentáveis e demonstrar um verdadeiro compromisso com a responsabilidade social pode ajudar a alinhar os objetivos da empresa com os valores da nova geração, atraindo e retendo talentos engajados e motivados.
Ao fazer essas mudanças, as organizações não apenas estarão prontas para integrar essa nova geração, mas também estarão posicionadas para prosperar em um futuro cada vez mais inovador e inclusivo.
Por Allessandra Canuto, especialista em temas comportamentais e gestão da cultura e Valéria Oliveira, especialista em desenvolvimento de líderes e gestão da Cultura.
Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.
Choque Geracional
O panorama, todavia, não só precisa como deve ser mudado. Pesquisas revelam que o tão falado “choque geracional” é extremamente benéfico não só a profissionais de todas as idades, mas também às empresas. E, afinal, se não olharmos para o público 50+ com atenção, como será quando chegar a nossa vez de lutar por espaço com os mais jovens? Para falar sobre as vantagens de mesclar gerações e como desenvolver mecanismos de inclusão, o RH Pra Você Cast traz Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Confira o papo clicando no app abaixo:
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