Em pleno século XXI, ainda tratamos pedir aumento salarial como uma conversa proibida. Isso revela não apenas um medo individual, mas um descompasso estrutural no modo como as empresas lidam com reconhecimento.

Mesmo em um cenário em que a valorização do capital humano é pauta recorrente, muitos profissionais hesitam diante do simples ato de reivindicar aquilo que, muitas vezes, já conquistaram com entregas consistentes.

O receio de parecer arrogante ou de receber um “não” continua paralisando. Segundo levantamento da B2B Reviews, 58% dos profissionais têm medo de pedir aumento salarial, e quase um terço nem sabe por onde começar.

Mas será que o problema está só na falta de preparo?

Ou estamos diante de um ambiente corporativo que ainda não normalizou o diálogo transparente sobre valorização?

A resposta passa por estratégia, sim, mas também por cultura. O timing ideal existe e deve ser aproveitado: avaliações de desempenho, reuniões de metas, momentos de alta performance. Mas o que realmente pesa é o quanto o profissional consegue sustentar seu pedido de aumento salarial com dados, resultados e impacto.

A prova está na prática: aumento de produtividade, eficiência nos processos, satisfação de clientes — tudo isso precisa ser trazido à mesa com objetividade e propósito.

Mais do que isso, é preciso mudar o tom da conversa. Pedir aumento não é comparar-se a colegas, nem fazer pressão. É alinhar expectativas, demonstrar contribuição e reforçar o vínculo com o propósito da empresa.

O que assusta é que, segundo a Michael Page, 95% dos profissionais pensam em sair do emprego antes mesmo de tentar uma negociação. A falta de segurança e de abertura para o diálogo tem um custo — e não é baixo.

No fim, o pedido de aumento diz menos a respeito de coragem e mais a respeito de maturidade. Trata-se de criar espaço para conversas difíceis, mas necessárias. E de entender que valorização não deveria ser uma conquista esporádica, mas uma prática contínua. Enquanto o medo seguir sendo maior que o reconhecimento, continuaremos perdendo talentos e tempo.

IA no escritório_foto do autor

Por Marcello Amaro, CHRO da P3, uma plataforma de gestão de pagamentos para mais de 2000 empresas da América Latina.

 



🎧 Ouça o episódio 208 do RH Pra Você Cast:

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