Planejamento sucessório antecipado evita que problemas familiares afetem o funcionamento dos negócios

O caso de disputa pelo controle das Casas Bahia entre pai, Michael Klein e o filho, Raphael Klein, revelado na semana passada, se tornou um exemplo prático de como uma empresa familiar pode ser comprometida caso as disputas se arrastem e não se resolvam.

Atualmente Rapahel Klein é o presidente do Conselho de Administração da empresa. Michael Klein é acionista mas não está mais atuando no dia a dia da empresa.

Foram diversas as disputas, especialmente a nível pessoal, e nem todos os pontos são claros, mas o que pode ser empreendido é que faltou um planejamento sucessório antecipado com todas as etapas necessárias para a governança do processo.

Esse é um tipo de disputa que traz grande impacto negativo aos negócios e isso traz insegurança na condução das atividades, com debates até mesmo sobre as remunerações do administrador.

As discussões sobre remunerações também fazem parte dos conflitos envolvendo as Casas Bahia, em que até mesmo a remuneração da diretoria chegou a ser questionada por Michael Klein e chegou a ser rebatida publicamente em ata da companhia.

Há uma disputa sobre o controle da holding e isso pode até mesmo afetar outras empresas da holding que não estejam envolvidas diretamente. As Casas Bahia pertencem à holding Via, antiga Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio e administradora do Extra.com.br.

Em último caso, esse tipo de disputa familiar levar até mesmo ao travamento das atividades, trazendo ainda mais prejuízos à empresa. Para evitar que o dia a dia da empresa seja afetado pelos conflitos familiares, é preciso seguir algumas dicas essenciais.

O primeiro passo é separar as pessoas físicas das jurídicas a fim de preservar o patrimônio da empresa e evitar que os conflitos familiares respinguem nos negócios.

É importante que haja antecipadamente um planejamento de governança na sociedade,

Também se faz necessário pensar na criação de mecanismos que garantam a perenidade da sociedade, como um acordo de acionistas que preveja como será a condução da gestão, participação societária, políticas de remuneração da empresa, entre outros instrumentos essenciais para a administração.

Também cabe ressaltar que esses instrumentos também ajudam a reorganizar a empresa em relação a outros sócios envolvidos no negócio e que também precisam ter a segurança necessária para a condução de suas atividades.

Por isso, toda empresa precisa pensar em um planejamento sucessório antecipado. Essa é a melhor solução e é o que poderá manter o futuro da empresa a longo prazo.

Planejamento sucessório antecipado evita problemas nas empresas

Por Felipe Russomanno, advogado associado da área de planejamento patrimonial e sucessório do Cescon Barrieu Advogados.

 

 

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Capa: Deposithphotos